Que cidadania cultural queremos? Para responder essa pergunta, o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) realiza a VIII Semana dos Direitos Humanos – SDH. A programação é desenvolvida pelo setor de cidadania cultural do equipamento e tem início amanhã, 5. A agenda se estende até o dia 13 de dezembro com atividades e atrações diversas e gratuitas para todos os públicos.
A agenda da Semana dos Direitos Humanos traz ao Centro Cultural Bom Jardim atividades e atrações voltadas à arte, à preservação ambiental e à saúde mental. O evento agrupa os eixos de atuação do Núcleo de Articulação Técnica Especializada (NArTE). A SDH estabelece discussões acerca da atuação do setor nos próximos anos e fortalece as relações que vem construindo com a comunidade, o território do Grande Bom Jardim e bairros próximos, como o Genibaú.
Na quinta-feira, primeiro dia de evento, a atividade que abre a SDH acontece na Comunidade São Francisco. Na sequência, ocorre a exposição do Lonart, um dos grupos acompanhados pelo NArTE. A sexta-feira, 6, é dedicada à preservação ambiental. A agenda do dia traz a participação de organizações como a ASCABOMJA (Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Grande Bom Jardim), o Fórum de Políticas Ambientais do GBJ, o Pantanal em Ação e outros grupos.
No sábado, o Centro Cultural Bom Jardim tem programação cheia. Além de saraus, espetáculos de dança e de música e outras atrações, haverá a exibição do documentário É Mais do Que Se Vê e do curta-metragem Uz Crias na Periferia, realizados pela parceria entre o CCBJ e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Os filmes tiveram estreia no Cineteatro São Luiz e agora voltam para casa.
No evento, o NArTE propõe diálogos sobre cidadania, cultura e direitos com a comunidade. A programação do evento foi construída junto das Iniciativas de Desenvolvimento Comunitário, organizações que atuam no Grande Bom Jardim e tiveram suas atividades impulsionadas pelo equipamento por meio de Chamada Pública.
O NArTE nasceu em 2017, complementando as frentes de atuação do Centro Cultural Bom Jardim. O equipamento foi pioneiro na Rede de Equipamentos de Cultura do Estado do Ceará (RECE) da Secretaria de Cultura (Secult CE), pela implementação de um setor voltado à cidadania cultural. A partir da criação do NArTE, o CCBJ fortificou sua atuação na promoção de direitos humanos no Grande Bom Jardim.
Confira a programação completa: Semana dos Direitos Humanos 2024
Sete mulheres do Grande Bom Jardim se reúnem por meio do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) e, com mediação da educadora social Narah Adjane, realizam atividades de colagem, pintura, desenho, stencil e outras linguagens. No dia 5 de dezembro, o grupo Lonart realiza a exposição “Rabiscando a arte da vida”. Para encerrar 2024, elas exibem as produções realizadas ao longo do ano.
A exposição faz parte da programação da Semana dos Direitos Humanos, desenvolvida pelo Núcleo de Articulação Técnica Especializada (NArTE) do CCBJ. De acordo com Narah Adjane, educadora social do setor, o Lonart faz parte de um conjunto de atividades descentralizadas realizadas pelo NArTE. O intuito é promover o fortalecimento comunitário e a cidadania cultural no Grande Bom Jardim.
Tudo começou quando Narah Adjane convidou o Grupo Produtivo Criart e a ASCABONJA (Associação de Catadores do Bom Jardim) para participar de oficinas de artes visuais na sede do coletivo Criart. Elas utilizam materiais de lona para fazer costura de bolsas e, por meio das oficinas, customizavam os produtos. A ideia era unir arte e sustentabilidade. O grupo era formado por 12 pessoas e hoje se mantém com sete: as mulheres que integram o Criart.
Desde 2022, Ariadna da Silva, Cristina Nascimento, Fátima Celestino, Lutiane Silva, Luzia Nascimento, Maria Valentina, Vicença Soledade e Narah se encontram uma vez a cada mês. Elas começaram a trabalhar com o resíduo de lonas de banner, daí o nome do grupo. Cristina Nascimento conta que o Criart já havia produzido alguns produtos com o material, além de utilizar retalhos e óleo saturado. Tecidos de guarda-chuva, almofadas, bolsas e até sabão ecológico são algumas dessas produções comercializadas pelo coletivo.
Para Cristina, o Lonart possibilitou outros tipos de criação. A participante conta que Narah Adjane dá dicas e direcionamentos, mas explora e instiga a criatividade das participantes. O Lonart consiste em oficinas artesanais que têm como base as artes visuais. O projeto do CCBJ une o trabalho realizado pelo Criart com as técnicas e a criatividade artística do desenho, da pintura e da colagem, mas também fortalece as relações dentro do grupo.
Rabiscos que se criam na força da coletividade
Narah Adjane explica que as produções do Lonart refletem questões do cotidiano das participantes e que o grupo expandiu suas atividades para além do foco produtivo. “Conforme o tempo foi seguindo, o grupo foi percebendo a necessidade de trabalhar questões sobre o cotidiano, partilhando vivências e se fortalecendo através dos encontros”, diz a educadora social do NArTE.
“Ao longo do tempo, a gente viu que era necessário ter conhecimento de quem somos”, afirma Cristina Nascimento. A integrante do grupo conta que Narah Adjane propõe dinâmicas para que as participantes se conheçam mais, troquem experiências de vida e estreitem os laços de parceria. “Não fica só aquele grupo de produção, mas de acolhimento”, complementa. Por isso, elas não perdem um encontro.
“A gente se encontra uma vez no mês e é muito importante, a gente não perde esse dia da gente se encontrar, se rever, olhar olho no olho, se abraçar e de criar”, afirma Cristina. Para além das oficinas, o NArTE também promoveu passeios para as mulheres do grupo. Cristina lembra o passeio à Praia de Iracema e conta que algumas participantes nunca tinham ido ao ponto turístico. “Isso foi muito importante; a gente se ver parte dessa cidade, não somos só do Bom Jardim, somos do mundo”, afirma.
A conclusão que ela tira da experiência com o Lonart é a de que elas são mulheres que podem alcançar o que quiserem. “A oficina faz a gente acreditar que a gente é além do Bom Jardim. Somos pessoas, estamos vivas e queremos ir além”, declara. A exposição conta com um ensaio fotográfico e um apanhado das produções criativas das sete mulheres do território. Mas a ocasião também funciona como uma celebração às vivências construídas pelo grupo.
“Exu te ama” estampou os muros do Centro Dragão do Mar de Arte (CDMAC) e Cultura e chamou a atenção de muitos olhos que passavam pelo centro da cidade. No dia 20 de setembro, a exposição “Festa, Baia, Gira, Cura” retornou ao seu território de origem, quando chegou ao Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ). O equipamento se despediu da exposição na segunda-feira, 25, com mais de mil visitantes.
Entre os 1017 visitantes, seis instituições passaram pela exposição de Jean dos Anjos. Escola Sonho de Criança, EEMTI Jociê Caminha de Menezes, EEMTI Senador Osires Pontes, Quintal Cultural Raimundo Vieira, Escola Santo Amaro e EEFM Almirante Tamandaré foram articulações externas que vieram ao equipamento conhecer a montagem do artista.
A exposição homenageia o terreiro Cabana do Preto Velho da Mata Escura, Ilê Asé Ojú Oya, de Pai Valdo de Iansã, localizado no Bom Jardim. “Festa, Baia, Gira, Cura” é fruto das pesquisas e observações do artista expositor com foco na festa da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas e Exu. Além das fotografias, a montagem reúne quadros e outros materiais que simbolizam rituais e festas de terreiro.
O evento de abertura e o lançamento do catálogo foram os principais destaques no período de dois meses da exposição no Centro Cultural Bom Jardim. A chegada da exposição trouxe ao equipamento o artista expositor, a curadora da exposição, Marília Oliveira, e a Secretária da Cultura do Ceará, Luisa Cela.
Festa, Baia, Gira, Cura no Bom Jardim e o poder da arte
Em “Festa Baia, Gira, Cura”, Jean dos Anjos tem como objetivo registrar a riqueza da cultura dos terreiros, a busca dos povos de terreiros pela preservação da memória da Umbanda e do Candomblé e a luta dos seus praticantes pelo fim do racismo religioso. Para Marília Oliveira, “Festa, Baia, Gira, Cura” é como um espaço sagrado.
Andrea Justino, monitora da exposição e residente do Grande Bom Jardim, conta que poucos jovens demonstraram receio ao se deparar com “Festa, Baia, Gira, Cura”. “A curiosidade logo superou qualquer resistência, e as crianças e adolescentes que visitaram a exposição com escolas e outras instituições estavam bastante engajados”, afirma.
De acordo com a monitora, muitas pessoas que não tinham muito conhecimento sobre os temas da exposição conseguiram se identificar com as histórias contadas ali. “Para muitos, a visita foi uma oportunidade de aprender, questionar e se aproximar de algo desconhecido, mas que, de algum modo, se relacionava com suas próprias experiências de vida”, diz Andrea. Entre os pouco mais de dois meses de exposição no CCBJ, alguns momentos a marcaram profundamente.
As crianças de terreiro que visitaram a exposição e se reconheciam nas obras fazem parte desses momentos. Eles logo exclamavam que eram parte daquilo. “A partir disso, surgiam conversas super legais sobre pertencimento e como é lindo se reconhecer na arte”, afirma Andrea Justino. Além das crianças, tinham os jovens que se identificavam com as representações dos Exus. Eles se viam na cor e nas histórias.
Entre os visitantes, uma senhora evangélica marcou a experiência de Andrea como monitora da exposição. Ela confessou não entender muito sobre o tema, mas se mostrou aberta a conhecer um pouco mais daquele universo religioso do qual ela não faz parte. “Aos poucos, ela foi tirando as dúvidas e, no final, olhou de novo pra exposição e falou: “Eu respeito isso tudo, é muito bonito.” Foi um momento cheio de aprendizado e respeito”, conta. “Esses momentos mostram como a arte pode conectar pessoas, abrir conversas e quebrar preconceitos”, conclui a monitora.
