“Câncer não pega em ninguém. Não precisa ter vergonha”
“Eu vou contar minha história para você contar a tantas outras”. É com disposição em falar que venceu o câncer e com o astral lá em cima, que Teresa Maria de Souza de 72 anos, com mais de 20 sendo moradora do Grande Bom Jardim, Siqueira relata sua história de luta contra o câncer.
Com sorriso no rosto e muito bom humor ela fala que em 2010, numa consulta de rotina, para receber a alta do câncer o médico perguntou como ela estava e disparada ela respondeu: “Vou bem, mas aqui só tem a amostra grátis doutor”, se referindo à mama retirada.
Dois cachorros de grande porte recepcionam a equipe CCBJ.“Pode entrar, a pretinha e este outro aí são mansos”. Fala Terezinha, dando boas vindas a equipe CCBJ, e justificando a presença dos integrantes da casa. Pretinha é sua companheira, além da filha e neta, que moram na casa e mais o outro cachorro da filha, que Terezinha nem lembrava mais o nome. “ É um nome estranho, sei nem falar”, diz ela com bom humor. Além dos dois cachorros que participaram da entrevista conosco, sentados na sala, tinha também um gato deitado na cadeira. Foi assim, na sala da sua casa, na companhia dos animais, entre alguns porta-retratos com lembranças dos filhos, uma TV grande, um sofá e uma rede que Teresinha abre seu coração e compartilha sua jornada de enfrentamento ao câncer de mama.
Como descobriu o câncer
“O bico do peito estava entrando e pensei logo, que arrumação é essa? E começou a sair uma secreção com mau cheiro, mas nada era dolorido. ”, relata Tereza ao falar lembrar de como descobriu o câncer, em 2010. Segundo ela, os primeiros médicos não chegaram ao diagnóstico do câncer. “Eu me toquei logo, esse é irmão desse. Isso é negócio de câncer. Depois de tentar de novo com outro médico, eu já recebi o resultado”.
Em dois meses, após o diagnóstico, consultas, ultrassom mamária, mamografia, ela conseguiu operar, onde foi retirada uma mama. Quando descobriu em seguida, foi à luta “Eu não reneguei o câncer, ele não pega em ninguém, então pronto não tive vergonha. Eu aceitei e fiz todos os procedimentos e hoje venci, mas não tem como não ficar nervosa”.
Após isso seguiu com oito sessões de quimioterapia e mais 25 de radioterapia e três anos tomando coquetel de remédios, fora as consultas e exames de rotina. Teresinha conta que foi um período muito difícil da sua vida e é preciso ter disposição e disciplina para cumprir a jornada de ações preventivas e combate ao câncer.
“Hoje estou curada há dez anos”, fala Terezinha com sorriso no rosto e dizendo que nunca teve vergonha da sua condição. Descobriu, enfrentou e hoje comemora sua cura, contudo está na fila de espera do posto para fazer um último exame e receber a alta de vez do médico. “Estou acompanhando a fila de espera para fazer o exame e hoje eu não fumo e nem bebo mais”. O médico tinha atribuído o hábito de fumar como fator preponderante ao câncer.
As lutas diárias
Atualmente, Teresinha tem outra missão além do câncer, é a busca do seu filho que saiu de casa alguns anos e sempre que alguém lhe avisa que viu ele em algum canto, ela vai conferir. “Eu só vivo agora procurando meu filho perdido, taí já fui de novo e nada”, contextualiza. Naquele dia da entrevista, a rede estava armada na sala ao chegarmos, pois Terezinha revelou que chegou cansada de mais uma tentativa em busca de seu filho, após uma pista. Porém sem sucesso. E assim segue a vida de Tereza superando a cada dia os desafios da vida.
Mensagem de apoio às mulheres
“Mulheres têm que se cuidar, se apalpar, e correr logo para o médico e ter mais de uma comprovação. O meu primeiro não viu o câncer, eu insisti e no segundo eu achei o bicho e tirei ele. Vá logo fazer seus exames de rotina, o câncer cresce rápido e eu hoje vivo bem”, mensagem de Teresinha para todos e todas que acompanham este conteúdo.
“Se toca!”
É uma campanha de comunicação do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Estado do Ceará (SECULT), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). Tem por objetivo propagar as narrativas das mulheres do território do Grande Bom Jardim, com diagnóstico de câncer de mama e alertar tantas outras mulheres, quanto aos cuidados em preventivos, por meio de suas histórias de vida.
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