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CCBJ realiza atividades de conscientização sobre autismo e inclusão ao todo serão 10 dias de ações

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio do seu Núcleo de Articulação Técnica Especializada (NArTE), setor de atenção social do CCBJ, realiza durante o mês de abril ações em alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado dia 02 de abril.

Com o tema Inclusão de Todas as Formas de Ser, as atividades acontecerão entre os dias 02 e 13 de abril, e contarão com um conjunto de atividades e vivências voltadas ao público infantojuvenil e seus responsáveis adultos, com o objetivo de mediar a diversidade de seres e sua inclusão, contra o capacitismo e a neuronormatividade.

O dia 02 de abril foi definido pela ONU (Organização das Nações Unidas) como Dia Mundial de Conscientização do Autismo. O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), é uma condição de saúde que se manifesta em diferentes níveis e se caracteriza por apresentar desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal e comportamento (interesse restrito ou hiperfoco).

Confira a programação completa da Campanha Inclusão de Todas as Formas de Ser:

02/04 – terça-feira

Aprendendo aprender: acessibilidade

Quando a cobra-cega pegar alguém, ela pode pedir para falar uma palavra sobre os pilares da acessibilidade  e assim que a pessoa falar, ela tentará identificar quem é, ou, quando a cobra cega pegar alguém, só pelo toque, tentará identificar quem é.

⏰ 16h30 
👩🏽‍🏫 Educadora: Jackline Marques

04/04 – quinta-feira

Desenho e pintura – Inclusão é um direito

Pensando em dialogar sobre inclusão e o respeito, a atividade traz desenhos e frases sobre a temática, trabalhando de forma lúdica a compreensão e convivência das crianças com as múltiplas formas de existir.

⏰ 18h30 
👩🏽‍🏫 Educadora: Narah Adjane

05/04  – sexta-feira

Liz e seus amigos – o poder da inclusão

Quando a cobra-cega pegar alguém, ela pode pedir para falar uma palavra sobre os pilares da acessibilidade e assim que a pessoa falar, ela tentará identificar quem é, ou, quando a cobra cega pegar alguém, só pelo toque, tentará identificar quem é.

⏰ 11h 
👩🏽‍🏫 Educadora: Jackline Marques

06/04 – sábado

Circuito de acessibilidade

Neste É O BRINCA, realizando um circuito de acessibilidade, acompanhado de jogos interativos para crianças do Centro Cultural do Bom Jardim. A atividade busca sensibilizar e dialogar sobre a inclusão de neurodivergentes e pessoas com deficiências, promovendo a compreensão e aceitação mútua.

⏰ 15h  
👩🏽‍🏫 Educadores: Eixo Cultura infância

09/04 – terça-feira

Brincar e Incluir : Esportes Adaptados

Durante o mês de abril iremos trabalhar com a temática sobre autismo e inclusão de PCD ‘S, assim a educadora Deyse Mara convida as crianças para uma vivência com jogos adaptados. Elas irão vivenciar o esporte paraolímpico voleibol sentado, e antes irão participar de um jogo sensorial dentro do equipamento. A atividade tem o intuito de possibilitar oportunidades iguais de envolvimento esportivo, competição e realização pessoal para pessoas com deficiência, sem fazer restrição entre os indivíduos.

⏰ 17h
👩🏽‍🏫 Educadora: Deyse Mara

10/04 – quarta-feira

Criando referências – Viktor Bevanda e o espectro autista

Pensando em criar referências de artistas e movimentos que dialogam sobre direitos humanos, no mês de abril conheceremos o artista Viktor Bevanda, adolescente que vem encantando o mundo com seus desenhos e dando visibilidade ao espectro autista através de suas produções. Faremos uma atividade de releitura de suas obras, aproximando o público do NArTE com a experiência do artista.

⏰ 18h30
👩🏽‍🏫 Educadora: Narah Adjane

Dia 11/04 – quinta-feira

Soletrando em Libras

A educadora convida as crianças frequentadoras do CCBJ para uma vivência em libras, com o objetivo de que as crianças aprendam brincando.

⏰ 17h
👩🏽‍🏫 Educadora: Deyse Mara

12/04 – sexta-feira

Sala das Sensações

Compondo a campanha deste mês, a atividade consiste em um momento sensorial que permite os participantes a explorar e estimular interação com elementos de diferentes formas, texturas, cores e cheiros no ambiente.

⏰ 16h
👩🏽‍🏫 Organização: Shirley 
📌 Local: Multigaleria

13/04 – sábado

Autismo, Neurodiverências e Proteção de crianças e adolescentes 

Reunião com responsáveis por crianças e adolescentes participantes das atividades no CCBJ, como alunes da ECA e moradores das comunidades, com objetivo de sensibilizar sobre as neurodivergências (especialmente o autismo) que exige cuidados especiais e compreensão da família, bem como a proteção de crianças e adolescentes, principalmente, no acesso a redes sociais. 

⏰ 14h
👩🏽‍🏫 Organização: eixos psicossocial e articulação comunitária
👩🏽‍🏫 Mediação: Lucas Lima

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), realizou programação com foco na celebração dos Mestres da Cultura do Ceará no dia 23 de março. O 2º festival Jardim de Tesouros Vivos foi articulado junto de Pai Neto Tranca Rua, Mestra Carla e Mestre Lula, mestres da cultura do Grande Bom Jardim.

Por meio de sua Ação Cultural, o CCBJ promoveu um dia inteiro de atividades que tiveram início às 9h00 e aconteceram de forma itinerante, passando por locais como o Centro Espírita de Umbanda São Miguel, a casa da mestra Mãe Zimá, a Associação Zumbi Capoeira (AZC) e o próprio equipamento.

A primeira parada foi uma visita no Centro Espírita de Umbanda São Miguel do mestre da cultura Pai Neto Tranca Rua, onde ocorreu um momento de troca com uma roda de conversa e apresentação da trajetória do avô de santo e sua atuação no território até às 11h00.

Na casa de Mãe Zimá, os participantes dividiram um almoço coletivo e puderam conhecer o espaço da mestra, partilhando um momento de integração e descontração. Em seguida, a programação foi continuada no Teatro Marcus Miranda, espaço do Centro Cultural Bom Jardim, de 14h00 às 16h00.

O momento foi dividido em duas partes. Cinco Mestres da Cultura reconhecidos pelo Governo do Estado formaram uma bancada para discutir as conquistas e os desafios dos mestres da cultura do Ceará. “Tem mestre da cultura que não tem plano de saúde”, afirmou mestra Carla, que abriu a discussão falando sobre a necessidade de prover qualidade de vida aos Mestres da Cultura.  