Assim como no CDMAC, a exposição foi dividida em quatro núcleos no CCBJ. Mas, em vez de “Exu te ama”, um dos muros do CCBJ faz referência a um ponto de Umbanda da entidade espiritual Pombagira. Em letras garrafais, está escrito “Arreda, homem, que chegou mulher”. A parede vermelha se destaca entre as verdes, mas foi na sala da multigaleria onde ficou a maior parte da exposição, com fotografias, oferendas, quadros, documentos, tecidos e outros materiais – inclusive a frase “Exu te ama”.
Três quadros estampam a lateral da sala da Cultura Digital e alguns tecidos repousam sobre as árvores do CCBJ. O equipamento, que agregou mais mil visitantes aos 25 mil que já haviam conhecido a exposição no CDMAC, ficou tomado pelos vestígios de “Festa, Baia, Gira, Cura”, fazendo jus à grande expressividade dos povos de terreiro em seu território e às raízes da própria exposição.
“O teatro é onde os sonhos são possíveis”, diz Clayton Nascimento no seu espetáculo “Macacos”, apresentado em Fortaleza no último domingo, 24. Um dia antes, os sonhos de mais uma turma de teatro do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) se faziam possíveis no palco do Quintal Cultural Raimundo Vieira. Vinte crianças se apresentaram e celebraram sua formação como novos atores de teatro.
A turma apresentou o espetáculo “Tempo de guerra, Tempo de paz” em duas sessões no evento de finalização do curso de longa duração em teatro, realizado pela parceria entre o CCBJ e o Quintal Cultural. A montagem de ficção transita entre o drama e o humor para questionar e denunciar a violência infantil. A peça propõe a possibilidade de sonhar para todas as crianças. Em uma das cenas, cada criança fala seu nome e a profissão que deseja seguir, apontando seus sonhos para o futuro.
Kelly Saldanha, supervisora do Programa de Teatro da Escola de Cultura e Artes do equipamento, contou que o professor Paulo José passou toda a primeira aula do curso tentando posicionar a turma em um círculo. No dia da finalização do curso, em contraste ao primeiro dia de aula, Kelly ressaltou a iniciativa das crianças para produzir o espaço.
Eles montaram o cenário da peça e organizaram as cadeiras para o público. “Isso demonstra uma autonomia e isso dá responsabilidade, sem perder a infância”, enfatizou a supervisora do Programa de Teatro. Paulo José, professor da turma e diretor da peça, afirmou que ele e as crianças construíram o espetáculo coletivamente. A peça tem a violência como tema central e foi pensada para questionar os adultos sobre o que fazer por crianças que, diferente daquelas, têm as vidas marcadas por situações de violência.
Mesmo tratando de um tema que não perpassa a vida da turma de maneira direta, eles buscaram trazer à peça elementos próximos das vivências da turma. As brincadeiras e os sonhos de cada um foram inseridos para aproximar as histórias contadas da realidade do elenco. Com direção do professor Paulo José, as crianças protagonizaram o espetáculo no palco e nos bastidores.
Entre as duas sessões da apresentação, os estudantes receberam os certificados de formação e foi exibido um vídeo que documenta um pouco do processo de ensino-aprendizagem do curso. Além de Paulo José e Kelly Saldanha, a produção mostra depoimentos de Maria Luísa, Ryana Vitória e Laura Sofia, recém-formadas pelo curso de longa duração em teatro do CCBJ.
Mães e pais orgulhosos riam e assistiam atentos aos seus filhos no palco. De seus assentos, muitos filmavam a peça para guardar a recordação. O público lotou o espaço nas duas sessões de “Tempo de guerra, Tempo de paz”. O evento de finalização encerrou com uma apresentação musical de Lenice Ferreira, representante do Quintal Cultural. Ela cantou músicas pedidas pelos pais das crianças como forma de homenageá-los.
O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) realiza mais uma edição do festival A Coisa Tá Preta durante todo o mês de setembro, em alusão ao mês da Consciência Negra. O equipamento integra o II Festival Afrocearensidades, evento realizado pela Secretaria da Igualdade Racial do Governo do Estado do Ceará em parceria com a Secretaria de Cultura do Ceará (Secult Ce), o Instituto Dragão do Mar (IDM) e o Instituto Mirante de Cultura e Arte.
Além do Centro Cultural Bom Jardim, a Estação das Artes, a Pinacoteca do Ceará, o Mercado Alimenta CE, o Centro Cultural do Cariri e outros espaços também compõem a agenda da programação completa do Festival Afrocearensidades. Os espaços recebem espetáculos de teatro e de dança, apresentações musicais, exposições, sessões de cinema, mesas de debate e outras ações culturais voltadas para a celebração do protagonismo negro.
Com o tema “Na Ginga dos Saberes Ancestrais”, o II Festival Afrocearensidades teve início no dia 1° de novembro e se estende por todo o mês com uma proposta de descentralização da programação. No Centro Cultural Bom Jardim, o festival A Coisa Tá Preta traz ao equipamento espetáculos de teatro e de dança, mesas de debate, seminários, oficinas, desfile, exposições e outras atrações.
A Coisa Tá Preta no Centro Cultural Bom Jardim
O evento do CCBJ entra em sua segunda edição em 2024 e é realizado pela Ação Cultural e pelo Núcleo de Articulação Técnica Especializada (NArTE) do equipamento. Além das apresentações artísticas, a Biblioteca Cristina Poeta, espaço do CCBJ cujo maior público é o infantil, volta suas atividades para a temática da Consciência Negra. Por meio de atividades de arte-educação e atrações artísticas diversas, o CCBJ estimula a valorização dos saberes e da cultura negra em diferentes idades.
Em 2023, o festival ocorreu entre os dias 16 e 18 de novembro. A culminância do evento trouxe uma programação especial ao CCBJ, celebrando o Dia da Umbanda a partir da articulação com os povos de terreiro do Grande Bom Jardim. Na segunda edição, o evento repete algumas das atividades bem recebidas pelo público no ano passado e conta com uma programação mais longa, envolvendo dois setores e mobilizando todo o equipamento e convidando a comunidade a celebrar a cultura negra.
“A coisa tá preta” é uma expressão comumente associada a situações negativas, utilizada quando acontece algo ruim, que causa desconforto ou perigo. O nome do festival propõe ressignificar o termo, relacionando a cor e a palavra “preta” a um sentido inverso àquele utilizado normalmente, dando-o uma conotação positiva. O festival A Coisa Tá Preta traz essa expressão como representação de beleza, diversidade e potência.
Confira a programação completa: Festival A Coisa Tá Preta
Os artistas de Fortaleza estão bem abastecidos quando o assunto é formação. Existem cursos em diversas modalidades e linguagens e diferentes instituições na cidade. Ainda assim, quem gostaria de se tornar técnico em Programação de Jogos Digitais ou em Teatro não tinha onde se formar até então. Além dessas linguagens, os dias 04 e 05 de novembro dão início também às turmas dos cursos técnicos em Dança e Instrumento Musical do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ).
O primeiro momento do evento de abertura dos Cursos Técnicos da Escola de Cultura e Artes do CCBJ aconteceu na segunda-feira, 4. A chegança teve DJ set Baile da Negona na programação e se deu em uma confraternização festiva com dança e música tomando a Praça Central do equipamento. O evento, que tem continuidade hoje, 5, celebra e demarca os primeiros cursos técnicos na periferia da cidade de Fortaleza, somando mais três formações ao já existente CTD (Curso Técnico em Dança).
Com oferta de bolsa-auxílio no valor de R$ 2.000,00 para cada estudante, o CCBJ lançou 80 vagas distribuídas entre os quatro cursos. Eles foram lançados por meio de Chamada Pública durante o mês de setembro. Reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC), as formações são gratuitas, têm dois anos de duração e são realizadas por meio da Escola de Cultura e Artes do equipamento, com o intuito de capacitar jovens e adultos para o mercado de trabalho.
“A comunidade [do Grande Bom Jardim] tinha uma demanda de cursos mais longos, mais aprofundados”, diz Henrique Gonzaga, gerente da Escola de Cultura e Artes do CCBJ. Ele conta que a movimentação para implementar as formações técnicas foi iniciada em 2017, com a experiência dos cursos extensivos em Audiovisual, Cultura Digital, Teatro e Música. As formações mais longas já buscavam atender à demanda daqueles que frequentam o equipamento.
Impacto cultural da formação técnica em artes
A cantora, compositora e atriz Lia Maia, 42, é formada pelo Extensivo em Música do Centro Cultural Bom Jardim. Mas isso não impediu a artista de buscar uma vaga no Curso Técnico de Música. “Minha motivação foi a oportunidade de me aprofundar no estudo de um instrumento musical e consequentemente ter habilitação em violão. A chancela de curso técnico e as práticas de conjunto específicas é o diferencial entre os cursos”, conta a artista.
Lia Maia também tem expectativas de que a formação traga mais oportunidades de ministrar oficinas e cursos na área da música. “A certificação irá possibilitar facilitação de oficinas e cursos para determinadas organizações e instituições, além de ampliar o leque na oferta de oficinas e cursos livres”, revela. A relação da formação técnica com o universo profissional não é exclusividade dos planos da artista. A demanda por profissionalização nas artes foi outro fator determinante na implementação dos cursos técnicos no CCBJ.
“Antes a gente tinha pequenos cursos que não se aprofundavam muito dentro das linguagens, aí a comunidade começou a trazer que precisava de cursos mais longos, mais aprofundados, que também dialogassem com os espaços profissionais”, afirma Henrique Gonzaga. Para o gerente, a implementação deste novo eixo formativo da Escola de Cultura e Artes tem também o papel de fortalecer a cena cultural e artística da cidade.
Conforme Henrique Gonzaga, uma das preocupações na elaboração dos cursos técnicos foi a designação de professores ativos nas produções de suas respectivas áreas, a fim de que a formação também seja “um ponto de ligação entre aluno e a cena da música, do teatro, dos jogos e da dança atuais”. “Pensar os técnicos é pensar na produção artística e cultural da cidade e do estado”, afirma o gerente da Escola de Cultura e Artes do CCBJ.
