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LABS CCBJ 2022: “Orquestra Sagrada” leva a musicalidade do terreiro Abassá para as plataformas digitais

08/12/2022

“Orquestra Sagrada: os sons que o terreiro faz” visa investigar as influências/relações das musicalidades trabalhadas no Abassá de Omolu Ilê de Iansã com as manifestações culturais da cidade de Fortaleza. O projeto faz parte dos Laboratórios de Pesquisa em Música 2022 aqui no Centro Cultural Bom Jardim. 

O Abassá nasceu no final dos anos 1950, com o nome de Centro Espírita de Umbanda São José de Aruanda, governado por Mãe Valdívia. Em 1984, vivencia uma mudança: o Templo passa a cultuar os orixás, se tornando da nação Omoloko. Assim, o terreiro recebe o nome de Abassá de Oxalá Ilê de Oxum. Após a morte de mãe Valdívia e já sob a liderança de pai Wanglê, passa a ser conhecido como Abassá de Omolu Ilê de Iansã.

A partir desse contexto histórico e da reflexão de como se construiu a musicalidade nas manifestações populares em Fortaleza, a pesquisa “Orquestra Sagrada: os sons que o terreiro faz” visa uma organização dos pontos e toques sagrados nas mídias digitais, para que atue como uma contribuição na formação do culto sagrado aos filhos da Casa e para o restante da comunidade civil que tenham o desejo de reparar os danos do racismo religioso.

Ao entrar na corrente, lugar onde os filhos da casa Abassá de Omolu Ilê de Iansã vão para desenvolver suas espiritualidade e mediunidade, receber os guias espirituais, se entregar aos santos, Ilton Rodrigues, proponente do projeto, junto com alguns amigos em comum do terreiro, sentiam grande dificuldade de entender vários das músicas, chamadas de pontos, que eram cantados no terreiro. A partir disso, Pedra Silva, irmã de santo de Ilton, teve a ideia de escrever e submeter um projeto de pesquisa para os LABS CCBJ, com o objetivo de produzir um álbum com alguns desses pontos.

A ideia é poder publicar esse álbum em plataformas digitais como o Spotify, para que tanto os filhos da casa quanto a quanto pessoas que se interessam em descobrir mais sobre o universo da Umbanda, possam ouvir essas músicas em qualquer lugar. “A gente recentemente passou dois dias imersos dentro do estúdio do CCBJ gravando essas músicas. Foi muito bom poder estar cantando essas músicas e poder ouvi-las daqui algum tempo nas plataformas digitais, compartilhando com outros irmãos da casa”, conta Ilton.

Além disso, Ilton conta que os processo de pesquisa do Laboratório permitiu que os proponentes investigassem as as músicas que estão sendo gravadas, fazendo um panorama histórico da casa: “Ao mergulhar na pesquisa, com a tutoria, com o pai e a mãe de santo que são as pessoas mais antigas da casa a gente acaba descobrindo raízes, a gente percebe que a nossa casa é a terceira geração dessa nação que surge aqui dentro das várias matrizes africanas”, conta.

Através das plataformas digitais, o projeto “Orquestra Sagrada: os sons que o terreiro faz” constrói uma ponte entre o terreiro Abassá de Omolu Ilê de Iansã e a sociedade civil no geral, permitindo que a cultura trazida pelas músicas atravesse os portões da casa e abracem o mundo, levando a história do terreiro ao mesmo tempo que fazem um novo capítulo na história dos pontos do Abassá.

LABS CCBJ 2022

O Laboratório de Pesquisa é um dos eixos formativos do Centro Cultural Bom Jardim, equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Estado do Ceará (SECULT), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio da sua Escola de Cultura e Artes, que propõe a experiência imersiva dedicada à pesquisa em Artes. Na sua edição de 2022, os LABS CCBJ terão vigência de 5 meses e contemplam 10 projetos cada um dos seguintes segmentos: Teatro, Dança, Música, Audiovisual e Cultura Digital. 

O CCBJ irá produzir materiais especiais de apresentação dos processos de pesquisa de cada um dos grupos que integram os LABS CCBJ 2022 até o final do ano, período em que ocorrerá os processos de partilha dos laboratórios com a comunidade. Acompanhe as publicações através do InstagramFacebook e site do CCBJ.

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