Levi Nunes, gestor executivo do CCBJ e mediador da mesa solene, confessou ter recebido de mestra Carla uma demanda nos bastidores do evento: fortalecer a presença dos mestres da cultura nas escolas. As duas necessidades apontadas foram enfatizadas pelos Mestres Wlisses, Lula, Klevison e Pai Neto e nortearam a segunda parte do momento.

Dois grupos de trabalho se dividiram no CCBJ para aprofundar as discussões trazidas pelos mestres da cultura e propor estratégias e alternativas para alcançar suas reivindicações. Em seguida, as propostas foram compartilhadas com todo o grupo, a fim de sistematizar as demandas dos Mestres da Cultura do estado em uma carta endereçada à Secult.

Depois do lanche, a programação seguiu para o espaço da Associação Zumbi Capoeira. Mestra Carla e mestre Lula contaram um pouco da história e atuação da AZC na formação de jovens capoeiristas e, em seguida, o local foi tomado por apresentações artísticas do grupo Toque de Senzala e da própria Associação Zumbi Capoeira, que finalizou a noite chuvosa com uma roda de capoeira.
O Grande Bom Jardim abriga quatro entre os nove Mestres e Mestras da Cultura do Ceará. O título lhes foi conferido por meio da Lei 13.351/2003, que reconhece Mestres da Cultura os indivíduos e coletivos dotados de conhecimentos referenciais para a memória e preservação da cultura cearense.

Durante os meses de março e abril, os jovens que integram o Projeto Uz Crias, conduzidos pela equipe do Núcleo de Articulação Técnica e Especializada (NArTE/CCBJ), participam da vivência de base educomunicativa, sobre princípios humanitários e direitos humanos, com intuito da produção de um produto audiovisual a ser exibido em maio, em um evento do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). A produção e os encontros são conduzidos pelos profissionais da Ascom do CCBJ, NArTE e do CICV.

Mais que um roteiro audiovisual, a turma de 15 adolescentes que frequentam o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), entre eles integrantes também do programa conduzido pelo Núcleo de Articulação Técnica e Especializada (NArTE), UZ Crias, foram convidados para participarem da Vivência em Comunicação e Princípios Humanitários, uma iniciativa em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). A vivência acontece durante os meses de março e abril, em 20h de certificação pelo CCBJ e CICV, com conhecimentos sobre audiovisual, elaboração de roteiro e produção audiovisual, por meio da metodologia da educomunicação.

Na primeira quinzena  de março, os encontros acontecem no CCBJ e são mais voltados para as exposições de ideias e dinâmicas educomunicativas sobre noções gerais de comunicação, direitos humanos, princípios humanitários, noções de roteiro e produção em audiovisual. Já no primeiro encontro, a turma foi conduzida pela equipe técnica da Assessoria de Comunicação (Ascom CCBJ) e equipe NArTE, para elaboração de um roteiro a partir da escolha de objetos expostos à mesa, a turma dividiu-se em três grupos e montaram três produções, uma somente com áudio, uma com áudio e imagem e outra somente com imagem, testando assim os desafios das linguagens de comunicação. 

Em apenas um exercício inicial, a turma teve o potencial de articular pautas sobre racismo, violência e direitos humanos por meio das produções feitas a partir de um celular, conta a coordenadora de comunicação da ASCOM CCBJ, Isabel Mayara, que detalha como foi esse momento inicial. “Esta atividade de construção de uma história, a partir de objetos aleatórios, permitiu que os participantes exercitem sua criatividade na criação de narrativas sobre suas questões humanas e tenham iniciais noções de roteiro, pois para organizar as ideias, os grupos sistematizaram-as em um espaço, e sem saberem estavam já escrevendo um roteiro.  Essa proposta serviu como ponte para o segundo encontro e as noções específicas sobre o roteiro. Foi muito interessante perceber a rapidez e o engajamento deles na construção das narrativas”.

A humanidade que conecta

A vivência vem com a iniciativa de refletir as histórias de vida, a partir dos direitos humanos, como foco nos princípios humanitários, a partir da metodologia da educomunicação, que usa os meios de comunicação como meio de aprendizagem, despertando o pensamento crítico sobre as temáticas envolvidas. A iniciativa realiza as ações mediadas pelo uso dos meios de comunicação como celular e as máquinas fotográficas profissionais para a elaboração de um produto de audiovisual, a partir das percepções dos jovens, com foco no princípio da humanidade.

Os princípios fundamentais para o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, parceiros do CCBJ nessa iniciativa, são os princípios da Humanidade, imparcialidade, neutralidade, independência, voluntariado, unidade e universalidade. Esses sete princípios regem a ética do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, com sua missão em ajudar as pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, e outras emergências. Nessa vivência foi escolhido o princípio da Humanidade para ampliar e conectar com as realidade dos jovens participantes.

Conectando ideias, histórias e cenas, o princípio da humanidade também vem conectar  os jovens envolvidos no projeto Uz Crias. Riana Kelly, uma das jovens atendidas pelo projeto, descreveu como foi vivenciar o dia do início da criação do roteiro, gravação e visita pelo Cineteatro São Luís. “A minha experiência aqui foi tão legal porque é a minha primeira vez e tá sendo mais legal ainda porque ta sendo com meus amigos e minhas amigas”.

Esse conceito abrange todos os demais princípios e se apoiam no entendimento de que o sofrimento é universal e não pode ser tratado com indiferença, por isso o respeito pela dignidade humana é primordial e implica em proteger as pessoas, independente de quem sejam ou do que fizeram. Assim o movimento presta auxílio sem discriminação, visando reduzir o sofrimento humano. O princípio da Humanidade favorece a compreensão mútua, a amizade, a cooperação e a paz duradoura entre os povos.

“Tem sido muito estimulante e muito bacana, multiplicar os conceitos desses princípios com a história de vida e o universo simbólico também, dos moradores do bairro do Bom Jardim.”, pontuou Daniel M. Mamede, assessor em Fortaleza do Programa para Pessoas Desaparecidas e Suas Famílias do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Relembre a parceria entre CCBJ e CICV: Centro Cultural Bom Jardim (ccbj.org.br)

Uz Crias na telona

Em uma outra parceria com o CICV, a turma dos Uz Crias foram convidados para uma participação especial no elenco do documentário, produzido pela organização internacional, gravado na Praia de Iracema. Sobre a participação dos Uz Crias no documentário da organização, leia: Centro Cultural Bom Jardim (ccbj.org.br) .

Desta vez, fruto de mais uma ação em parceria, os jovens participantes integram a vivência em destaque e farão a exibição de suas produções audiovisuais em uma evento institucional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, previsto para acontecer em maio deste ano. A elaboração deste produto é resultado dos encontros, realizados no CCBJ e no Cineteatro São Luiz, com o encontro vivência de elaboração de roteiro, no sábado (16 de março). 