A Escola de Cultura e Artes é um dos setores do Centro Cultural Bom Jardim, responsável pela oferta de formações artísticas gratuitas em diferentes linguagens e eixos formativos. O setor é formado pelos Programas de Audiovisual, Dança, Cultura Digital, Teatro, Acessibilidade e Música. Além dos técnicos e extensivos, a Escola trabalha com Cursos Básicos, Ateliês de Produção e Laboratórios de Pesquisa.
Os projetos Em Foco e Maraca na Web foram selecionados em editais lançados pela Lei Paulo Gustavo (LPG) após receberem orientação do Bússola Cultural. O serviço de assessoria técnica especializada do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) oferece atendimento gratuito para artistas, produtores e agentes culturais captarem recursos para projetos culturais e sociais.
O Edital de Apoio ao Audiovisual Cearense – Difusão, Formação e Pesquisa selecionou o projeto Em Foco, de Rafael Rodrigues. Por meio da Lei Paulo Gustavo, a convocatória é voltada para seleção e apoio a agentes culturais, como é o caso de Rafael. Com o Em Foco, o ator propõe a promoção de formação para atores e atrizes periféricos em audiovisual.
O Maraca na Web, por sua vez, é um projeto que visa dar visibilidade a artistas do Maracanaú, município da Região Metropolitana de Fortaleza, a partir de lives no Instagram e da distribuição do conteúdo gravado para que os artistas possam publicar em suas redes sociais. O projeto foi selecionado em um dos editais da LPG, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo de Maracanaú.
Oportunidade que gera oportunidade
Rafael Rodrigues conta que sonhava com seu projeto há muito tempo. “Idealizava gerar distribuição de renda e oportunidades para os artistas da periferia como eu”, afirma. Ele participou de um momento de tira-dúvidas no CCBJ, realizado pelo Bússola Cultural, sobre a Lei Paulo Gustavo. Na ocasião, a assessora técnica de projetos culturais Monique Souza informou o artista sobre a consultoria ofertada no equipamento.
“Agendei um atendimento com o Bússola Cultural, na semana seguinte tive o primeiro encontro com a Monique, que orientou como organizar meu mapa cultural, escrever o projeto”, diz Rafael. Ele também participou de um curso de escrita de projetos no CCBJ e, enfim, conseguiu colocar seu projeto em prática.
Nereu Paiva considera a orientação que recebeu de Monique Souza muito importante para a conquista do Maraca na Web, já que se trata do seu primeiro projeto. Em outubro de 2023, junto do edital, surgiu o próprio projeto. “A Monique tirou todas as minhas dúvidas e ainda me orientou em pontos que eu nem percebia que mereciam atenção”, afirma.
Os agentes culturais contam que receber o recurso do edital viabilizou a execução de seus projetos, que podem causar impactos sociais nas áreas onde atuam. “Acho que o maior impacto do meu projeto é dar oportunidades a quem não tem. Tanto aos artistas de Maracanaú de se apresentarem em um ambiente profissional como também dos nossos alunos, de terem uma formação em uma profissão relativamente nova”, comenta Nereu.
Sobre o edital, Rafael afirma: “está gerando conhecimento e renda para os artistas, que como eu, precisamos ter condições financeiras para produzir arte e cultura nas nossas periferias sem se deslocar para os grandes centros”. O papel do Bússola Cultural está no impulsionamento de projetos culturais e prioriza iniciativas artísticas descentralizadas no aproveitamento de oportunidades como essa.
Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), seleciona 20 Agentes Criativos e 20 Iniciativas de Desenvolvimento Comunitário do Grande Bom Jardim, região da periferia de Fortaleza. A seleção foi realizada por meio de duas Chamadas Públicas, lançadas entre maio e junho de 2024, pelo Núcleo de Articulação Técnica Especializada (NArTE), setor de Cidadania Cultural do CCBJ.
As Iniciativas Comunitárias recebem, em 2024, o total de R$ 12.000. Já os Agentes Criativos selecionados recebem R$ 2.000 até o final do ano. Os valores são parcelados entre os meses de julho e dezembro. Além de encontros e envio de relatórios, os Agentes Criativos realizam uma atividade por mês no CCBJ, enquanto as Iniciativas Comunitárias comprovam 100 beneficiados indiretos pelo projeto e colocam em prática o plano de ação elaborado.
Os selecionados nas convocatórias também desenvolvem uma atividade de culminância em dezembro, a ser apresentada na Semana de Direitos Humanos ou Mostra das Artes do CCBJ, e propõem contrapartidas no equipamento. Compondo as programações do NArTE/CCBJ, espera-se que as iniciativas ganhem visibilidade e inspirem outras pessoas do Grande Bom Jardim, além de fortalecer a divulgação de suas ações por meio da veiculação nas redes sociais, gerando mais valor ao trabalham que realizam no território.
Geovana Correia, coordenadora do NArTE, conta que o primeiro ciclo da Chamada Pública para Agentes Criativos ocorreu em 2020, como forma de auxiliar os jovens artistas e educadores no período da pandemia de Covid-19. “Eram 50 agentes participantes e tinha uma perspectiva emergencial de minimizar o impacto da crise humanitária que limitou a atuação”, diz. A iniciativa se manteve desde então, mas Geovana explica que a quantidade de jovens contemplados foi reduzida a fim de qualificar o acompanhamento.
A convocatória de Iniciativas de Desenvolvimento Comunitário também surgiu em 2020, voltado para manutenção das atividades e das estruturas das iniciativas contempladas de forma virtual e para o atendimento ao público em situação de vulnerabilidade social. A coordenadora aponta a utilidade do recurso na “aquisição de equipamentos ou pequenas reformas, até a estruturação de equipe e educadores mais experientes, formando capital social”.
Transformação social
Sobre o impacto financeiro da Chamada Pública para Agentes Criativos, a coordenadora do NArTE afirma: “Do ponto de vista financeiro, nós não podemos dizer que ela vai transformar vidas, mas vai garantir minimamente que aquele jovem que atua em associações, em escolas, nos projetos sociais e educacionais do seu bairro, com vista a transformação da comunidade onde ele atua, possa garantir as mínimas condições de manutenção de suas atividades com apoio a custos como transporte, por exemplo”.
“No caso das Iniciativas Comunitárias, o recurso das bolsas está voltado a investir também na manutenção das estruturas físicas, como custos de pequenas reformas, aluguéis e outras contas mensais, sempre cientes que a sustentabilidade dos espaços e a realização das atividades deve buscar sua continuidade mesmo após a finalização do período de execução”, conclui Geovana.
Além de abranger áreas e linguagens diversas, como arte educação, economia criativa, cozinha comunitária, cineclubes, baile de reggae e artes circenses, educação ambiental, terapias comunitárias holísticas e esporte, os editais têm um formato simplificado de inscrição e podem servir de perspectiva para concorrer a outros editais, já que exigem uma estruturação mínima do projeto, com planejamento e avaliação.
A coordenadora do NArTE ressalta a importância dessas atividades e serviços ofertados gratuitamente na comunidade como uma forma de democratizar acesso à cultura e à arte. Ela define as Chamadas Públicas como estratégias de descentralização das políticas culturais, buscando promover transformação social por meio do impulsionamento das ações desenvolvidas pela comunidade para a própria comunidade.
Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário
O projeto Irmão Sol Irmã Lua é uma das iniciativas contempladas em 2024 e tem como proponentes Luiz Alberto de Sousa Martins, Joice Tavares e Wesley Freitas da Silva. Eles inscreveram um plano de ação formativo relacionado à marcenaria. Luiz Alberto de Sousa, conhecido como Beto, conta que o recurso do edital ajudará a associação na compra de madeiras, já que a organização costuma utilizar materiais de reuso.
O projeto Irmão Sol Irmã Lua trabalha com ex-encarcerados, atuando na reinserção desses sujeitos na sociedade a partir da produção de renda e de autoestima. Nesse sentido, o plano de culminância do projeto, que visa o atendimento de 120 pessoas durante os cinco meses de desenvolvimento do plano no CCBJ, é fazer uma exposição das peças criadas pelos participantes da turma.
O professor Wesley Freitas afirma receber relatos positivos dos beneficiários do projeto e acredita que ser contemplado no edital de Iniciativas de Desenvolvimento Comunitário pode ampliar os impactos do trabalho desenvolvido pela associação por meio da projeção que o CCBJ pode ofertar para o grupo.
Agente Criativa
Nayonara da Paixão, agente criativa do CCBJ em 2024, tem 17 anos. Ela é uma técnica de enfermagem em formação, mas gosta muito de desenhar. A agente criativa descobriu o poder do desenho como forma de expressão no CCBJ há algum tempo e se utiliza da prática sempre que se sente mal. Com o projeto “Desenhando e despertando sentimentos”, Nayonara busca retribuir às crianças do Grande Bom Jardim a mesma experiência que teve.
“Eu acredito que as crianças necessitam que de alguma forma elas sejam escutadas, e a forma que eu escolhi para escutar elas foi com o meu projeto”, afirma a agente. Seu plano de ação prevê a realização de oficinas de pintura na programação do “É O Brinca”, programa do NArTE/CCBJ que propõe atividades voltadas para o público infantil aos sábados.
Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) recebe 48 propostas artísticas por meio da Chamada Pública de Propostas Artísticas para Composição de Programação de Difusão e Fruição em 2024. Ao todo, foram destinados R$100.000,00. O valor é distribuído entre as propostas nas áreas de cultura e infância, literatura, teatro, dança, música, audiovisual, artes visuais, circo, cultura digital, artes integradas e humor para compor a programação cultural do equipamento. A nova programação chega com a nova gestão da Ação Cultural, inovando o setor.
O produtor cultural Tiago Nogueira, que recebeu a missão da gestão da Ação Cultural do CCBJ em junho de 2024, afirma que uma das grandes missões do equipamento é contribuir com a cadeia produtiva de artistas periféricos, sobretudo do Grande Bom Jardim. Nesse sentido, a iniciativa abrange prioritariamente artistas e coletivos do Grande Bom Jardim e direciona sua seleção aos grupos e artistas que atuam na periferia cearense.
Ângelo William, de 30 anos, mais conhecido como Um Artista Periférico, teve sua proposta artística “É Sal ou Cena?” selecionada pela convocatória para Composição da Programação do CCBJ em 2023. O artista comenta sobre as dificuldades de se sustentar por meio da dança e conta que o incentivo financeiro da convocatória foi direcionado a despesas pessoais relacionadas à casa, lazer e alimentação.
