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Audiovisual

Tem como objetivo fomentar o desenvolvimento de projetos de pesquisa audiovisual, que podem proporcionar cruzamentos teóricos e/ou práticos com reflexões estéticas, poéticas, políticas e conceituais, em suas diversas dimensões.


São objetos possíveis de investigação deste segmento: pesquisas vinculadas aos departamentos de criação audiovisual (roteiro, direção, direção de fotografia, desenho sonoro, montagem, direção de arte, dentre outros), bem como às implicações e responsabilidades éticas e políticas das imagens e sons, os atravessamentos de toda rede audiovisual (produção, preservação, crítica, formação e difusão) sobre a cultura brasileira, imaginário, corpo, auto-estima, território, com a particularidade de cada investigação e contexto, investigações metodológicas no campo da Arte-Educação e Formação aplicada em Audiovisual, dentre outros.

PROJETOS EM ANDAMENTO


LIBERTA

Grupo Idealizador:
Beatriz Cortez Tanabe de Araújo, Lara Nicolau Aniceto, Lidia Alves dos Anjos

Professora mediadora: Carla Akotirene

O objeto de pesquisa para roteiro da obra audiovisual, ‘’LIBERTA’’ é a experiência de mulheres que, em algum momento, precisaram reagir com violência para serem ouvidas. Casos reais onde a reação à violência contra a mulher é também violenta e criminalizada, a despeito da prerrogativa de legítima defesa.

Sob a mediação de Carla Akotirene, o objetivo do processo de pesquisa é traçar um panorama da discussão acerca da violência de gênero e, mais precisamente, da violência contra a mulher, permitindo às bolsistas uma análise crítico-reflexiva da realidade social brasileira no que diz respeito ao tema, a partir de uma epistemologia feminista negra.

Para se ter uma breve noção da reprodução de comportamentos violentos baseados nas relações de gênero, vale a pena mencionar a realidade de 27% das mulheres nordestinas, com idades entre 15 e 49 anos, vítimas de violência; 17% já sofreram alguma e 7% violência sexual.

“Durante esses meses de laboratório, percebemos o quanto o processo de pesquisa encontra  diferentes atravessamentos dos nossos desejos iniciais. Quando começamos, queríamos acessar histórias de mulheres que transgrediram a norma de conduta, como busca de liberdade e auto-afirmação. Enquanto mulheres, a violência é um cotidiano, mas pesquisá-las ativamente acessa nossas memórias, machucados e uma gritante vontade de reagirmos também. Porém, um desejo que permaneceu foi agirmos sempre através da ética do cuidado, tanto com nossas vivências, mas, sobretudo, com as de outras mulheres que possam vir a confiar suas histórias conosco. Esse cuidado espelha não somente nossa metodologia de pesquisa, mas como caminhamos, através da orientação de Carla Akotirene, para uma pesquisa não somente de coleta, mas de análise auto-reflexiva embasada dentro da nossa realidade social brasileira”, conta Beatriz sobre a experiência do grupo no processo de pesquisa do Laboratório.

“Liberta” em Imagens

QUESTÕES ACERCA DA CONSTRUÇÃO E DO CONSUMO DE IMAGENS
DE CORPOS NEGROS NO CINEMA BRASILEIRO

Grupo Idealizador: 
Tom Eveney Barbosa Nunes, Beatriz Lizavieta Vasconcelos Viana, Leon Marx Freitas Silvera Reis

Professora mediadora: Janaína Oliveira

A pesquisa visa articular conceitos sobre as relações estabelecidas entre obra e espectador (identificação, sentimentos, sensações, etc), percebendo como isso se dá a partir da forma e do fazer fílmico (roteiro, direção e montagem). Ao mesmo tempo, busca discutir criativa, política e economicamente, como o engajamento ou não de sujeitos/as negros/as influencia, direta ou indiretamente, na obra. Por fim, se propõe a trazer à tona narratividades não-hegemônicas advindas desses indivíduos.

Janaína Oliveira é mediadora da pesquisa e, segundo a professora, a pesquisa tem por objetivo central a articulação de conceitos sobre as relações estabelecidas entre personagem e espectador a partir dos códigos e convenções de composição cinematográficos, de modo a perceber como esse atravessamento contribui para criar imaginários que perpetuam e reverberam na cultura. Central também o fomento da autonomia dos pesquisadores ao longo do processo. Assim é tanto sobre a análise dos conteúdos e reflexões propostas, mas também sobre estimular que os pesquisadores desenvolvam habilidades para continuidade dessa e outras pesquisas de seus interesses no futuro próximo.

“O processo tem sido um pouco caótico desde o início. Nós chegamos ao laboratório com uma ideia mais ou menos fechada em relação ao que queríamos pesquisar, mas, à medida que íamos conversando entre si e durante as mentorias, vimos a necessidade de dar alguns passos atrás para entendermos melhor qual recorte de filmes devemos abordar a partir de um certo filtro. Passamos a entender que há uma diversidade de tópicos que podem, potencialmente, ser abordados dentro do âmbito da representação e da representatividade negras no cinema. Isso nos faz questionar quais tópicos em específico seriam mais potentes para os nossos anseios”, conta Tom sobre a experiência de pesquisa do grupo que faz parte.

Tom ainda fala um pouco sobre como a pesquisa acabou tomando rumos inesperados: “Apesar de termos definido desde o início que nossa pesquisa é voltada para filmes brasileiros, durante nossa trajetória no laboratório, passamos também por obras estrangeiras, a fim de entender o contexto e a repercussão em que estas estiveram inseridas, paralelamente a algumas leituras básicas sobre o tema, como, por exemplo, o texto A Cultura do “Outro”, de Stuart Hall. Como disse no início, o processo tem sido caótico, mas não que isso seja de todo ruim. Pouco a pouco temos nos encontrado e o processo tem nos ajudado a projetar um pouco do futuro da pesquisa para além desses meses junto ao laboratório”, explica.

“Questões acerca da construção e do consumo
de imagens de corpos negros no cinema brasileiro” em Imagens

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