Na ocasião, os jovens receberam a equipe do CICV, vindos do escritório de Brasília, exclusivamente para essa ação, no São Luiz (centro de Fortaleza) e tiveram momentos de apresentação da organização, noções sobre os direitos humanos e princípios humanitários, noções de storytelling e uma oficina de início de elaboração de roteiro. Além disso, os participantes realizaram uma visita guiada pela equipe do cineteatro, conhecendo o tradicional e um dos mais antigos cinemas de Fortaleza. 

O São Luiz acolhe os jovens para esse momento especial da vivência na sala recém-inaugurada Seu Vavá, uma sala de cinema menor, no andar acima do salão principal, com um patrimônio das cadeiras originais do cineteatro, desde 1958. Em maio, ambas produções, o documentário com  participação do Uz Crias e a produção audiovisual, oriunda da vivência serão exibidas no salão principal do São Luiz.

O Cineteatro São Luiz integra a Rede de Equipamentos da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT), assim como o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), geridos pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). 

Créditos: Acervo CCBJ, por Mar Pereira e Paulo Felix.

Desde 2020, o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) atua com atividades acessibilizadas em Língua Brasileira de Sinais (Libras), com tradutores/es e intérpretes vinculados à sua Assessoria de Comunicação, ações afirmativas inseridas nas chamadas públicas e atividades de formação sobre acessibilidades através da Escola de Cultura e Artes (ECA/CCBJ). No mesmo ano, a ECA buscou qualificar a demanda de acessibilidade em seu escopo de formação por meio da criação do Programa de Acessibilidade

“A acessibilidade passou a ser compreendida dentro da Escola de Cultura e Artes, não apenas no sentido de acesso e permanência das pessoas com deficiência aos espaços formativos voltados para arte e cultura, mas também como metodologia dentro dos percursos formativos da escola”, afirma Raiany Araújo, assistente pedagógica do Programa de Acessibilidade da Escola de Cultura e Artes do CCBJ

Programa de Acessibilidade para além dos muros do Centro Cultural Bom Jardim

Com o intuito de expandir o alcance de público e pautar a acessibilidade dentro e fora do CCBJ, o Programa de Acessibilidade da Escola de Cultura e Artes do equipamento tem construído parcerias com instituições que já pautam a temática e que são referência para o público de pessoas com deficiência. Entre os cinco cursos do Programa de Acessibilidade que estão em vigência, quatro são realizados em parceria com outras entidades.

Os cursos de Audiovisual e Audiodescrição Para Crianças e de Desenho e Produção de Quadrinhos em Libras são respectivamente realizados em parceria com o Instituto Hélio Góes e com a Escola Bilíngue Francisco Suderland Bastos Mota. Introdução a Informática Educativa e Tecnologias Assistivas é uma formação desenvolvida em conjunto com o Programa de Cultura Digital da ECA, voltada para pessoas cegas. Introdução a Libras Básico Para Atendimento Ao Público é viabilizado em parceria com a Casa AME, espaço do Movimento Saúde Mental, e Acessibilidades, Libras e Criatividade é um curso voltado para formação de profissionais da Escola, a fim de fortalecer seu compromisso com a acessibilidade atitudinal.

A assistente pedagógica do Programa de Acessibilidade do CCBJ destaca também a parceria com a Escola Estadual de Educação Profissional Joaquim Nogueira.  Em 2023, o Programa de Acessibilidade recebeu três estudantes da instituição de ensino, os formandos do curso técnico de Tradução e Interpretação de Libras Liana Daira, Sofia Alves  e Vinicius Lima,  para realização de seus estágios técnicos na Escola de Cultura e Artes. 

“Foi um trabalho lindo, desenvolvido por estagiários/as em sua atuação como profissionais Tradutores/as e Intérpretes de Libras (TILs) na área artística e cultural, realizando atividades de tradução em Libras dos espetáculos de dança, teatro e música, construindo junto conosco a acessibilidade estética em nossas ações artísticas, além da atuação em sala de aula diante da presença de alunos/as e/ou professores/as surdos/as”, declara Raiany Araújo.

Transversalidade entre os programas da Escola de Cultura e Artes

Nos últimos meses, contabilizando o período entre maio de 2023 e março de 2024, o Programa de Acessibilidade cumpriu 150 horas/aula por formações em recursos de acessibilidade e 391 horas/aula em ações formativas sobre acessibilidade, realizadas em transversalidade com os demais programas da ECA.

“Tratar de acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência é um diálogo extremamente necessário uma vez que pcd’s também estão nas periferias”, alerta Vitória Sâmea, supervisora do Programa de Acessibilidade da ECA/CCBJ. Trabalhando a acessibilidade em um território periférico como o Grande Bom Jardim, o Programa tem realizado um mapeamento do público de pessoas com deficiência e/ou neurodivergentes, moradoras do território ou proximidades.

A medida, feita por meio dos formulários socioeconômicos aplicados durante a inscrição nos cursos da Escola de Cultura e Artes do CCBJ, é uma forma de aproximar o público de pessoas com deficiência do equipamento, aumentando a efetividade da divulgação dos cursos da ECA, o que, conforme Raiany Araújo, “tem como objetivo a fruição artística e protagonismo das pessoas com deficiência” na instituição.

Segundo Raiany, o Programa de Acessibilidade passou a compor a ECA/CCBJ, ao lado dos programas voltados para linguagens artísticas diversas, devido à demanda de construir uma cultura anti-capacitista no campo das artes, ampliando as discussões relacionadas à acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência (PcD). Facilitando o acesso de PcD às formações dos programas de Audiovisual, Cultura Digital, Dança, Música e Teatro, a Escola de Cultura e Artes busca fortalecer a arte, a cultura e a luta anti-capacitista, através da atuação permanente do Programa de Acessibilidade.

A fim de aliar formação em áreas artísticas e acessibilidade, a ECA passou a oferecer, conforme a assistente pedagógica, “percursos formativos que orientassem artistas, alunos/as da escola, produtores/as, professores/as, gestores/as e agentes culturais na busca pela aplicabilidade e garantia de políticas culturais de qualidade para pessoas com deficiência”, levando a pauta da acessibilidade para além do comprometimento com as políticas públicas de inclusão cultural e inserindo-a como parte do fazer artístico.

Política e pedagogia: educação e acessibilidade na Escola de Cultura e Artes

Sob a perspectiva de que para estabelecer uma luta contra o capacitismo é necessário construí-la junto de pessoas com deficiência, surgiu o “Nada Sobre Nós Sem Nós”. Realizado em quatro edições até então, o percurso formativo do Programa de Acessibilidade pauta questões relacionadas ao protagonismo de pessoas com deficiência por meio da realização de ações de formação e de debate.