O objetivo central do edital é incentivar a sustentabilidade do fazer artístico e movimentar a economia da cultura. Ana Paula Sales, produtora cultural do CCBJ, ressalta o papel da convocatória e de outros projetos do equipamento como iniciativas que vão além da fruição artística, funcionando como ferramenta de democratização da cultura a partir do acesso de artistas à oportunidade de receber bolsas de incentivo e estrutura de apoio aos seus trabalhos.
“Para além da programação de difusão e fruição, visamos a sustentabilidade e manutenção dos coletivos com uma trajetória de atuação”, diz Tiago Nogueira. O gestor da Ação Cultural conta que o trabalho do setor visa o fortalecimento de artistas por meio da garantia de acesso a políticas públicas, do suporte técnico, da estrutura, de bolsas de incentivo e de outras ações.
No caso de Um Artista Periférico, compor a programação do CCBJ teve um valor especial e funcionou como incentivo para seguir persistindo no seu trabalho e na arte periférica. “O CCBJ é uma casa para mim, eu sou cria desse lugar. Então sair dos cursos de formações do CCBJ, passar por outros espaço formativos na cidade, e retornar enquanto artista atuante tem um valor muito caro para mim.”
Conforme Tiago, muitas vezes essas iniciativas proporcionam a primeira experiência dentro de um centro cultural e a primeira remuneração pelo trabalho artístico. “Isso dentro de uma periferia, com complexidades como a nossa, pode contribuir com juventude, artistas no sonho de viver de sua arte”, declara.
Conheça o novo gerente e produtora da Ação Cultural
Como forma de valorizar seus trabalhadores e reconhecer seus méritos, o Centro Cultural Bom Jardim investe no crescimento interno de seus colaboradores por meio de promoções como as de Tiago Nogueira e Ana Paula Sales. Os produtores culturais estão no equipamento há cinco e seis anos, respectivamente, e ascenderam de cargos em 2024, trazendo mudanças ao setor da Ação Cultural.
Para a nova gestão, Tiago Nogueira diz que a Ação Cultural visa a garantia da programação de quinta a sábado. De acordo com o produtor, os sábados têm maior destaque na programação por possibilitar o encaixe das diversas apresentações com linguagens distintas. Ele também destaca os festivais temáticos, já consolidados no calendário anual do CCBJ, que estão “sempre visando o fazer do artista periférico para a periferia”, conclui.
Tiago Nogueira
Um dos criadores do movimento Radiola Sound System, que começou no CUCA Mondubim, Tiago chegou ao CCBJ quando o coletivo se tornou itinerante e foi contemplado no projeto Praça das Artes. Tiago se formou na segunda turma dos Laboratórios Culturais no curso técnico em Produção de Eventos Culturais da Quitanda Soluções Criativas e vem atuando como agente cultural em diversos festivais do Ceará.
Também atuou como técnico de sonorização no Porto Dragão, e em vários eventos da cidade; é um experiente produtor cultural, diretor técnico e de palco e técnico de som e iluminação. Começou no CCBJ como assistente de produção, assumiu o cargo de produtor em 2019 e, em 2024, assumiu a gestão da Ação Cultural do equipamento.
Ana Paula Sales
Recém especializada em Gestão Cultural pela Universidade do Vale do Acaraú (UVA), assistente há 5 anos na produção do CCBJ, técnica em Produção de Eventos Culturais e graduada em Turismo.
O Centro Cultural Bom Jardim é um equipamento da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE) e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM).
Confira a programação atualizada, mensalmente, no aba do site: Centro Cultural Bom Jardim (ccbj.org.br)
Conheça os artistas, grupos e coletivos selecionados para a programação de 2024
“Qual o primeiro passo para construirmos uma sociedade menos capacitista?”. É com esse questionamento que começa Nada Sobre Nós Sem Nós. O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) disponibilizou, no dia 9 de julho, o documentário que pauta a luta anticapacitista completo no YouTube.
A produção, realizada por meio do Programa de Acessibilidade da Escola de Cultura e Artes (ECA/CCBJ), é resultado de um percurso formativo que leva o mesmo nome do documentário e joga luz no protagonismo de pessoas com deficiência (PcD), unindo as formações artísticas da ECA/CCBJ com as questões relacionadas à acessibilidade e à luta anti capacitista.
A iniciativa se trata de um percurso formado por debates e ações formativas. O Nada Sobre Nós Sem Nós foi realizado em quatro edições até então, contando com eventos de culminância cuja programação é preenchida por mesas de debate, apresentações de estudantes da ECA/CCBJ e atrações artísticas de referência PCD.
O filme Nada Sobre Nós Sem Nós foi produzido em 2022 e exibido na edição de 2023 do evento de culminância, no CCBJ. O filme, que agora está disponível no YouTube do CCBJ, é dirigido por Elvis Alves, cineasta do Grande Bom Jardim, formado pelo curso Extensivo em Audiovisual da Escola de Cultura e Artes.
O documentário registra ações do Nada Sobre Nós Sem Nós e parte do ponto de vista de diversas pessoas com deficiência, incluindo o próprio diretor. João Paulo Lima, assessor de acessibilidade do CCBJ e artista, Jatobá do Acordeon, artista que ministrou oficinas por meio da iniciativa, Vania Maria, professora bilíngue, e Paulo Roberto, artista e professor, são os entrevistados na produção.
O filme também traz falas da psicóloga Priscila Siqueira, que aponta a necessidade de haver representatividade PcD na política. Além das demandas, o filme aborda um pouco da experiência dos profissionais envolvidos nas formações desenvolvidas no Nada Sobre Nós Sem Nós e conta com a participação de crianças que aprenderam Libras com Vania Maria e do público que aprendeu a tocar acordeon com Jatobá.
A partir dessas imagens, a produção documenta a importância dessa ação na luta anti-capacitista e ressalta a relevância de iniciativas que pautem o protagonismo PcD. O filme, de aproximadamente 15 minutos, está disponível para todos os públicos com janela de Libras e outros recursos de acessibilidade.
O Centro Cultural Bom Jardim é um equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará e gerido pelo Instituto Dragão do Mar.
Em alusão ao Dia Mundial do Rock, o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), realiza o Festival Rock de Perifa na noite deste sábado, 20 de julho. O evento coloca em destaque a cena do rock independente de Fortaleza e mostra que tem rock nas periferias cearenses. A entrada é gratuita mediante 1 kg de alimento.
O Rock de Perifa ocorre em parceria com o Festival ForCaos, uma iniciativa da Associação Cultural Cearense do Rock (ACR). A programação é composta pelos shows de Claudine Albuquerque e banda, Ariel Void e Pex Punk e pela exposição “Mulherio Brasileira de Luta”, do cartunista Guabiras. Além disso, o artista estará presente no evento fazendo caricaturas ao vivo. Sua exposição ficará disponível no CCBJ durante 15 dias.
Segundo a equipe da Ação Cultural do equipamento, responsável pela promoção do evento, o Grande Bom Jardim é um celeiro da cena rock da cidade devido ao grande número de bandas com expressividade local e até nacional. Para a equipe, o objetivo do evento é fomentar a cultura criativa e fortalecer novas conexões entre agentes da cena musical rocker, inclusive por meio de feirinha alternativa.
O Palco do ForCaos no CCBJ priorizou a participação de bandas com mulheres na formação em sua curadoria. Dialogando com esse viés, a exposição de Guabiras homenageia a socióloga e ativista política cearense Rosa Fonseca, além de outras mulheres da arte, cultura e política do nosso país. A exposição também conta com quadros de importantes figuras como Célia Zanetti, Maria Luiza Fontenele, Socorro Saldanha, Maria da Penha, Lecy Brandão, Cássia Eller e Elza Soares e outros nomes.
O festival ForCaos teve sua primeira edição em 1999, contabilizando 25 edições e tornando-se destaque entre os eventos underground do Brasil. A organização do Forcaos já considera a próxima edição do festival, que ocorre a partir da fusão com o Centro Cultural Bom Jardim, uma das suas mais importantes por envolver o público do entorno e os funcionários e frequentadores do equipamento.
Saiba mais sobre os artistas da programação
PEX PUNK
PEX surge como o plano de execução de um antigo desejo de tocar punk rock entre amigues e verbalizar seus anseios, questionamentos, revoltas e afetos. No início de 2023, Jaque nos vocais e Frank na guitarra, se uniram a Bruno nas baquetas e convidaram Robert para assumir os graves, iniciando os ensaios para dar forma ao plano. No mês de novembro do mesmo ano, a banda gravou o single “Abismo”, com a produção de Henrique Poxete. Em maio de 2024 iniciou a gravação de sua primeira demo.
ARIEL VOID
Ariel Void é um duo de Fortaleza, formado por Danyel Fernandes e Vanessa Almeida em 2023. Trazendo uma sonoridade fortemente influenciada por gêneros como o Shoegaze e o Dreampop, neste mesmo ano, a banda lançou o seu primeiro EP “Beginning of Silence”. A sua textura musical passeia entre o dreampop e ethereal wave e contempla um repertório autoral de músicas instrumentais e outras contendo vocais que abordam temas existenciais e introspectivos.
CLAUDINE ALBUQUERQUE
Cantora e compositora premiada, Claudine transita entre o rock e a música popular brasileira na noite de Fortaleza e também no cenário do rock independente. Ela é técnica em instrumento musical pelo Instituto Federal do Ceará, fez parte do Coral do IFCE e foi solista durante o espetáculo Alucinação, uma homenagem à obra de Belchior. Claudine é fundadora e ex vocalista/compositora na banda Nafandus (Stoner Rock), tem dois videoclipes, um ep e um single gravados no extinto projeto. A artista já se apresentou ao lado de nomes como Nação Zumbi, Planet Hemp, Marcelo D2, Emicida e Supla, entre outros nomes de projeção nacional, e em locais como Maloca Dragão, Forcaos e Ponto CE.
GUABIRAS
Carlos Henrique Santos da Costa, mais conhecido como Guabiras ou Carlos Henrique Guabiras, é um premiado cartunista e ilustrador brasileiro. Desde 1998 trabalha no jornal O Povo e já publicou mais de 5 mil tiras em diversos jornais e revistas brasileiros abordando os mais variados assuntos.
