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LABORATÓRIOS DE PESQUISA 2025: CCBJ INICIA AS ATIVIDADES DOS PROJETOS

28/11/2025

O momento aconteceu no dia 14 de novembro com a Dj Miloca, integrando os laboratórios ao Festival A Coisa Tá Preta O momento aconteceu no dia 14 de novembro com a Dj Miloca, integrando os laboratórios ao Festival A Coisa Tá Preta

Novos projetos de pesquisa nas linguagens de Audiovisual, Cultura Digital, Dança, Música e Teatro estão a florescer no Grande Bom Jardim. O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) integra a Rede Pública de Espaços e Equipamentos Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerido em parceria Instituto Dragão do Mar (IDM). As atividades dos Laboratórios de Pesquisa de 2025 iniciaram no dia 14 de novembro e a cerimônia de abertura contou com a apresentação da Dj Miloca, conectando o momento ao Festival A Coisa Tá Preta.

Os Laboratórios de Pesquisa são organizados pela Escola de Cultura e Artes (ECA-CCBJ), proporcionando experiência imersiva dedicada à pesquisa em artes. Os 10 projetos selecionados têm direito a auxílio financeiro de R$15.000,00 (quinze mil reais) e acompanhamento de um(a) professor(a) mediador(a). A seleção recebeu 73 inscrições e o processo contou com uma banca de pareceristas, com representações da gestão compartilhada e do IDM.

Com vigência de cinco meses, a pesquisa permite a experimentação de metodologias e a investigação de temas e formatos pertencentes aos saberes e fazeres de cada linguagem artística. Os laboratórios são organizados em cada eixo temático da ECA-CCBJ: Audiovisual, Arte Digital e Jogos, Dança, Música e Teatro. Foram priorizadas para a seleção pessoas negras, indígenas, quilombolas, LGBTQIA+, com deficiência ou moradores do Grande Bom Jardim.

Olhares Coletivos

Nascido e criado no Grande Bom Jardim, Diego Furtado começou a frequentar o equipamento em 2018. Em 2024, assumiu a supervisão dos Laboratórios de Pesquisa e dos Ateliês de Produção, acompanhando a produção e a pesquisa dos artistas. “Também já pude estar no CCBJ enquanto artista, me apresentando mais de uma vez na Mostra das Artes”, conta o supervisor. 

O momento da abertura foi essencial para apresentar a diversidade temática entre os projetos selecionados. Como é o caso dos projetos musicais que estão em processo de pesquisa de composição. Há projetos de danças sobre a trajetória da cena do hip-hop, que tem relação com a capoeira e outras pesquisas que relacionam corpo, cultura e memória. No Teatro, um projeto que traz um olhar sobre os prédios antigos da cidade e na Cultura Digital, pesquisas sobre reisado e cultura popular. “Eu acho que,nos últimos anos, é o laboratório que mais as temáticas dos projetos se apresentaram diferentes, uma potencialidade muito rica do ponto de vista da pesquisa”, analisa Diego.

A criação do espaço de proximidade ajuda, ao longo do processo, a identificar ideias que abrem diálogos com outras. Intercambiando, materializando e coletivizando os projetos sem que haja a necessidade de entrega de uma obra artística ao final do processo. Ao final do percurso, é destinada uma partilha para a comunidade e para a cidade sobre as pesquisas.

As expectativas para essa edição são que os projetos construídos e as pesquisas desenvolvidas cheguem a outros territórios da cidade. “Um desejo que a gente tem é de circular com essas pesquisas pela cidade, fazer com que a cidade compreenda melhor o laboratório do CCBJ”, explica Diego.

Bom Jardim Caboco

Cordéis Internetantes permanecem fazendo apresentações mesmo após a finalização dos Laboratórios / Reprodução: Centro Cultural Bom Jardim

Edson Oliveira, cordelista e educador popular, participou dos Laboratórios de Pesquisa em 2024, na categoria música, com a pesquisa Cordéis Itinerantes. O objetivo central era o resgate da memória do Bom Jardim por meio da composição de cordéis musicalizados. Junto com Mateus Honori e Pedro Anderson, Edson trabalhou a pesquisa com a colaboração da população, coletando as histórias da forma em que o povo conta rotineiramente.

“Quanto à relação do diálogo com a memória da comunidade, isso foi o mais interessante, porque a pesquisa se deu junto à população. A gente visitou e conversou com muita gente e com a minha própria memória também, porque sou morador do bairro há mais de 40 anos, eu também tenho minhas histórias para contar”, apresenta Edson. 

“A gente transformou essas histórias em cordel. Sou cordelista. E, depois, musicalizamos os cordéis e finalizamos o projeto com o espetáculo, constando todas essas músicas que a gente conseguiu produzir”, explica. Embora o laboratório tenha sido realizado há mais de um ano, a pesquisa ainda está gerando novas apresentações, como no festival Rock Cordel, em abril de 2026, no Centro Cultural Banco do Nordeste. A pesquisa de composição parte em coletivo com o grupo Caixeiros Viajantes. 

Sobre os Laboratórios de Pesquisa


Os Laboratórios de Pesquisa são um dos eixos formativos da Escola de Cultura e Artes do Centro Cultural Bom Jardim, que propõem aos projetos participantes e mediadores uma experiência imersiva dedicada à pesquisa em Artes.A inicitaivavisa oportunizar o surgimento de novas investigações no campo artístico cultural, ou mesmo contribuir para o aprofundamento em recortes específicos de processos artísticos que já vêm sendo realizados.

Tais experimentações poderão surgir de inquietações teóricas ainda não exploradas pelos pesquisadores, ou de processos investigativos já em desenvolvimento,sem que haja a necessidade de entrega de uma obra artística ao final do processo.

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