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Cultura digital e educação: de dentro para dentro

31/01/2024

Presentes na vida uns dos outros há tanto tempo, eles têm dificuldade de recordar como se conheceram, mas permanecem juntos até mesmo na empreitada de desenvolver um projeto de pesquisa.

Encabeçado por Ariadna da Silva, 26, Eli Rodrigues, 26, e Gabriely Silva, 28, o projeto “Cultura digital e educação: o processo de ensino e aprendizagem” se propôs a investigar a inserção da cultura digital nas salas de aula, por meio do Laboratório de Pesquisa da Escola de Cultura e Artes do Centro Cultural Bom Jardim (ECA/CCBJ).

Professora da educação básica, Gabriely já observava a presença do universo digital nas salas de aula. Quando fez um curso de marketing durante a pandemia, visualizou o potencial de geração de renda proporcionado pelas ferramentas digitais. Inicialmente, o grupo pensou em voltar a pesquisa para a compreensão da potencialidade deste meio para a empregabilidade.

Ao lado de Ariadna e Eli, que também atuam como educadores, o tema do projeto deste grupo até poderia ser outro, mas provavelmente seguiria voltado à educação. Os processos relacionados ao digital eram também presentes na vida de Ariadna, que já havia participado de projetos voltados para a educação midiática, relacionados a fake news e manuseio de dados.

Com objetivo de produzir um artigo científico a respeito do tema, eles partiram de um referencial teórico e aplicaram questionários a estudantes e professores de uma escola, localizada entre os bairros Vila Pery e Parque São José. Em seguida, realizaram uma análise dos dados recolhidos.

Apesar da experiência prévia dos três com o desenvolvimento de pesquisa, o processo não ocorreu sem dificuldades. Quando receberam oficinas de análise de dados ao final do percurso formativo, depararam-se com a complexidade da tarefa, considerada um dos maiores desafios encontrados pelo grupo.

A limitação de tempo os impediu de realizar o produto que gostariam, mas não os pararam na produção daquilo que mais sentiram dificuldade de fazer: a análise de dados coletados por eles por meio dos formulários, apresentada na Partilha Final dos Laboratórios de Pesquisa da ECA/CCBJ, momento em que cada grupo compartilha suas descobertas, experiências e produtos.

O grupo se utilizou de um referencial teórico, aplicação de questionários e análise de dados. Na segunda etapa da pesquisa, eles trabalharam com duas turmas, uma regular e outra digital. Ao fim do processo, eles traçaram o perfil digital dos 25 alunos entrevistados a fim de investigar a percepção e a relação destes com a cultura digital e com a educação.

Entre as descobertas que tiveram durante o processo, Eli Rodrigues aponta o esvaziamento de senso crítico como uma das questões que chamaram sua atenção. A plataforma Cloe, com a qual o grupo entrou em contato durante a pesquisa, conta com a mediação de um professor e, de acordo com Eli, não abre margem para o desenvolvimento de senso crítico nem fomenta debates. 

Focados no ensino de jovens entre 11 e 13 anos, outra delimitação definida por Gabriely, Eli e Ariadna, que vivem nos respectivos bairros Canindezinho, José Walter e Bom Jardim, foi a abordagem em área periférica. “A gente enxerga a periferia como potencialidade”, afirma Eli Rodrigues, que pontua a necessidade que os pesquisadores sentiam de produzir para dentro da periferia.

Por esse motivo, até o encontro com o oficineiro, a direção da pesquisa seria outra. Depois das oficinas relacionadas à análise de dados, eles precisaram recalcular a rota e estabelecer novos objetivos de pesquisa, buscando obter quais ferramentas digitais mais utilizadas pelos estudantes e como enxergam as ferramentas digitais, entre outras questões.

O artigo que planejavam escrever sobre o tema permanece nos planos dos pesquisadores. Ariadne, estudante de Serviço Social, pensa até na possibilidade de se utilizar da pesquisa para a produção do seu trabalho de conclusão de curso. Os três amigos seguem com o desejo de produzir, como diz Eli, “de nós para nós”.

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