Julho de rock no Centro Cultural Bom Jardim
Além das apresentações musicais e da exposição, a programação do Festival Rock de Perifa é composta também por feirinha alternativa de rock e caricaturas ao vivo do público presente. Durante o mês de julho, o CCBJ ainda desenvolverá outras ações referentes ao Dia do Rock, celebrado mundialmente no dia 13.
Podcast
O Bonjacast, podcast de entrevistas do CCBJ, terá uma edição especial voltada para o tema “Empoderamento Feminino na Cena Rock do Ceará”, com as convidadas Luciana Brilhante e Shirley Lima, artistas e produtoras culturais.
Programa
Por meio do programa Artista em Pauta, disponível no YouTube do CCBJ, o público conhece um artista cearense por meio de entrevista. O próximo episódio do programa se debruça sobre a Banda Corja!.
Redes sociais
No CCBJ Indica, o equipamento divulga um evento ou programação como indicação aos seguidores. A próxima publicação trará indicação de dez artistas/bandas autorais do Ceará.
O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Estado do Ceará (SECULT), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), promove colônia de férias durante o mês de julho, com atividade para o público infanto juvenil.
As atividades acontecerão de 15 a 31 de julho no CCBJ, com oficinas, aulões, brincadeiras, artes e jogos realizados nos três turnos do equipamento.
Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público em geral.
Confira a programação completa:
| Conexão Offline – Encontro de jogos de tabuleiro
🗓️ 06, 13, 20 e 27/07 – ⏰ 09h
📍Sala Multigaleria CCBJ
Público: a partir de 10 anos
| Aulão de Swingueira
🗓️ 15/07 – ⏰ 17h
📍Praça Central do CCBJ
Público: a partir de 14 anos
| Batuquerê – Cortejo ECA
🗓️ 18/07 – ⏰ 16h
📍Entorno do equipamento
Público: livre
| Campeonato de bandeirinha
🗓️ 18/07 – ⏰ 18h
📍
Público: livre
| Campeonato de jogo de botão
🗓️ 18/07 – ⏰ 18h
📍
Público: livre
| Círculo de Artes – Cine NArTE
🗓️ 19/07 – ⏰ 09h30
📍Cineclube
Público: livre
| Caça ao tesouro – Dialogando sobre o ECA
🗓️ 19/07 – ⏰ 15h
📍Dependências do equipamento
Público: livre
| Círculo de Artes – Construção de fantoches
🗓️ 19/07 – ⏰ 18h30
📍Multigaleria
Público: livre
| Círculo de Artes – Construção de zines
🗓️ 20/07 – ⏰ 10h30
📍
Público: livre
| Piquenique com as famílias do NArTE
🗓️ 20/07 – ⏰16h
📍
Público: livre
| Círculo de Jogos – campeonato de bilas
🗓️ 20/07 – ⏰16h
📍Campinho
Público: livre
| Círculo de Artes – Preparativos da torcida
🗓️ 23/07 – ⏰09h30
📍Em frente ao NArTE CCBJ
Público: livre
| Círculo de Jogos – Campeonato de Futebol
🗓️ 23/07 – ⏰14h e ⏰18h
📍EEEP Ícaro de Sousa Moreira
Público: livre
| Aulão em referência ao Dia Internacional da Mulher Negra Latina-Americana e Caribenha
🗓️ 23/07 – ⏰17h
📍Praça Central do CCBJ
Público: a partir de 14 anos
| Círculo de Jogos – Campeonato de Futebol
🗓️ 24/07 – ⏰14h e ⏰18h
📍EEEP Ícaro de Sousa Moreira
Público: livre
| Piquenique no Parque Urbano da Lagoa da Viúva
🗓️ 25/07 – ⏰13h30
📍
Público: livre
| Círculo de Jogos – Campeonato de pau na lata
🗓️ 26/07 – ⏰09h30
📍Campinho
Público: livre
| Círculo de Jogos – Campeonato de Pula Corda
🗓️ 26/07 – ⏰15h
📍Praça Central do CCBJ
Público: livre
| Show de talentos
🗓️ 26/07 – ⏰17h
📍Espaço Paulo Freire
Público: livre
| Aulão de Tik Tok
🗓️ 26/07 – ⏰17h
📍Praça Central do CCBJ
Público: a partir de 12 anos
| Círculo de Brincadeiras – Banho de mangueira e bolinhas de sabão
🗓️ 27/07 – ⏰10h
📍Espaço Marielle
Público: livre
| Círculo de Artes – Construção de fantoches
🗓️ 27/07 – ⏰14h
📍
Público: livre
| Círculo de Brincadeiras – lazer e brincadeiras para despedida das férias
🗓️ 27/07 – ⏰16h
📍Espaço Marielle
Público: livre
| Uso Livre de Computadores
🗓️ Terça e Quinta (Até 30/07) – ⏰Manhã: 09:00 – 11:30 || Tarde: 13:30 – 17:00
📍Sala de Cultura Digital CCBJ
Público: a partir de 8 anos
| Partilha de experimentos e exercícios teatrais das turmas de longa duração em teatro
🗓️ 31/07 – ⏰18h
📍Teatro Marcus Miranda
Público: livre
O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Estado do Ceará (SECULT), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), promove por meio do seu Núcleo de Articulação Técnica Especializada (NArTE) a Campanha “Acolher e Florescer, educar é um ato de coragem, ECA 34 anos”.
De 10 a 18 de julho a campanha propõe o acolhimento do público infanto juvenil do equipamento e promove ações de conscientização e rodas de conversa sobre direitos e deveres e sobre o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente.
O encerramento da campanha acontece no dia 18 com o Seminário “Eca 34 anos, como Fortaleza enfrenta a letalidade de adolescentes” articulado pelo Núcleo de Articulação Técnica Especializada – NArTE/CCBJ e pelo Fórum de Defesa da Criança e do Adolescente – DCA. Ainda no dia 18/07 o grupo contínuo de percussão, BatuquÊre realizará um cortejo no entorno do CCBJ, marcando o encerramento da Campanha e também o início do Ciclo de Férias do Centro Cultural Bom Jardim.
Toda a programação é gratuita e aberta ao público em geral, mas com foco específico nas crianças e adolescentes.
Confira a programação
[10/07 – 18h30]
Criando referências: Ivan Cruz – Infância e Direito à Cidade
Release: Pensando em criar referências de artistas e movimentos que dialogam sobre direitos humanos, no mês de Julho, conheceremos o artista Ivan Cruz, que retrata em suas obras diversas facetas da infância, em momentos lúdicos, de brincadeiras e vivências das crianças. Faremos uma atividade de releitura de suas obras, aproximando o público do NArTE com a experiência do artista.
[10/07 – 18h30]
Só Uz Crias – ECA o que diz para Uz Crias? Meus direitos e deveres.
[11/07 – 16h] Cineclube
Grupo de graffiti – Descobrindo sua identidade – Pensando no direito à cidade e à convivência comunitária
Release: Este encontro traz como temática o movimento hip-hop, seus elementos e o contexto do graffiti. Pensando no direito à cidade e à convivência comunitária, faremos algumas experimentações, como construção de personagens e estilos de letra, que serão colados no espaço externo do CCBJ ao final do processo.
[11/07 – 18h30] Praça Central do CCBJ (em frente ao NArTE)
Rolê do ECA – O brincar e dialogar Direitos e deveres do ECA
Release: Uma atividade para brincar o jogo de tabuleiro sobre os direitos e deveres previsto no Estatuto da Criança e do Adolecente ECA, um momento para brincar e conhecer um pouco mais sobre o ECA.
[12/07 – 15h] Espaço Paulo Freire
BatuquErê – Aniversário de 34 anos do ECA – Direito à Cultura e ao Lazer!
Release: Dando continuidade às ações, o grupo contínuo de percussão irá trabalhar o ritmo samba-reggae dialogando paralelamente à temática do aniversário de 34 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, que diz no Art. 71: A criança e o adolescente têm direito à informação, cultura, lazer, esportes, diversão, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
[12/07 – 19h] Cineclube
Trabalho de criança não é brincadeira não!
Release: ”Trabalho de Criança não é brincadeira não” , uma obra por Priscila Sanson que denuncia um grave problema de nosso país — o trabalho infantil. O livro nos convida a refletir sobre o verdadeiro sentido do trabalho na infância, em que a criança pode descobrir o valor da cooperação e a alegria de concluir tarefas cotidianas para auxiliar a família e os amigos.
[13/07 – 14h30]
Caça aos Tesouros do ECA
Release: A atividade busca ampliar o conhecimento sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente em um momento lúdico, celebrando inclusive o dia que marca o aniversário do estatuto. Os participantes deverão desvendar as temáticas do estatuto em pistas espalhadas pelo equipamento, buscando interagir com o espaço e colaboradores para chegar ao final da brincadeira.
[13/07 – 16h]
É O BRINCA – O direito ao brincar é de todas as crianças!
Release: As crianças irão aprender a criar seus próprios bonecos de forma simples e divertida, estimulando a expressão criativa enquanto desenvolvem habilidades manuais. Uma experiência enriquecedora que promove aprendizado e diversão para todas as idades. Ainda dialogando quanto ao Art. 3º que diz: É dever do Estado, da família e da sociedade proteger, preservar e garantir o direito ao brincar a todas as crianças.
[16/07 – 18h30] Biblioteca
Mapa de afetos – Árvore familiar – Direito à convivência familiar e comunitária
Release: Dando continuidade ao mapeamento das diversas dimensões da vida das crianças, neste mês vamos fazer a árvore da família com o objetivo de que as crianças elaborem sobre sua família.
[17/07 – 18h30] Biblioteca
Só Uz Crias no ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente é assunto de Cria
[18/07 – 13h30] Teatro Marcus Miranda
Seminário: Eca 34 anos, como fortaleza enfrenta a letalidade de adolescentes
[18/07 – 16h] Entorno do CCBJ
BATUQUERÊ – Cortejo ECA
Release: Para abrir o circuito de férias e encerrar a comemoração do aniversário de 34 anos do ECA “Estatuto da Criança e do Adolescente” o grupo contínuo BatuquÊre irá realizar um cortejo no entorno do CCBJ.