“Sendo uma Escola imersa dentro dos processos formativos em artes, para alcançarmos uma cultura anti-capacitista, precisamos que a acessibilidade seja uma metodologia, uma prática e uma implicação constante”, diz Raiany Araújo. Pensando nisso, em 2023, os cursos dos Ateliês de Produção, por exemplo, passaram por um módulo de formação em acessibilidade, no qual as turmas foram introduzidas a discussões sobre recursos de acessibilidade. 

Raiany conta ainda que no evento de culminância do “Nada Sobre Nós Sem Nós” de 2023, a turma do curso de Ateliê de Produção Cultural e Realização de Eventos realizou uma atividade prática, trabalhando com artistas com deficiência e/ou neuro diversos. Posteriormente, os alunos relataram um despertar para a avaliação da acessibilidade nos equipamentos culturais, inclusive compreendendo que o Centro Cultural Bom Jardim não é um espaço que dispõe de acessibilidade arquitetônica – fator considerado um grande desafio para a equipe do programa.

Ainda que haja adversidades, desde sua criação, o Programa de Acessibilidade busca promover as pautas relacionadas à inclusão e autonomia de pessoas com deficiência em todo o equipamento, transpassando os programas da Escola e os outros setores do CCBJ. “Ainda em 2020, pensando trazer formações sobre os recursos de acessibilidade, a ECA propôs formações direcionadas para acessibilidade comunicacional, como cursos de Libras (Língua Brasileira de Sinais), que segue até hoje sendo um dos cursos com grande procura de inscrição pela comunidade”, relata a assistente pedagógica do Programa de Acessibilidade.

A Escola também dispõe de profissionais tradutoras/es intérpretes de Libras para atendimento de pessoas surdas, realizado com agendamento de horário via formulário, oferecendo retirada de dúvidas sobre os cursos disponíveis, inscrições, matrículas ou outros atendimentos de dúvidas referentes à Escola de Cultura e Artes. Além disso, as atrações artísticas que movimentam o equipamento contam com tradução em Libras da equipe de Comunicação do CCBJ.

O Programa de Acessibilidade também reforça seu papel enquanto agente na busca por equidade na participação do Comitê da Diversidade do Instituto Dragão do Mar, cujo um dos representantes é a supervisora do Programa de Acessibilidade. Ao lado de outros representantes de equipamentos da Rede IDM, o Programa se dispõe a “propor, indicar e discutir ações voltadas para as políticas afirmativas que corroborem com o direito das pessoas com deficiência no âmbito artístico e cultural”, conforme afirma a equipe.

“É indiscutível que [o Programa de Acessibilidade] muito tem agregado no fazer artístico dos nossos estudantes”, declara Vitória Sâmea. Para a supervisora do Programa de Acessibilidade, o papel central do programa é fortalecer espaços e ações de respeito à diversidade, pautando a acessibilidade por meio de formações nos mais diversos campos, como recursos de acessibilidade (Libras, legendagem, audiodescrição) e acessibilidade atitudinal, pedagógica, estética e cultural, junto dos mais diversos públicos.

Em sua perspectiva, estruturas excludentes como o capacitismo só podem ser enfrentadas a partir da coletividade e, por isso, a equipe do Programa de Acessibilidade faz votos pelo avanço da pauta em todo o Centro Cultural Bom Jardim a partir da participação comunitária, fazendo da acessibilidade – sobretudo a atitudinal – uma premissa do equipamento.

O Centro Cultural Bom Jardim é um equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM).


Informe-se sobre acessibilidade atitudinal: Cartilha de Formação em Acessibilidade Atitudinal

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio da sua Biblioteca Cristina Poeta, convida para a VI Semana Literária 2024.

De 20 a 22 de março a Biblioteca Cristina Poeta realizará diversas atividades em um evento festivo que visa celebrar a literatura e fomentar o hábito da leitura, além de incentivar a participação de artistas que atuam nesse ramo.

Em sua sexta edição, a Semana da Biblioteca é realizada anualmente e acontece durante o mês de março em alusão às datas relacionadas a escritores da literatura brasileira, além do Dia do Contador de Histórias, o Dia Internacional da Poesia e o Dia do Bibliotecário. 

Confira a programação completa

20/03 – Quarta-Feira

CICLO DE LEITURA: AUDIOLIVRO – A GRANDE FÁBRICA DE PALAVRAS
RELEASE: Existe um país onde as pessoas quase não falam. Nesse país estranho é preciso comprar as palavras e engoli-las para poder pronunciá-las! No Ciclo de Leitura vamos ouvir uma história encantadora que transporta os leitores para um mundo mágico, onde as palavras têm um valor tangível. O livro oferece uma jornada inesquecível enquanto explora a importância da comunicação, do compartilhamento de ideias e emoções.

📌Serviço: 
10H | CICLO DE LEITURA: AUDIOLIVRO – A GRANDE FÁBRICA DE PALAVRAS
Local:  Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ

ESPETÁCULO NA LAGOA DO JACARÉ LILICO NÃO PODE JOGAR LIXO – GRUPO CALU MARAVILHA
RELEASE: O espetáculo conta a história do jacaré Lilico que mora em uma lagoa numa grande cidade. Tudo vive em total harmonia porém, para o desespero dos animais que ali vivem, a lagoa começa a morrer, e a água que antes servia como fonte de sobrevivência agora vive contaminada pela população que joga lixo no local. A história procura despertar nas crianças a consciência ambiental e a importância de preservar a natureza e não poluir o meio ambiente.

📌Serviço: 
15H | ESPETÁCULO NA LAGOA DO JACARÉ LILICO NÃO PODE JOGAR LIXO – GRUPO CALU MARAVILHA
Local:  Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ


21/03 – Quinta-Feira

CINE LEITOR
RELEASE: O Cine Leitor irá compor a programação da Semana Literária da Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ! O filme de hoje é A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata. O Cine Leitor ocorre por meio da exibição de produções cinematográficas que são adaptações de livros, evidenciando a relação entre a literatura e o audiovisual. O objetivo é  incentivar a leitura para crianças e jovens através da linguagem do cinema. Faz parte do programa Sombrinha Literária, que apresenta atividades que dialogam com a música, o audiovisual, o teatro e múltiplas linguagens com intuito de coletivizar o acesso à literatura, visando à inclusão social e digital, através da experiência da mediação da informação e da leitura.

📌Serviço: 
10H | CINE LEITOR
Local:  Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ

CONTOS, POESIAS E CANÇÕES COM COLETIVO CHUÁÁ CHUVOSA

RELEASE: Em Contos, Poesias e Canções, Chuáá um clown que conta histórias, narra contos, entremeados com músicas e poesias, com muita ludicidade ela envolve o público que brincam e divertem-se com o curso de cada episódio, assim despertando sua criatividade e imaginação. Em cena, ela busca a interatividade com o público aproximando das histórias e do universo poético, incentivando sua participação, com muito bom humor e graciosidade. As narrações são acompanhadas por Chico Bruno que compõe as canções, o espetáculo tem duração de quarenta minutos, voltado para o público infanto juvenil e sua classificação é livre.

