Música
Tem como objetivo fomentar o desenvolvimento de projetos de pesquisa musical, que podem proporcionar cruzamentos teóricos e/ou práticos com reflexões estéticas, poéticas, políticas e conceituais, em suas diversas dimensões.
São objetos possíveis de investigação deste segmento: pesquisas sobre os aspectos da composição, execução, investigação, desenvolvimento de pesquisa para repertório, interpretação, arranjo, performance, produção conceitual em música e investigações metodológicas no campo da arte-educação e processos formativos – bem como as implicações e responsabilidades éticas e políticas no fazer musical e seus atravessamentos sobre cultura brasileira, imaginário, corpo-música, auto-estima, território, dentre outros.
PROJETOS EM ANDAMENTO
ARTE AFRO-PRESENTE
Grupo Idealizador:
Francisca Paula Paulino de Abreu, Camila Rafael dos Santos, Ana Luiza Rodrigues de Melo
Professora mediadora: Luciene Marcelino
Arte AfroPresente é uma pesquisa qualitativa que investiga as memórias que constituem a musicalidade negra-africana na diáspora cearense através de suas manifestações culturais.
A pesquisa é mediada por Luciene Marcelino, que diz que a perspectiva do grupo, sob sua mediação, é construída sobre o seu elo mais íntimo, a percussão, o coração rítmico resguardado historicamente na religiosidade afro brasileira e que está presente hoje, tanto nas novas mixagens como nos espaços de resistências urbanos periféricos.
A metodologia usada é a “Afrografias da Memória”, da pesquisadora, poeta e ensaísta Leda Martins, que inspira a ver e ir além, não apenas do visível, mas do invisível, que conta a história dessas existências tradicionais, urbanas e experimentais, que vão da roda e cantiga às pick-up de DJ e falas de orgulho de sua identidade e cultura.
Segundo Luciene, o método da Afrografia desafia o grupo a usar um olhar mais sensível e atento ao que corpos-territórios expressam individualmente e em coletivo: geografias corporais, gestos, saberes e práticas, cosmovisões, interações, linguagem e linguística que preenchem e dão forma às suas essências.
Por isso, o projeto de música resolveu elaborar uma proposta diferente, uma “Afrográfica Documental” que é a tentativa de documentar em vídeo esse olhar especial, a perspectiva de seu Ser.
“Estar em atuação no Laboratório de Música é uma experiência incrível, e ter como foco de pesquisa a musicalidade e performances Negres torna-se de uma lado um desafio e tanto, por dezenas de obstáculos que surgem quando nós, mulheres de periferia, negras e não negras decidimos ser agentes de mudanças na comunidade, mas do outro é uma satisfação, alegria, admiração e um amor imenso, vivenciar experiências grandiosas com pessoas brilhantes, que carregam em si o patuá do Amor, pelo o que se é e pelo o que fazem. Uma experiência de arrebatamento pessoal para uma expansão no coletivo, sentir e ver com os próprios olhos o corre da vida de pessoas que são sua própria Missão” Conta Ana Luiza, sobre a sua experiência e a do grupo durante o período de pesquisa do Laboratório que participa.
“Arte Afro-presente” em Imagens
MULHER, CONTA A TUA HISTÓRIA
Grupo Idealizador:
Ligia Alves Viana, Amanda Bessa Gurgel, Amanda Fideles Lima
Amanda Bessa Lígia Alves Amanda Fideles
Professora mediadora: Patrícia Bittencourt
A música é um nicho vocacional do bairro Conjunto Palmeiras. E este, além de ser um celeiro de mulheres musicistas, também é exportador de artistas. Assim, é preciso e urgente a produção de um conhecimento auto reflexivo, produzido por mulheres, sobre o potencial e a origem deste fenômeno, traçando trajetórias de vida de mulheres musicistas do bairro, como estratégia de verificação da hipótese levantada, de buscar pistas de entendimento acerca deste vetor recorte em gênero no meio cultural e artístico local e forma de valorização e de respeito às trajetórias de vida como resistências femininas.
Patrícia Bittencourt, mediadora da pesquisa,conta que “Mulher, conta a tua História!”, tem como objetivo realizar estudo sobre a participação da mulher no nicho musical do bairro Conjunto Palmeiras. O apanhado dessas informações serão coletivizadas em rodas de conversas entre as integrantes do Batuque de Mulher como forma de compartilhamento de experiências e produção de informação para a construção de um relatório e base inspiradora para uma composição coletiva e live, refletindo as vivências e os conhecimentos produzidos no processo.
“Estamos vivenciando diálogos de saberes, aprendizados, estreitamento de laços, choramos e rimos muito também. Conhecer as mulheres do Conjunto Palmeiras que fortaleceram e fortalecem a cultura por meio da música está sendo pra nós um processo engrandecedor, de muitos encantamentos e emoção. Nos aprofundar nessas realidades, conhecendo mais estas mulheres e suas histórias de vida nos dá fôlego para seguir em luta e no caminho de nos unirmos cada vez mais contra o machismo, misoginia, homofobia, dependência financeira, violências e uma série de questões que são impostas às mulheres nessa sociedade. Temos a experiência de nos formarmos como mulheres pesquisadoras como uma das ações previstas no projeto. Então, as integrantes do grupo são entrevistadoras e algumas inclusive viveram também o locus de entrevistadas. Fortalecer a união e a ação coletiva é nosso profundo aprendizado até então”, relata Ligia, integrante do grupo de pesquisa, sobre a experiência do grupo durante o projeto.