O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Estado do Ceará (SECULT), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio do seu fazer de cidadania social o Núcleo de Articulação Técnica Especializada (NArTE), realizou durante o mês de junho a campanha Território de Cuidados – A Natureza que somos.
Com o objetivo de pensar referências no fazer cotidiano e sobre o conhecimento ambiental, a partir de um percurso de vivências dialogando as diversas temáticas relacionadas ao meio ambiente e cuidados com o território e a natureza que somos. A campanha promoveu atividades como oficinas, rodas de conversa e vivências com a comunidade para promover o tema e dialogar com as crianças, jovens e adultos sobre a importância do meio ambiente, sua preservação e cuidados com nosso território.
A campanha ocorreu durante o mês de junho, com início no dia 12 e finalizada no dia 28. As ações foram realizadas tanto no equipamento quanto no território do entorno, como a comunidade São Francisco. Pensando e criando referências de artistas e movimentos, dialogando sobre direitos humanos, destinação adequada de resíduos e descarte consciente, educação ambiental, reciclagem e demais temas relacionados à preservação do meio ambiente.
Classificado nas seletivas regionais que ocorreram no início de junho, Tharley agora se prepara para desembarcar em São Paulo, acompanhado da mãe, Ticiane, para participar da 31ª edição do Passo de Arte GRAND PRIX, que acontece de 04 a 14 de julho na cidade de Indaiatuba – São Paulo.
As regionais proporcionaram aos participantes prêmios em dinheiro, troféus, medalhas, e vagas para a 31 ª edição do Passo de Arte GRAND PRIX. As competições regionais foram de livre escolha e abertas a trabalhos de todo o país. Em Fortaleza, a regional aconteceu entre os dias 6 e 8 de junho no Teatro Riomar e Tharley competiu na categoria Juvenil.
Quando descobriu que queria dançar Tharley ainda cabia no colo da mãe, começou a experimentar a dança no Circo Escola do Grande Bom Jardim, e ainda aos 6 anos de idade ingressou no Curso de Longa Duração da Escola de Cultura e Artes do CCBJ, onde está até hoje.
Sonhando a passos largos, entre pliés e passés, o ainda pequeno Tharley acelera os passos e realiza todos os dias seu anseio de apenas dançar. Com o incansável e inabalável apoio da família, e muita dedicação do bailarino, aos 11 anos já tem no currículo importantes competições no Estado, como o CBDD Fortaleza onde conquistou medalhas em três categorias sendo elas Solo Masculino Ballet de Repertório Infantil, Pas de Deux Ballet de Repertório Infantil e Trio Ballet de Repertório Infantil, já no FENDAFOR quando competiu ainda aos 10 anos, Tharley foi medalhista na categoria Solo Masculino Repertório Pré.
Ainda por influência da Escola de Cultura e Artes do CCBJ, que identificou todo o potencial de Tharley, ele foi indicado a complementar as aulas de ballet no Centro de Ballet Clássico Mônica Luiza, destaque no ensino do ballet na capital.
Rotina de ensaios
Enquanto se prepara para o Passo de Arte ele já mira em uma seletiva que acontecerá dia 28 de junho caso seja selecionado, em outubro estará novamente rumo à São Paulo onde passará por nova seletiva e se selecionado fará as malas rumo a Nova York.
Mesmo com a rotina cansativa e disciplinada, com aulas no Centro Cultural Bom Jardim e no Centro de Ballet Mônica Luiza, ensaios diários e de segunda a sexta, Tharley nem cogita a possibilidade de desistir ou de diminuir o passo, às vésperas de competir na 31ª edição do Passo de Arte GRAND PRIX, importante competição de ballet no país, ele se dedica cada vez mais aos ensaios, sempre ao lado da sua fiel parceira, Ticiane, sua mãe.
Por falar em Ticiane, a mãe de Tharley transborda orgulho quando o assunto é o filho, “Ah, a gente fica muito emocionado, né? A gente sabe do potencial dele”, declara.
Morando com o pai, a mãe e mais quatro irmãos, todos embarcam e apoiam as vivências do talentoso Tharley, a expectativa para o Passo de Arte está enorme na família. O Grand Prix é uma das maiores competições artísticas da América Latina que conta a presença de diretores de companhias da Europa e dos Estados Unidos, que estarão analisando os trabalhos apresentados na competição atuando como olheiros em busca de novos talentos, haverá ofertas de bolsas de estudos para escolas do mundo inteiro. Além dessas oportunidades internacionais, haverá também a probabilidade de bolsas de estudo em importantes escolas do país.
Saltando os obstáculos
Segundo o próprio Tharley, que conta firmemente sobre seu sonho de conhecer e dançar em Paris, que se encanta e se diverte apenas em dançar, a parte mais difícil do processo está além das salas de aula, Tharley, entende como a parte mais complexo o preconceito que sofre apenas por expressar seu talento.
Ticiane conta como foi sua reação quando chegou a hora de começar os estudos em dança. “Quando ele quis mesmo ser bailarino, a gente sofreu muito preconceito. E ele às vezes chegava em casa até chorando, porque o pessoal ficava chamando ele de meninazinha, né? E a gente conversando com ele. E desde pequeno, que ele gosta de assistir, porque é Barbie, é Frozen, né? E a gente nunca deixou ele desconfortável, né? Ele é muito seguro em casa. Aí eu fui conversando com ele e explicando: meu filho, não liga pro que os outros falam, só tem que botar coisas boas na sua cabeça. É o que você gosta de fazer? É! Então pronto. Realize seu sonho, seja feliz”, conta.
Ela se emociona e ainda relata: “é muito lindo, muito lindo de ver seus filhos no caminho certo, no caminho da cultura, sendo feliz no que faz, porque ele fica radiante lá no palco”.
Sobre a Competição
Considerada uma das maiores competições de dança da América Latina, o evento reunirá mais de três mil bailarinos de diversas regiões do Brasil e América Latina, em disputas, cursos e workshops. Eles irão competir em diferentes gêneros, do balé clássico às danças urbanas, concorrendo a prêmios em dinheiro, troféus e medalhas. Os escolhidos como Melhor Bailarino ou Melhor Bailarina também ganharão o Prêmio Toshie Kobayashi/Só Dança. Haverá ainda indicações para bolsas internacionais em escolas na Europa e Estados Unidos.
Criado em 1992 pelo Instituto Passo de Arte, o festival Passo de Arte é um projeto de dança com três fases, incluindo competições regionais, competições parceiras nos estados do Piauí, Bahia, fase Final em Julho e Seletiva do YAGP/Brasil/NY, com seleção e orientação de jovens talentos. A competição é aberta a todos os gêneros de dança divididos em modalidades e categorias. Para chegar à fase final da competição, os bailarinos têm que passar por seletivas regionais, seleções nos festivais credenciados ou escolhas por meio de vídeo.
Colabore
Para ajudar a financiar os custos da viagem para São Paulo, a família está promovendo uma campanha, os interessados em contribuir podem enviar qualquer valor para o pix: 009.430.123-92 Antônia Ticiane Martins Lima.
Contatos: (85) 98611-8854 Ticiane (mãe)
(85) 99237-8150 Francisco (pai)
Contatos para entrevistas
Isabel Mayara Gomes
Email: ascom.ccbj@idm.org.br
Telefone: (85) 8606-6687
O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), participou do XIII Seminário Internacional de Políticas Culturais. O evento aconteceu na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, entre os dias 20 e 24 de maio.
A porta de entrada do equipamento para o seminário se deu pela produção “Estudo de caso: a encruza entre o Centro Cultural Bom Jardim e os povos de terreiro do território”, que compôs a mesa “Experiências de gestão e formação cultural”. O artigo foi produzido por Isabel Mayara Gomes Fernandes, gerente da Assessoria de Comunicação do CCBJ, e Eduardo Marques de Sousa, articulador comunitário do equipamento.
O estudo de caso tem como foco a relação entre a política pública desempenhada pelo Centro Cultural Bom Jardim e sua relação com os Povos de Terreiro do Grande Bom Jardim. O artigo sistematiza as produções, conteúdos e ações articuladas durante os anos de 2022 e 2023 na encruza entre o equipamento e os povos de terreiro do território.
CCBJ e os povos de terreiro do Grande Bom Jardim no Rio de Janeiro
O encontro entre o CCBJ e o movimento dos Povos de Terreiro, chamado de encruza no vocabulário da Umbanda, rendeu a produção de um documentário lançado no Cineteatro São Luiz, a criação do podcast Povos de Terreiro, intermediação para apresentações em espaços culturais, projeção midiática, participação em feirinhas, apoio e divulgação em eventos como a Festa de Iemanjá e outras ações de parceria continuadas.
“É uma possibilidade de fazer memória para além do Grande Bom Jardim” , diz Isabel Mayara sobre estar mais uma vez no Seminário Internacional de Políticas Culturais projetando o nome do CCBJ a nível nacional e internacional. A assessora de comunicação conta que esteve no evento em 2023, levando uma produção referente aos Ateliês de Produção, uma experiência formativa do equipamento.
“Abre portas, traz conhecimento sobre política cultural, além de vários outros ensinamentos, passamos a participar de mais eventos e levar nossa cultura”, afirma Mãe Jaque, do Palácio Maria Luziara, em um dos depoimentos que constam no “Estudo de caso: a encruza entre o Centro Cultural Bom Jardim e os povos de terreiro do território”. No relato, ela também expõe a importância do Bússola Cultural, serviço do CCBJ, na certificação de seu espaço como Ponto de Cultura do Ceará.
“Continuaremos a somar e insistir que os povos de terreiro e toda e qualquer tipo de cultura seja reconhecida pela sua diversidade e pela luta que trava diariamente”, afirma Eduardo Marques, que compõe a equipe do Núcleo de Articulação Técnica Especializada (NArTE) do CCBJ. O setor, alinhado à Assessoria de Comunicação do equipamento, desenvolve as ações em conjunto com os Povos de Terreiro.