📌Serviço: 
15H | CONTOS, POESIAS E CANÇÕES COM COLETIVO CHUÁÁ CHUVOSA
Local:  Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ

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22/03 – Sexta-Feira

OFICINA MARCADOR DE PÁGINA
RELEASE: A biblioteca terá uma jornada criativa, onde a arte encontra a literatura. Para celebrar essa união entre a arte e a literatura, os participantes terão a chance de criar marcadores de página personalizados, inspirados em suas obras literárias favoritas.

📌Serviço: 
10H | OFICINA MARCADOR DE PÁGINA
Local:  Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ

APRESENTAÇÃO DO LIVRO MEMÓRIAS E PROSAS DE VERÔNICA SOUSA
RELEASE: O livro é uma produção independente da jovem escritora, moradora do Grande Bom Jardim Verônica. “Memória e Prosas” é o seu segundo livro, o primeiro se chama “Sentimentos e Versos”. O Livro é em formato de literatura de cordel e se passa na cidade de Palmácia, onde um senhor chamado Raimundo, morador antigo da cidade gosta de conversar com as crianças na calçada da sua casa. Os relatos são em sua maioria sobre a história da cidade e das pessoas antigos moradores. Como a história do menino que foi comprar fiado e pediu o troco. E principalmente a história de Amélia, a primeira professora da cidade.

📌Serviço:
18H | APRESENTAÇÃO DO LIVRO MEMÓRIAS E PROSAS DE VERÔNICA SOUSA
Local:  Espaço Marielle

LANÇAMENTO DO LIVRO E POCKET SHOW DE EDUARDO AFRICANO – EU MERMO
RELEASE: O livro “Eu Mermo” trata-se de uma autobiografia de Eduardo Africano e traz algumas observações, questionamentos, indagações e experiências vividas pelo autor. A referida obra salvou e proporcionou para Eduardo uma nova visão sobre o mundo, o fazendo perceber que embora sejamos direcionados a desacreditar, todos somos capazes de fazer e ser o que quisermos.

“Quero permitir que as pessoas consigam ler além das palavras, que elas permitam, sintam e enxerguem dentro de si o que escrevo: o sentimento que trago no descrever de lágrimas, vivências e histórias.

📌Serviço: 
18H30 | LANÇAMENTO DO LIVRO E POCKET SHOW DE EDUARDO AFRICANO EU MERMO
Local:  Espaço Marielle

As esquetes “Rasga Mortalha”, da Escola de Teatros Periféricos, e “Três Luas Antes do Fim”, da Cia Zumbart, foram apresentadas e premiadas no dia 23 de fevereiro, no Festival de Esquetes de Fortaleza (FESFORT). O Coletivo Inflamável também recebeu indicações e foi premiado pela esquete “À Deriva na América do Sul” no festival Bivar de Teatro, que ocorreu no dia 10 de março, marcando seus 20 anos de história. Os grupos têm em comum sua origem e atuação no Grande Bom Jardim, em Fortaleza, demarcando a efervescente produção de teatro no território.

Na 22° edição do FESFORT, que aconteceu no Teatro da Praia, “Três Luas Antes do Fim” recebeu o prêmio de Melhor Maquiagem. “Rasga Mortalha” tornou-se destaque do evento, recebendo prêmios por Melhor Esquete, Melhor Direção e Melhor Atriz Coadjuvante. Já a 20º edição do festival Bivar de Teatro, ocorrida no Teatro Chico Anysio, premiou a esquete “À Deriva na América do Sul” por Melhor Iluminação.

À Deriva na América do Sul, produção do Coletivo Inflamável

Apresentação de ‘À Deriva na América do Sul’ (Foto: InCartaz)

A esquete do Coletivo Inflamável também foi indicada nas categorias de Melhor Ator, com Aurianderson Amaro, Melhor Maquiagem e Melhor Cenografia. O experimento cênico apresentado na 20º edição do festival de esquetes foi uma adaptação, considerada um desafio pelo coletivo, de um trabalho virtual para os palcos. “Entre tropeços, conseguimos chegar em um lugar digno”, conta Ítalo Saldanha, responsável pelo dramaturgismo de “À Deriva na América do Sul”.

A história narra a trajetória da tripulação de um barco pesqueiro que fica à deriva após uma grande tempestade em alto mar. 

“O desencontro de personalidades, o desespero, o individualismo, a incapacidade de articular as divergências e a inanição da população do barco contribuem para a manutenção da inércia de um povo que não sabe mais se um dia chegará. E aonde poderia chegar?”

Naldo de Freitas, integrante do Coletivo Inflamável que assina a iluminação da esquete recém premiada, revela estar muito feliz com o reconhecimento recebido pelo festival e grato aos companheiros do grupo. “Sei muito bem do trabalho que desenvolvemos dentro do Coletivo Inflamável e sei também do potencial individual e coletivo dos integrantes do coletivo”, diz.

Naldo de Freitas com o prêmio pela iluminação da esquete ‘À Deriva na América do Sul’ (Foto: Reprodução/ acervo pessoal)

Promovido há 20 anos, o festival de esquetes Bivar de Teatro surgiu na periferia de Fortaleza. “Estar envolvido em um evento com essa história é uma oportunidade única para conectar-se com a comunidade local, compartilhar nossas mensagens e contribuir para o fortalecimento do movimento teatral periférico”, diz Aurianderson Amaro, integrante do Coletivo Inflamável e da Cia Zumbart.

Para ele, a indicação e premiação no evento “contribuem para aumentar nossa visibilidade e reconhecimento” e podem atrair mais recursos para o fortalecimento do grupo. Aurianderson considera iniciativas como o festival Bivar de Teatro um “reflexo da resistência e da identidade cultural das comunidades periféricas”, relacionando-se com os fundamentos do Coletivo Inflamável, que existe há quatro anos e que, conforme Ítalo Saldanha, é oriundo da segunda turma do curso extensivo de Teatro do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ).

Realizada durante a pandemia de COVID-19, a produção do Coletivo Inflamável reflete sobre o período no qual foi concebida. Assim como “À Deriva na América do Sul”, as esquetes da Escola de Teatro Periféricos e da Companhia Zumbart também abordam questões sociais e políticas contemporâneas.

Rasga Mortalha, produção da Escola de Teatros Periféricos do Nóis de Teatro

‘Rasga Mortalha’ no palco do Teatro da Praia (Foto: Victor Augusto)

A Escola de Teatros Periféricos é uma iniciativa ainda jovem da companhia Nóis de Teatro. Com direção de Amanda Freire, integrante do Nóis de Teatro também conhecida como Amanda Quebrada, a esquete “Rasga Mortalha” foi produzida pela segunda turma do projeto, cuja formação está em andamento, durante o módulo “Teatros de Rua – Pelo direito à cidade”.

