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PERIFERIA EM DESTAQUE: CCBJ É PREMIADO NA FEIRA DO CONHECIMENTO

21/11/2025

O equipamento esteve presente na 9º edição e recebeu premiações pelo Programa de Cultura Digital O equipamento esteve presente na 9º edição e recebeu premiações pelo Programa de Cultura Digital

Mergulhados no conhecimento, a juventude periférica potencializa a produção local em competições estaduais. O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA-CCBJ), representou o Grande Bom Jardim na 9ª Edição da Feira do Conhecimento (FDC). Com o tema “Planeta Água: a cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”, o equipamento ganhou premiações e reconhecimento em setores digitais e audiovisuais.

Em destaque, o Programa de Cultura Digital marcou presença importante na feira. Além de participar no Espaço Ceará Jogos, com o espaço Jardim de Arte Digital e competições, os estudantes da área receberam o 1º e 2º lugares da primeira Game Jam CE. Os vencedores foram os jogos “O Oceano Começa Aqui” (Equipe BJ Devis) e “Mar a Dois” (Equipe Quintura Digital).

O CCBJ esteve presente durante toda a Feira, ocorrida de 6 a 8 de novembro, no Centro de Eventos do Ceará, com os Programas de Audiovisual e de Cultura Digital do equipamento. No audiovisual, a FDC contou com a “Mostra Cine Lab BOMJA”, com a exposição “O Grande Bom Jardim, uma história audiovisual” e oficinas de animação.

A ideia da mostra não competitiva de curtas-metragens cearenses era valorizar a produção local e fomentar o audiovisual como instrumento de arte, cultura e educação, e da exposição era trazer como destaque a história do território do Grande Bom Jardim que se faz até hoje através do Audiovisual.

O equipamento também contou com caravanas para levar mais de 130 alunos das turmas. A oportunidade teve apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) do Governo do Estado do Ceará.

De Caravanas em direção ao Palco

O Programa de Cultura Digital levou parte dos diversos projetos trabalhados nas turmas. Como a exposição “Jardim de Arte Digital”, mostra itinerante de projetos de computação física criados por estudantes do curso de Longa Duração em Cultura Digital. A vontade dos estudantes de permanecer no programa é tamanha que foi criado o Núcleo Criativo de Cultura Digital, formado por egressos que continuam produzindo.

As produções geraram produtos que se transformaram em máquinas de fliperama e jogos interativos. Entre os jogos estavam um de futebol 2D multijogador, dinâmica musical estilo Guitar Hero com guitarra artesanal e uma marreta interativa para amassar marmotas (Whac-A-Mole), além de um jogo de realidade virtual. Todos os projetos de arte digital e jogos apresentados na FDC foram produzidos totalmente com o uso de softwares livres e de código aberto.

Diêgo Barros, coordenador do Programa de Cultura Digital da ECA-CCBJ, explica o engajamento dos estudantes em trabalhar a relação entre o virtual e o real. “Então, tudo isso tem muito fruto do esforço dos estudantes, da vontade de criar a arte deles, com a orientação dos professores. Se não tivesse esse empenho dos estudantes, de que eles querem mostrar que o Bom Jardim faz arte digital, a gente não conseguiria”, reflete o coordenador pedagógico.

O momento mais marcante no evento foi no anúncio dos resultados da 1ª Game Jam CE, uma maratona criativa que reuniu desenvolvedores, artistas e educadores em torno do tema “Mar de Ideias – Cultura Oceânica no Ceará”. O Programa de Cultura Digital ficou com o 1º e 2º lugar da competição, com os respectivos jogos “O Oceano Começa Aqui” (Equipe BJ Devis) e “Mar à Dois” (Equipe Quintura Digital). Ambas as equipes fazem parte do Curso Técnico em Programação de Jogos Digitais.

Com talento, criatividade e muita dedicação, as turmas colocaram o território do Bom Jardim em destaque no cenário dos jogos cearenses / Reprodução: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) do Governo do Estado do Ceará.

Para Alexa Sousa, estudante que faz parte da equipe BJ Devis, a premiação teve caráter coletivo de todos que participaram da jornada. “Quando subi para receber o prêmio, o choro simplesmente veio. Foi algo muito forte. Não é só uma premiação, é a prova que quando a periferia ocupa esses espaços, a gente brilha”, conta a programadora e game designer.