Além de Isabel Mayara e Mãe Jaque, que fez questão de atender ao evento para prestigiar a apresentação, a ex-secretária de Cultura do Governo do Estado do Ceará Cláudia Leitão – uma das responsáveis pelo projeto e implementação do CCBJ – também esteve presente no evento. Na ocasião, ela abriu os trabalhos do seminário e falou sobre os Tesouros Vivos do Ceará.
Cláudia Leitão conta que tinha expectativas de que, a partir do Centro Cultural Bom Jardim, fosse construído um “cinturão de equipamentos culturais de periferias” em Fortaleza. “O CCBJ virou uma espécie de símbolo de resistência nesse conjunto de bairros que sofre pelas milícias, pelo tráfico, pela desigualdade”, diz. Ela acredita que o equipamento pode servir de inspiração para a concretização de outros em áreas periféricas da cidade.
Implementado em sua gestão, no ano de 2006, a ex-secretária de Cultura do Ceará revela a emoção de ouvir sobre os trabalhos do Centro Cultural Bom Jardim na mesa sobre experiências de gestão e formação cultural. Em solo carioca, ainda sobre a atuação do equipamento, ela conclui: “o Brasil tem que conhecer o que é feito no Grande Bom Jardim”.
Com a sala de cinema do Cineteatro São Luiz lotada, na noite do dia 21 de maio, terça-feira, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) realizaram a estreia de dois filmes com participação de adolescentes do Grande Bom Jardim e promoveram discussões sobre os impactos humanitários da violência armada no evento É Mais do Que Se Vê.
O curta-metragem Uz Crias na Periferia abriu a programação do evento. O filme conta com um elenco composto por adolescentes do projeto Uz Crias, conduzido pela equipe do Núcleo de Articulação Técnica Especializada (NArTE/CCBJ), e trata de Maria Clara (Kauany Silva), uma estudante do ensino médio que sofre racismo na escola e tem a direção de Isabel Mayara, coordenadora de comunicação do CCBJ .
Na sequência, o documentário É Mais do Que Se Vê sensibilizou o público em relação aos impactos humanitários na vida das vítimas de violência armada, por meio de depoimentos das vítimas. A produção mostra ainda as alternativas de enfrentamento por meio da fala de educadores e figuras políticas. O filme também conta com imagens de adolescentes frequentadores do CCBJ na Praia de Iracema.
Após a exibição dos filmes, subiram ao palco seis convidados e a mediadora Helena Barbosa. Entre os participantes, estavam o chefe da Delegação Regional do CICV, as secretárias de Direitos Humanos do Ceará e de Cultura do Ceará, o secretário Municipal de Educação, o coordenador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará e Girliany Costa, mãe de jovem desaparecido desde 2019, que também participa do documentário.
Uz Crias na Periferia
Diante das situações de violência vivenciadas por Maria Clara, a professora chama a atenção da turma e propõe um trabalho artístico relacionado ao tema racismo. Com o incentivo de seu irmão, Pedro (Natanael Santos), a protagonista e outros jovens se juntam para fazer uma intervenção artística por meio do graffiti, com destaque para a arte de Marielle Franco, disposto na parede frontal do CCBJ.
“Queria começar parabenizando os jovens do Centro Cultural Bom Jardim. Acho que foi uma forma ótima para iniciar hoje, observando e reconhecendo o talento imenso que tem a juventude aqui no Ceará e no Brasil”, disse Alexandre Formisano, chefe da Delegação Regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Uz Crias na Periferia foi filmado na Comunidade São Francisco e no Centro Cultural Bom Jardim, ambos localizados no Grande Bom Jardim. O roteiro do filme foi elaborado pelos próprios participantes do projeto Uz Crias durante o curso Vivência em Comunicação e Princípios Humanitários, realizado pelo Centro Cultural Bom Jardim em parceria com o CICV. Os jovens também participam de imagens feitas para o filme É Mais do Que Se Vê, cenas filmadas na Praia de Iracema, em Fortaleza, em um dia de passeio.
Após a exibição do curta-metragem de ficção, seguida dos aplausos calorosos do público, os jovens subiram ao palco. Representando a turma, Natanael Silva, 14, falou brevemente sobre a necessidade de enfrentamento ao racismo. Em seguida, Levi Nunes, gestor executivo do CCBJ, parabenizou os adolescentes e pontuou em sua fala a importância da arte e da cultura no enfrentamento à violência.
Comitê Internacional da Cruz Vermelha
Alexandre Formisano, chefe da Delegação Regional do CICV, iniciou sua fala parabenizando os jovens que estão na tela e por trás do filme Uz Crias na Periferia e pontuou a importância do filme É Mais do Que Se Vê para visibilizar as consequências que a violência pode implicar. “Muitas vezes, essas histórias [de violência] têm sido percebidas como casos individuais e não como fenômenos coletivos”.
O chefe da Delegação Regional do CICV destacou o objetivo de mostrar a natureza coletiva e abrangente do fenômeno da violência urbana e as consequências menos visíveis desse fenômeno para as vítimas por meio do documentário lançado no dia 21 de maio. Ele também falou sobre a necessidade de propor formas de enfrentamento à violência para além da segurança.
Para Alexandre Formisano, o filme tem o intuito de mostrar consequências como o desaparecimento, deslocamento, interrompimento de serviços públicos essenciais, impacto causado nas escolas, entre outras situações. “É importante para o CICV poder chamar atenção sobre aspectos que estão menos vinculados com os temas de segurança e estão muito mais vinculados com respostas na área da proteção, das políticas públicas que possam acompanhar as outras iniciativas de segurança”.
Ainda segundo Formisano,o documentário É Mais do Que Se Vê também se propõe a jogar luz sobre as formas de enfrentamento que estão sendo desenvolvidas e colocadas em prática no Estado do Ceará. “No filme, as pessoas que falam não são unicamente as pessoas afetadas pela violência. Também tem autoridades, pessoas que respondem à violência no dia a dia e que estão se esforçando para encontrar respostas e ampliar esse sistema de proteção”, conclui.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha está presente em Fortaleza, no Ceará, há cinco anos. Em recorrência desse tempo de atuação no estado, a organização internacional propôs dar visibilidade aos esforços desenvolvidos pela Secretaria de Direitos Humanos, pela prefeitura, pela Secretaria de Cultura e por instituições como o Centro Cultural Bom Jardim, a fim de que as respostas encontradas possam servir de inspiração para outros estados e outras autoridades.
É Mais do Que Se Vê
O documentário É Mais do Que Se Vê tem duração de 54 minutos e conta com seis histórias de vida afetadas pela violência armada no Ceará. A produção audiovisual, realizada pelo CICV, também traz a perspectiva de especialistas e autoridades, que abordam as ações em curso no Ceará para lidar com essa difícil realidade.
Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), celebra formatura da segunda turma do Curso Técnico em Dança da sua Escola de Cultura e Artes (ECA/CCBJ) com a MOSTRA O TEU!.
A mostra de dança ocorre nos dias 05 e 06 de junho, às 19h00, no CCBJ, e conta com sete números de dança, todos criados pela turma do Curso Técnico em Dança (CTD) com a mediação dos professores Dayana Ferreira e Rubéns Lopes, que também já passaram pela formação como alunos, por meio do Programa de Dança da ECA/CCBJ.
Encarnado, Expurgo, Freak, Ainda Não Sou Eu, Transcúturalidade, Rebuliço e Ensaio Sobre O Fim são as apresentações que compõem a mostra de dança MOSTRA O TEU!, tendo sido elaboradas como trabalhos de conclusão do curso técnico. A mostra também terá exibição no Teatro B. de Paiva, do Hub Cultural Porto Dragão, nos dias 07 e 08 de junho, às 19h00.
Os dois dias de apresentação no CCBJ e no Teatro B. de Paiva dividem a mostra em dois programas por vez. Nos dias 05 e 07, serão apresentados os quatro primeiros números de dança citados, enquanto os outros três só virão a público nos dias 06 e 08 de junho, complementando a programação do dia anterior.
A formatura dos discentes, antecede as apresentações resultadas do processo de formação técnica. No dia 04 de junho, às 19h00, haverá a cerimônia de formatura da II turma do CTD no CCBJ. A ocasião programa cerimonial, coquetel e apresentação de DJ.
“No CTD pude me aprofundar e pensar criticamente nas danças que meu corpo carrega, pude formar amizades e parceiros de trabalhos, pude me interessar ainda mais em produção cultural, pude ter interesses em outras danças, só não pude não ser eu, mesmo quando não queriam”, conta Emanuelle Nascimento, aluna da segunda turma do CTD.
Iniciado em julho de 2022, o curso técnico já desenvolveu outra mostra no meio do processo formativo. A Mostra Pulsar foi apresentada no CCBJ em 2023, compôs a programação da Mostra das Artes e reuniu grande público no equipamento.
Dessa vez, a mostra acontece em celebração à finalização do processo formativo do CTD. A Mostra o Teu! possui entrada gratuita e classificação indicativa de 16 anos. Os lugares são limitados a um público de 90 pessoas.
Confere nesse making off como foi o percusso formativo que rolou entre 2022 e 2024.
PROGRAMAÇÃO MOSTRA O TEU!
04/06
Horário: 19h
Formatura (cerimonial, coquetel e DJ)
Local: Centro Cultural Bom Jardim
05/06
Horário: 19h
Local: Centro Cultural Bom Jardim
Programa 1:
- ENCARNADO
- EXPURGO
- FREAK
- AINDA NÃO SOU EU
06/06
Horário: 19h
Local: Centro Cultural Bom Jardim
Programa 2:
- TRANSCÚTURALIDADE
- REBULIÇO
- ENSAIO SOBRE O FIM
07/06
Horário: 19h
Programa 1
Local: Teatro B. de Paiva (Hub Cultural Porto Dragão)
08/06
Horário: 19h
Programa 2
Local: Teatro B. de Paiva (Hub Cultural Porto Dragão)
O cancelamento das turnês de Ivete Sangalo e Ludmilla geraram discussões acaloradas nas redes sociais durante a última semana. A situação trouxe à tona algumas preocupações relacionadas a eventos e festivais de música independentes e menores do que as turnês superfaturadas. Na contramão desse cenário, artistas de Fortaleza pontuam a importância do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) como porta de entrada para o circuito cultural da cidade e para o fortalecimento de seus trabalhos.