“Entendo [a premiação] como uma constante resposta à sociedade, ao sistema que insiste em exterminar a juventude negra-originária-lgbtqiap+-periférica. A dedicação aos módulos da escola, o envolvimento em cada aula, o cuidado com a turma, a vontade de fazer e estar juntes refletem nas premiações que a turma recebeu”, afirma Amanda, que recebeu o prêmio “Gasparina Germano”, marcando sua terceira vez desempenhando a função de diretora.

Ela considera as premiações como uma surpresa que deixou impactos positivos e observa a turma “mais empolgada e ainda mais responsável pelo fazer, ter o cuidado com o público, com o texto, com as questões produtivas de cena”. Sobre o prêmio de Melhor Direção, Amanda Quebrada conta que deixou-lhe mais confiante a experimentar e se aprofundar em outras funções no teatro, carregando consigo Altemar di Monteiro, Andréia Pires, Roberta Marques, Luciana Vieira, Elvis Alves e Edna Freire como referências.

‘Rasga Mortalha’ no 22º Festival de Esquetes de Fortaleza (Foto: Victor Augusto)

A narrativa de “Rasga Mortalha” se desenvolve a partir de um corpo encontrado na periferia, gerando especulações por parte da mídia e da comunidade. A partir daí, a esquete acompanha o cortejo das corujas conhecidas como rasga mortalhas, que anunciam a chegada do corpo no plano espiritual.

“Afinal, de quem é o corpo? Qual a sua cor? A pessoa que morreu sou eu? É você?” 

A produção fictícia foi construída a partir das vivências e subjetividades de cada estudante de teatro da Escola de Teatros Periféricos e dos exercícios de improvisação realizados nas ruas ao redor da sede do Nóis de Teatro, localizada no bairro Granja Lisboa, onde as aulas acontecem. Pensado para a rua, o trabalho foi criado neste espaço e leva em conta a relação de cada pessoa envolvida no projeto com a cidade.

Três Luas Antes do Fim, produção da Companhia Zumbart

‘Três Luas Antes do Fim’ também circulou no Festival Bivar de Teatro (Foto: Reprodução/ Instagram)

A produção da Companhia Zumbart também carrega forte teor crítico. “Três Luas Antes do Fim” traz à sua narrativa um universo em que uma terceira lua pode estar se aproximando da Terra, o que provoca grande tensão e muitos conflitos na sociedade. A competição por poder, visibilidade e bem-estar são questões abordadas na trama.

“O mundo está em conflito, as tensões ficam cada vez mais constantes. A pressão de um sistema no qual não se pode confiar, faz Alfeus e Estrodos dormirem de olhos abertos! A qualquer momento tudo pode acontecer! A terceira lua está próxima e com ela o caos é seu eterno companheiro… Entre oprimidos e opressores que se misturam em meio a tantos desencontros e manipulações, quem são as verdadeiras vítimas? Quem vai cuidar de nós?”

A esquete foi pensada em consonância com os pilares da Cia Zumbart, que atua com base em manifestações afro-referenciadas. Embora tenha influência do teatro dos dramaturgos europeus Antonin Artaud e Bertolt Bretch, a capoeira, maculelê e puxada de rede são elementos fortemente presentes na construção cênica de “Três Luas Antes do Fim”.

“Criamos também um ambiente ritualístico e sensitivo por meio de figurino, maquiagem e adereços e de constante diálogo direto com o público, provocando-o a refletir sobre as situações ali presenciadas, que são reflexos dessa sociedade contemporânea”, conta Aurianderson Amaro, diretor da produção.

Integrantes da Cia Zumbart receberam o troféu Gasparina Germano no dia 23 de fevereiro (Foto: Reprodução/ Instagram)

Não é a primeira vez que a esquete “Três Luas Antes do Fim” é contemplada em festivais, mas o prêmio recebido pela Cia Zumbart no FESFORT reforça o reconhecimento pelo trabalho feito pelo grupo. “Isso é extremamente incentivador para o grupo, deixa todas as pessoas com uma sensação de que nosso esforço, as horas de ensaio, as entregas de trabalho árduo valem a pena!”, declara o diretor da esquete.

Produção artística feita pela periferia

A circulação das produções em festivais e o reconhecimento das companhias de teatro impulsionam a visibilidade e a continuidade da atuação de grupos como o Coletivo Inflamável, a Companhia Zumbart e o Nóis de Teatro, neste caso, causando impacto nos jovens formandos da sua Escola de Teatros Periféricos.

Voltada para a formação dramatúrgica de jovens moradores de periferia, na percepção de Amanda Quebrada, a premiação recebida pela Escola de Teatros Periféricos “reitera o que o Nóis [de Teatro] sempre acreditou, que a periferia pulsa arte mas que falta investimento, queremos mais escolas com referência negra, afroindigena, periférica”. “‘Nóis’ queremos em toda quebrada centros culturais, grupos de teatro, pontos de cultura fomentados pelo governo com a mesma atenção e dedicação voltada para os equipamentos que estão localizados no eixo Benfica-Centro-Aldeota”, complementa.

“a periferia pulsa arte, mas falta investimento”

“Estar nesses lugares, mostrando nosso trabalho, o nosso jeito de fazer, a nossa estética, é reafirmar um espaço que também é nosso e que muitas vezes é visto e posto de maneira longínqua e de acesso restrito”, afirma Aurianderson Amaro. “É mostrar que aqui nas comunidades também fazemos um teatro de qualidade e que sim, concorre e ganha prêmios porque somos tão bons como outros grupos que estão em posições mais favoráveis em muitos aspectos”, conclui.

Realizadas em território periférico, as produções dramatúrgicas fictícias recém premiadas e feitas pelos grupos do Grande Bom Jardim reafirmam as posições e visões de mundo das pessoas envolvidas, ancorando-se na linguagem, estéticas, visões de mundo e experiências vivenciadas no cotidiano de quem vive e produz arte nas periferias de Fortaleza e recebendo mérito por sua criação.

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) é um equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM).

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, convida para a Masterclass de Acessibilidade o Grupo de Teatro Olho Mágico.

Com o tema “Olho Mágico: Música, Cena e Acessibilidade Artística”, a Masterclass propõe o diálogo e encruzas sobre as linguagens musical e teatral ao possibilitar o fazer artístico para e com as pessoas com deficiência. Iniciando esse momento o Grupo Olho Mágico, realizará uma apresentação a fim de demarcar o Protagonismo DEF (termo informal utilizado para referir-se às pessoas com deficiência) estabelecendo um espaço de interação entre o público e o espetáculo. A apresentação também será acessível em Libras e contará com audiodescrição.

