Durante os meses de março e abril, os jovens que integram o Projeto Uz Crias, conduzidos pela equipe do Núcleo de Articulação Técnica e Especializada (NArTE/CCBJ), participam da vivência de base educomunicativa, sobre princípios humanitários e direitos humanos, com intuito da produção de um produto audiovisual a ser exibido em maio, em um evento do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). A produção e os encontros são conduzidos pelos profissionais da Ascom do CCBJ, NArTE e do CICV.
Mais que um roteiro audiovisual, a turma de 15 adolescentes que frequentam o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), entre eles integrantes também do programa conduzido pelo Núcleo de Articulação Técnica e Especializada (NArTE), UZ Crias, foram convidados para participarem da Vivência em Comunicação e Princípios Humanitários, uma iniciativa em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). A vivência acontece durante os meses de março e abril, em 20h de certificação pelo CCBJ e CICV, com conhecimentos sobre audiovisual, elaboração de roteiro e produção audiovisual, por meio da metodologia da educomunicação.
Na primeira quinzena de março, os encontros acontecem no CCBJ e são mais voltados para as exposições de ideias e dinâmicas educomunicativas sobre noções gerais de comunicação, direitos humanos, princípios humanitários, noções de roteiro e produção em audiovisual. Já no primeiro encontro, a turma foi conduzida pela equipe técnica da Assessoria de Comunicação (Ascom CCBJ) e equipe NArTE, para elaboração de um roteiro a partir da escolha de objetos expostos à mesa, a turma dividiu-se em três grupos e montaram três produções, uma somente com áudio, uma com áudio e imagem e outra somente com imagem, testando assim os desafios das linguagens de comunicação.
Em apenas um exercício inicial, a turma teve o potencial de articular pautas sobre racismo, violência e direitos humanos por meio das produções feitas a partir de um celular, conta a coordenadora de comunicação da ASCOM CCBJ, Isabel Mayara, que detalha como foi esse momento inicial. “Esta atividade de construção de uma história, a partir de objetos aleatórios, permitiu que os participantes exercitem sua criatividade na criação de narrativas sobre suas questões humanas e tenham iniciais noções de roteiro, pois para organizar as ideias, os grupos sistematizaram-as em um espaço, e sem saberem estavam já escrevendo um roteiro. Essa proposta serviu como ponte para o segundo encontro e as noções específicas sobre o roteiro. Foi muito interessante perceber a rapidez e o engajamento deles na construção das narrativas”.
A humanidade que conecta
A vivência vem com a iniciativa de refletir as histórias de vida, a partir dos direitos humanos, como foco nos princípios humanitários, a partir da metodologia da educomunicação, que usa os meios de comunicação como meio de aprendizagem, despertando o pensamento crítico sobre as temáticas envolvidas. A iniciativa realiza as ações mediadas pelo uso dos meios de comunicação como celular e as máquinas fotográficas profissionais para a elaboração de um produto de audiovisual, a partir das percepções dos jovens, com foco no princípio da humanidade.
Os princípios fundamentais para o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, parceiros do CCBJ nessa iniciativa, são os princípios da Humanidade, imparcialidade, neutralidade, independência, voluntariado, unidade e universalidade. Esses sete princípios regem a ética do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, com sua missão em ajudar as pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, e outras emergências. Nessa vivência foi escolhido o princípio da Humanidade para ampliar e conectar com as realidade dos jovens participantes.
Conectando ideias, histórias e cenas, o princípio da humanidade também vem conectar os jovens envolvidos no projeto Uz Crias. Riana Kelly, uma das jovens atendidas pelo projeto, descreveu como foi vivenciar o dia do início da criação do roteiro, gravação e visita pelo Cineteatro São Luís. “A minha experiência aqui foi tão legal porque é a minha primeira vez e tá sendo mais legal ainda porque ta sendo com meus amigos e minhas amigas”.
Esse conceito abrange todos os demais princípios e se apoiam no entendimento de que o sofrimento é universal e não pode ser tratado com indiferença, por isso o respeito pela dignidade humana é primordial e implica em proteger as pessoas, independente de quem sejam ou do que fizeram. Assim o movimento presta auxílio sem discriminação, visando reduzir o sofrimento humano. O princípio da Humanidade favorece a compreensão mútua, a amizade, a cooperação e a paz duradoura entre os povos.
“Tem sido muito estimulante e muito bacana, multiplicar os conceitos desses princípios com a história de vida e o universo simbólico também, dos moradores do bairro do Bom Jardim.”, pontuou Daniel M. Mamede, assessor em Fortaleza do Programa para Pessoas Desaparecidas e Suas Famílias do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Relembre a parceria entre CCBJ e CICV: Centro Cultural Bom Jardim (ccbj.org.br)
Uz Crias na telona
Em uma outra parceria com o CICV, a turma dos Uz Crias foram convidados para uma participação especial no elenco do documentário, produzido pela organização internacional, gravado na Praia de Iracema. Sobre a participação dos Uz Crias no documentário da organização, leia: Centro Cultural Bom Jardim (ccbj.org.br) .
Desta vez, fruto de mais uma ação em parceria, os jovens participantes integram a vivência em destaque e farão a exibição de suas produções audiovisuais em uma evento institucional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, previsto para acontecer em maio deste ano. A elaboração deste produto é resultado dos encontros, realizados no CCBJ e no Cineteatro São Luiz, com o encontro vivência de elaboração de roteiro, no sábado (16 de março).
Na ocasião, os jovens receberam a equipe do CICV, vindos do escritório de Brasília, exclusivamente para essa ação, no São Luiz (centro de Fortaleza) e tiveram momentos de apresentação da organização, noções sobre os direitos humanos e princípios humanitários, noções de storytelling e uma oficina de início de elaboração de roteiro. Além disso, os participantes realizaram uma visita guiada pela equipe do cineteatro, conhecendo o tradicional e um dos mais antigos cinemas de Fortaleza.
O São Luiz acolhe os jovens para esse momento especial da vivência na sala recém-inaugurada Seu Vavá, uma sala de cinema menor, no andar acima do salão principal, com um patrimônio das cadeiras originais do cineteatro, desde 1958. Em maio, ambas produções, o documentário com participação do Uz Crias e a produção audiovisual, oriunda da vivência serão exibidas no salão principal do São Luiz.
O Cineteatro São Luiz integra a Rede de Equipamentos da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT), assim como o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), geridos pelo Instituto Dragão do Mar (IDM).
Créditos: Acervo CCBJ, por Mar Pereira e Paulo Felix.
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