Para manter e facilitar o seu processo de difusão e fruição artística, o CCBJ tem como uma de suas iniciativas a Solicitação de Pauta. A ferramenta, conduzida pela equipe de Produção Cultural do equipamento, consiste em um formulário que fica disponível durante todo o ano, no site do CCBJ, aos artistas e coletivos que desejam compor a programação do equipamento.
“O CCBJ disponibiliza essa infraestrutura pra criação de portfólio cedendo espaço para criação e execução de apresentações”, afirma Kipper Khan. O cantor e compositor se apresentou no Centro Cultural Bom Jardim pela primeira vez este ano, por meio da Solicitação de Pauta, e ressalta a importância do espaço para compor um portfólio e impulsionar a carreira. “Como um artista de somente 1 ano de carreira, a inscrição em editais e seleções se torna impossível sem um bom portfólio”, diz.
Embora não disponibilize cachê, de acordo com a gerente da Ação Cultural do CCBJ, Fernanda Matias, o equipamento recebe uma média de 8 solicitações de pauta por mês. Caroline Holanda, artista cênica-instalativa, já é artista da casa. Tendo composto as solicitações de pauta do CCBJ algumas vezes, Caroline conta que costuma levar ao equipamento contrapartida de editais públicos.
Ela diz ainda que apresentar-se no CCBJ “possibilita outras contratações que podem acontecer no próprio CCBJ ou com o fato de me possibilitar ter uma obra construída, para seguir com a produção de circulação dessa obra”. Seus últimos trabalhos levados ao equipamento foram “Vagalumes”, “Vivência Niña: performance e mecatrônica” e “O Balão”.
Para a artista, que une arte e tecnologia, sua ligação com o Centro Cultural Bom Jardim se estende às experimentações artísticas, o que torna o espaço uma espécie de “residência de investigação”. Nesse sentido, a relação com o CCBJ se faz vantajosa, mesmo sem obter retorno financeiro, devido à “possibilidade de usar a estrutura necessária à criação no processo de construção da obra e não somente na apresentação” e à troca com outros artistas.
“O CCBJ, sempre que pode, viabiliza essa zona de investigação, o que o torna ainda mais um equipamento cultural de vanguarda em Fortaleza”, afirma. Caroline Holanda busca se fazer presente no espaço para além dos dias em que se apresenta, utilizando o CCBJ também para o processo criativo de suas produções, pensadas também a partir do espaço físico.
Além da exposição do trabalho ao público, os registros fotográficos e de vídeo disponibilizados pelo equipamento contam como fatores que fortalecem a projeção dos artistas. Samu, artista que colabora no single “Montilla e Coca-Cola”, de Kipper Khan, e que tem uma relação de longa data com o CCBJ, afirma: “a estrutura do espaço em si, dá todo um glow a mais até pra conteúdos, pra através disso, conseguir outras oportunidades”.
Quem atesta a afirmação é a atriz e intérprete-criadora Fátima Macedo. A artista, que recentemente levou ao equipamento a estreia do seu primeiro solo em dança, define a Solicitação de Pauta como uma “ferramenta democrática do uso do espaço”. Para ela, o CCBJ é um lugar onde “os artistas podem trazer suas pesquisas e experimentações, dispor de uma equipe solícita e de equipamentos para execução de seu trabalho, além de ter a possibilidade de ter registros fotográficos para portfólio”.
Centro Cultural Bom Jardim e democratização da cultura
“Percebo que nos outros aparelhos culturais da cidade existe uma grande burocracia para solicitação de pauta, exigência de documentos que nem todo artista iniciante possui ou saberia preencher”. A fala de Kipper Khan sublinha a importância da Solicitação de Pauta do CCBJ para artistas que, assim como ele, estão iniciando suas carreiras.
Segundo a produtora cultural Fernanda Matias, o papel da Solicitação de Pauta na democratização da cultura está atrelado à disponibilidade de estrutura, ao acesso a uma equipe técnica de apoio e à gratuidade da inscrição e ausência de limite de tempo para a submissão das solicitações, uma vez que a ferramenta fica disponível durante todo o ano.
“Não há pré-requisitos ou seleção por curadores, dessa forma, artistas que estão iniciando ou que querem movimentar seus trabalhos e fomentar seu currículo, pode ter essa possibilidade como uma oportunidade interessante”, diz Fátima Macedo. A artista já foi funcionária do CCBJ e escolheu o equipamento para apresentar o espetáculo infantil Mistérios de Fim-Fim como contrapartida de um edital no qual foi contemplada.
Como resposta do seu público-alvo, recebeu atenção e interesse das crianças frequentadoras do equipamento. Kipper também compartilha da experiência positiva com o público: “Já levei outras performances pra outros centros culturais e absolutamente ninguém apareceu pra prestigiar, então eu estava bem satisfeito em apenas ter um palco estruturado para registrar fotos e vídeos, mas ver a plateia gritando e aplaudindo, ouvir o aparelho de fumaça funcionando e as luzes piscando enquanto eu me apresentava, fizeram eu realmente me sentir um artista em potencial”, revela.
Fátima, assim como Samu e Kipper, acredita que o CCBJ pode funcionar como uma vitrine para os seus trabalhos. Por outro lado, Caroline Holanda pondera sobre a relação entre centro e periferia. “O centro não se desloca para ver meus trabalhos na periferia”, declara. Ainda assim, ela não chega a discordar da função de ‘vitrine artística’: “pra mim funciona muito bem com relação aos meus objetivos mais voltados à criação, investigação e ao público habitual do CCBJ. Nesse sentido, considero a melhor vitrine!”.
“O CCBJ tem uma divulgação incrível, mas a relação periferia-centro solicita uma intensificação que eu não estou disposta a oferecer porque o público frequentador do CCBJ é o que me interessa e é brilhante”, continua. Ainda sobre a visibilidade que o equipamento pode proporcionar, a artista torce pelo crescimento do equipamento em termos de verba, espaço, trabalhadores, estrutura e equipamentos.
“Se ele [o CCBJ] já é pura potência atualmente, imagina com condições ampliadas”, projeta Caroline. Kipper também manifesta o desejo de que o Centro Cultural Bom Jardim seja referência para toda a cidade por, entre outras razões, abrir “oportunidade pra quem enfrenta tantas portas fechadas”.
Samu é um exemplo disso. No CCBJ, ele viu seu projeto meu solo, o Acústico Br, sair do papel pela primeira vez. “Quando eu comecei a despertar interesse em me apresentar mais novinho, pré adolescente, mesmo sempre tendo grupos com meus amigos, nunca tínhamos oportunidades”, conta.
Para Caroline Holanda, o CCBJ é um equipamento cultural que “fortalece a riqueza artística, de pesquisa e fruição na periferia, o que me interessa porque é minha zona de interesse de diálogo pela efervescência cultural e de vida que somos na periferia”. Para ela, esse fortalecimento ao seu trabalho se dá pela “perspectiva vanguardista de abrir o espaço a investigações” e pela inteligência com a qual a equipe do CCBJ realiza política pública, além do cuidado e disposição que diz receber da produção.
As apresentações artísticas que acontecem no Centro Cultural Bom Jardim, seja por meio da Solicitação de Pauta ou de chamadas públicas, fazem parte da atuação do equipamento na democratização da cultura e acontecem por meio de sua Ação Cultural. Para além das funções de difusão e fruição cultural e formação de público, o CCBJ conta com o Bússola Cultural, um serviço gratuito de assessoria técnica de projetos culturais, a fim de ampliar e facilitar o acesso a recursos voltados para o setor cultural.
Prevenir e enfrentar o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes é uma missão coletiva. Ao longo das próximas semanas, equipes da Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará (Sedih) realizam uma série de ações para mobilizar e conscientizar a população sobre como acontece a violência sexual e como denunciá-la. As atividades integram a campanha Faça Bonito e acontecem em alusão ao 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A violência sexual contra crianças e adolescentes se expressa de duas formas: abuso sexual e exploração sexual. O abuso é a utilização das vítimas para qualquer ato de natureza sexual, e pode ser praticado por pessoas próximas à vítima ou à família. Já a exploração é a utilização das vítimas para fins sexuais com fins lucrativos, em contextos de prostituição, pornografia, tráfico ou turismo com motivação sexual.
A temática será abordada já no dia 18 de maio, em ação realizada na Praça José de Alencar, em Fortaleza, de 8h às 12h. Liderada pelo Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fórum DCA), a atividade conta com a participação de diversas instituições da sociedade civil e do poder público, entre elas a Sedih. A programação inclui ações educativas, apresentações culturais e oficinas para a população.
Entre os dias 21 e 28/6, a campanha acontece também nas sedes do Vapt Vupt em Fortaleza, com ações formativas para a população, conscientizando os cidadãos cearenses sobre o assunto e orientando sobre como agir em casos de violência. As atividades iniciam na terça-feira, 21/5, na Unidade Messejana, e seguem nos dias 22, 24 e 28/5 nas unidades Antônio Bezerra, Centro e Papicu, respectivamente, sempre de 8h às 12h.
Em abordagem direta com os jovens, a Sedih realiza Cine Debate com alunos de escolas públicas, com enfoque na prevenção da violência. As sessões são conduzidas por profissionais que atuam com a temática, juntamente com os professores das turmas, construindo um ambiente seguro para discussões e dúvidas. A programação é direcionada a alunos da Escola Estadual Jaime Alencar, realizada nos dias 23 e 29/5 na Biblioteca Pública Estadual do Ceará (BECE). Já nos dias 27/5, 3 e 4/6, as equipes realizam a atividade com alunos da Escola Municipal Prof. José Parsifal Barroso.
Como procurar ajuda
O Centro de Referência e Apoio à Vítima de Violência (CRAVV) da Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará oferta apoio psicossocial e orientação jurídica aos familiares de crianças e adolescentes vítimas de violência.
WhatsApp: (85) 98895.5702
Em caso de violações, Disque 100 ou procure a delegacia de polícia mais próxima.
Sobre a campanha
Faça Bonito é uma campanha nacional de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes. A mobilização acontece há 24 anos, com enfoque especial no mês de maio, em alusão ao dia 18, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração de Crianças e Adolescentes.