Esse será um momento mediado por Vitória Sâmea, supervisora do Programa de Acessibilidade da Escola de Cultura e Artes (ECA/CCBJ), que conduzirá uma conversa sobre a composição e preparação artística musical e de cena, assim como protagonismo e atuação das pessoas com deficiência nos espaços culturais, compreendendo também a história do Grupo Olho Mágico.

A Masterclass de acessibilidade acontece no dia 22 de março às 16h no Teatro Marcus Miranda no Centro Cultural Bom Jardim.

Sobre as Masterclasses

As Masterclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, convida para a Masterclass de Dança com Legendary Mother Vênus Cabal, bailarina, professora, coreógrafa e organizadora de eventos.

Potência na cena Ballroom, Vênus Cabal, vai proporcionar uma aula show e uma vivência pŕatica do estilo Vogue Femme Performance, além de localizar a comunidade dançante no contexto histórico e suas principais ramificações. Vênus Cabal vai estabelecer sua aula no Vogue Femme, com movimentos femininos exagerados influenciados pelo ballet, jazz, dança moderna e principalmente pela corporalidade das travestis. A aula pretende contribuir com a  ampliação do conhecimento da cena Ballroom e do estido de dança Vogue Femme.

A Masterclass de Dança acontece no dia 21 de março às 18h30 na Praça Central no Centro Cultural Bom Jardim.

Minibio – Legendary Mother Vênus Cabal

Mariah, conhecida na cena como “Vênus”, é uma jovem multiartista, mais conhecida como Legendary Mother Vênus Cabal ©.

Atua como júri em grandes balls dentro e fora do seu estado. Bailarina, professora, coreógrafa e organizadora de eventos. Recebeu a honraria de Legendary na cena Kiki, sendo uma das maiores referências da cena brasileira.

Mariah, carrega vários Grand Prizes na sua caminhada de balls nacionais. Trouxe visibilidade para a cena local. Realiza vários workshops de Vogue Femme no seu estado.

Sobre as Masterclasses

As Masteclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.

Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), receberá duas representantes da comunidade PyLadies para a masterclass “Protagonismo Feminino e o Caminho das Pedras na Área de Tecnologia Digital”, realizada pelo Programa de Cultura Digital da sua Escola de Cultura e Artes (ECA/CCBJ). 

O evento ocorre no dia 18 de março, às 19h00, e trata dos impactos da desigualdade de gênero na inserção de mulheres no mercado de trabalho e na formação de suas carreiras profissionais, especialmente na área da tecnologia da informação. Representada por Alynne Ferreira e Andreza Fernandes na masterclass do CCBJ, a comunidade PyLadies tem por objetivo ampliar o acesso de meninas e mulheres para atuar nas áreas tecnológicas.

O Movimento Pyladies

PyLadies é uma comunidade mundial que foi trazida ao Brasil com o propósito de impulsionar mais mulheres a se tornarem participantes ativas e líderes na comunidade open source Python.

Criada a partir da percepção de que os cursos técnicos e universitários de ciências da computação são dominados por homens, a comunidade PyLadies passou a realizar palestras, encontros e formações por todo o mundo, a fim de incentivar as mulheres a entrar no mundo da programação.

O Movimento Pyladies tem várias representações no Brasil e, entre elas, há um coletivo de mulheres que formam o Pyladies Fortaleza, buscando diversificar a comunidade Python por meio da educação e de conferências e eventos como a masterclass do Programa de Cultura Digital do Centro Cultural Bom Jardim.

As Masterclasses

As Masterclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.

Confira abaixo a agenda das próximas Masterclasses:

Masterclass de Acessibilidade: dia 22/03 às 16h
Masterclass de Dança: dia 21/03 às 19h

Gratuitas e abertas ao público geral, as Masterclasses do CCBJ acontecem anualmente, promovendo encontros que vão desde bate-papos, rodas de conversa, palestras, seguidas de exibições de espetáculos e apresentações artísticas, trazendo discussões sobre a linguagem abordada. As Masterclasses também podem trazer aulas práticas e aulas-show, proporcionando uma participação mais ativa dos alunos.

Saiba mais sobre o Programa de Cultura Digital: https://ccbj.org.br/escola-de-cultura-e-arte/cultura-digital/

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, convida para a Masterclass de Teatro com Henrique Fontes, dramaturgo, ator, diretor teatral e gestor cultural.

Trazendo o tema “Dramaturgia e o Teatro Documental” os participantes terão a oportunidade de debater sobre dramaturgia, narrativas e teatro documental. Henrique Fontes é um profissional com 35 anos de experiência e vai partilhar com o público sobre o mercado dramatúrgico, percursos e fazeres.

A Masterclass de Teatro acontece no dia 12 de março às 19h, no Teatro Marcus Miranda do Centro Cultural Bom Jardim.

Minibio 

Henrique Fontes, é dramaturgo, ator, diretor teatral e gestor cultural com 35 anos de experiência. Como diretor tem 19 peças montadas e como dramaturgo 29 textos escritos. Henrique Fontes também é fundador do Espaço Cultural Casa da Ribeira em Natal e atual diretor artístico (www.casadaribeira.com.br ). Tem trabalhado com o Grupo Carmin desde sua origem em 2007 (www.grupocarmin.com.br ) e ajudou também a fundar os Grupos Beira, Atores à Deriva e Grupo Casa da Ribeira. Integrou o Grupo Clowns de Shakespeare entre 1996 e 2004.

Indicado aos prêmios Shell e APTR 2023 na categoria Dramaturgia pelo espetáculo: “Peça de Amar”; Vencedor do Prêmio Shell 2019 na categoria Dramaturgia pelo espetáculo “A Invenção do Nordeste”. Vencedor do Prêmio do Humor 2019 de melhor dramaturgia e também o Prêmio Botequim Cultural 2019 como melhor autor e Prêmio APTR de melhor dramaturgia. Todos pela peça A Invenção do Nordeste.

As Masterclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.

O Instituto Dragão do Mar (IDM) anuncia a abertura de Chamada Pública para a seleção de Professor(a) Audiovisual destinado(a) a atuar no Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), espaço que compõem a Rede Públicas de Equipamentos Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerido pelo IDM. A presente seleção visa à contratação pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) junto ao IDM. Inscrições abertas de 04 a 14 de março de 2024.

Vagas: (01 vaga)
Remuneração: R$ 1.989,16
Carga horária: 20 horas semanais

CHAMADA PÚBLICA
Chamada disponível, clique aqui.

CRONOGRAMA DE SELEÇÃO

Inscrições: 04 de março a 14 de março de 2024.
Realização da Primeira fase: 15 de março a 21 de março de 2024.
Resultado da Primeira fase: 22 de março de 2024.
Realização da Segunda fase (entrevista): 26 de março e 27 de março de 2024.
Resultado da Segunda fase: 28 de março de 2024.
Realização da Terceira fase (Teste prático/didática): 02 de abril de 2024.
Resultado da Terceira fase: 04 de abril de 2024.
Resultado final: 05 de abril de 2024.