Vladson Alves, ilustrador e animador do premiado “Mar à Dois”, considera o destaque como referência para mostrar as produções digitais periféricas. “É sobre tirar mais os holofotes de grandes bairros referências em jogos e trazer para nossa casa, a periferia, mostrando que não existem coisas bem feitas só nos bairros nobres”, discorre Vladson. 

Além do Game Jam CE, o Programa ficou em 3º lugar na Mostra Ceará Jogos. Desenvolvido por adolescentes do Núcleo Criativo, o jogo Animal Wish ficou em na terceira posição da categoria Iniciantes. O game ainda está em produção, mas sua primeira versão está disponível para jogar pelo link: https://roguefairyacademy.itch.io/animals-wish

Na Cena Animada

Trazer o cinema da periferia para fora de festivais foi uma das atividades potencializadas pelo Programa de Audiovisual do CCBJ. A Mostra Cine Lab BOMJA reuniu curtas-metragens cearenses que atravessam diferentes territórios, tempos e sensibilidades. Além da mostra, o Programa de Audiovisual da ECA em pareceria com o REMA (Repositório da Memória e Arquivística Audiovisual do Grande Bom Jardim) expôs produções do Grande Bom Jardim no estande e a oficina de Animação de Papel com Dil Nascimento e Paulo Carter, este último formado pela última turma do Extensivo em Audiovisual.

Na oficina, foi conversando sobre cinema, focando nos princípios de animação e construção óptica. Os adolescentes, enquanto isso, desenhavam e pintavam. “A ideia mesmo é que despertasse a curiosidade sobre animação, mas dizer que também é possível fazer animação em Fortaleza e que tem animadores muito talentosos da periferia da cidade”, explica Paulo Carter. 

As produções audiovisuais expostas na mostra não-competitiva compreendiam a região do Grande Bom Jardim, outras periferias da Cidade e o interior do Ceará. A iniciativa amplia as perspectivas de um cinema fora do eixo. Apresentando as potências das produções audiovisuais periféricas. Na categoria “animações”, tiveram as obras “Maré Braba” do Instituto Terramar, “Fotossíntese” de Rodrigo Viveiro e “Arca D’água” de Paulo Carter.

O Programa de Audiovisual, até o presente momento, possui nove produções presentes no REMA, apresentados no Mural da Feira do Conhecimento  / Reprodução: Centro Cultural Bom Jardim

Para Elena Meirelles, coordenadora do programa, a presença na feira foi essencial para informar ao público sobre as formações do equipamento e a riqueza audiovisual da região. “Acho que isso é o interessante desse espaço da feira para um público muito amplo. Tinham muitas escolas, muitos jovens, muitos adolescentes que acabaram conhecendo esse espaço de formação, abrindo os horizontes de possibilidades”, conta. 

Sobre o Programa de Audiovisual

O programa vem com o compromisso de formar profissionais e artistas, mas também espectadores, ouvintes e leitores críticos, que possuirão as ferramentas necessárias para contarem suas histórias e utilizar a linguagem para visibilizar as mais diversas existências de corpos, opiniões, modos de vida, cosmovisões e expressões identitárias. O ensino de audiovisual na periferia traduz ainda a importância de contestar os estigmas de representação da mesma nos veículos de comunicação hegemônicos, perpetuadora de diversas formas de violência e aniquiladora das possibilidades de existência plural e diversa inerente a qualquer e a toda população.

Sobre o Programa de Cultura Digital

O programa tem como objetivo a democratização do acesso às tecnologias digitais e à formação artística neste campo criativo e, para isso, utiliza somente softwares livres em todos os seus processos formativos e nas criações de arte digital e jogos. O CCBJ tem atuado no apoio, no incentivo e no fortalecimento da Cultura Digital, através do oferecimento de cursos básicos e percursos formativos que dialogam com as experiências culturais vivenciadas no ambiente virtual. Com a participação nas formações, a comunidade tem a oportunidade de passar da condição de consumidores a criadores de conteúdo e difusores do conhecimento.

Embora o conceito de Cultura Digital seja amplo, este programa visa atender as demandas de um Centro Cultural com uma história no campo artístico, existindo um direcionamento da área para alguns tópicos como: inclusão; novas mídias; linguagens eletrônicas; suporte e integração a outras áreas.

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