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, em alusão ao Dia Mundial do Teatro, realiza a II Mostrinha de Teatro, o evento reúne espetáculos desenvolvidos pelas turmas dos Cursos Básicos do Programa de Teatro. Nesta edição a Mostrinha realizará um percurso de circulação com as apresentações em mais dois equipamentos culturais geridos pelo Instituto Dragão do Mar, além do CCBJ. Serão três domingos de apresentações durante o mês de março.

O calendário traz três datas de apresentações, nos palcos do Theatro José de Alencar (TJA), Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC) e Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ).

As turmas do Programa de Teatro são compostas por crianças e adolescentes em diferentes momentos da formação artística. Algumas turmas estão em iniciação ao teatro e outras já estão em formação no Curso de Longa Duração há mais de um ano.

A montagem de espetáculos é um elemento chave no desenvolvimento artístico das turmas. 

A Mostrinha

A Mostrinha de Teatro acontece desde 2023 e promove o encontro entre os alunos, alunas, professores e professoras dos Cursos Básicos de Teatro do equipamento, com uma programação de experimentos cênicos nas quais os estudantes são os atores e plateia. A montagem de espetáculos, como os que serão exibidos, é um elemento importante no desenvolvimento artístico das turmas. a Mostrinha permite que os estudantes em formação conheçam os principais palcos da cidade, além de proporcionar uma familiarização com os elementos que compõem um processo de circulação de uma peça teatral, tais como a logística, montagem, desmontagem, além de um diálogo estreito com o público.

No dia 10/03, os espetáculos acontecerão no Theatro José de Alencar, dia 17/03, as apresentações serão no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e encerrando o percurso no dia 24/03, as produções serão apresentadas no Centro Cultural Bom Jardim. As apresentações acontecem a partir das 16h, com entrada gratuita em todos os equipamentos.

Confira abaixo informações sobre os espetáculos

Antes que o Céu caia sobre nossas cabeças – Curso de Longa Duração em Teatro – Noite

Sinopse: Histórias acontecem ao redor de uma mesa de cozinha e revelam medos, alegrias e dramas pessoais numa espécie de caos constante. O espetáculo foi construído junto com a turma a partir de pequenos laboratórios de criação onde os atuantes foram provocados a construir cenas tendo a ideia do fim do mundo como estímulo e uma mesa como memória das personagens.

Infância de Rapina – Teatro e Infância – ANCMA/CCBJ

Sinopse: Em uma pequena cidade, crianças são esquecidas pelo resto do mundo. Em uma tarde, uma notícia choca a todos que ali moram. Em meio a medos, inseguranças e sonhos, elas disputam território com aves de rapinas.

O Bailão – Curso de Longa Duração em Teatro – Quintal Cultural/CCBJ

Sinopse: Trabalho cênico inspirado no filme “O Baile” (1983), de Ettore Scola, que faz um passeio pelo mundo da dança retratado através de um salão francês, onde pessoas das mais diferentes idades se reúnem para dançar ritmos variados. A história viaja no tempo, indo dos anos 1920 até 1983, com o surgimento da disco music.

Serviço:

II Mostrinha de Teatro
Dia 10 de março, às 16h: Theatro José de Alencar
Dia 17 de março, às 16h: Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Dia 24 de março, às 16h: Centro Cultural Bom Jardim

Gratuito e com intérprete de libras 

“Pessoas trans ainda são as que mais são assassinadas dentro do nosso estado e do nosso país, homens e mulheres trans e travestis, por isso o Transfestival é tão importante, para enaltecer a vida e arte de pessoas T’s e N-B’s das periferias de Fortaleza e do estado do Ceará”, afirma Jô Costa. A cerimonialista e articuladora da segunda edição do Transfestival, realizado pelo Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), em parceria com os coletivos Gueto Queen e Polo Trans, pontua a importância do evento para a comunidade trans.

Em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado no dia 29 de janeiro, o CCBJ, equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar, reuniu sete artistas trans, travestis e não-binários no último sábado, 23, em uma noite musical de celebração à diversidade.

Com cerimonial de Jô Costa e Stefany Mendes, respectivas coordenadoras dos coletivos Gueto Queen e Polo Trans, o festival teve início às 17h00, com o set de DJ PK. O repertório do artista contou com Roots Rock, Rocksteady e Dance Hall, ritmos comuns nos reggaes das praças de Fortaleza.

Na sequência, Stefany Mendes apresentou seu número de música e poesia, marcado pela canção “Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares, seguido do show de Otto. O músico abriu sua apresentação com a música “Baby 95”, de Liniker, e deu continuidade à apresentação com um repertório composto por canções de artistas T, na intenção de “falar de vivências, de afetos, mas não somente sobre o afeto romanticamente falando, afeto em modo geral e como essas corpas são atravessadas por ideologias e ações de uma sociedade binária”.

Depois do show de voz e violão de Otto, a banda WL subiu ao palco do CCBJ e tocou músicas de forró antigas, levando o público a dançar e cantar canções de sucesso nos vocais de Léo Oxente e Wallyson Amorim. Em seguida, vinda diretamente de Sobral, foi a vez de Moon Kenzo encantar o público com o show AMARGA, contando com um repertório predominantemente autoral, advindo do seu primeiro EP “CIO”. Em seu show, ela reúne narrativas que “conversam com as dores e prazeres de sermos nós, nós pessoas fora do espectro cisgênero”.

A DJ Angel History foi a sexta artista do line-up a subir ao palco. Ela tocou hits de funk e outros gêneros dançantes que animaram o público presente no equipamento. Antes de finalizar o set, ela também tocou músicas autorais, dando destaque à sua atuação como cantora. Ainda durante a apresentação da DJ, no centro da Praça Central do CCBJ, três integrantes do coletivo Fortalrettes reuniram o público em meia-lua e fizeram um número de dança eletrizante, contando com a colaboração musical de Angel History.

A última atração da noite ficou por conta da DJ Ellícia Maria, que busca experimentar a sonoridade afro-diaspórica em seu trabalho musical, além de desempenhar importante atuação política por compor a assessoria parlamentar na vereança da Coletiva Nossa Cara, na cidade de Fortaleza. 

Transfestival é expressão cultural e movimento político

A segunda edição do TransFestival foi vivenciada em dois momentos, o primeiro ocorreu no dia 27 de janeiro de 2024 e teve como programação os shows de Maw Trans e de Mumutante, com “Mutação Rara”, e ocorreram no Teatro Marcus Miranda. Já o segundo momento culminou em um evento que aconteceu na Praça Central do Centro Cultural Bom Jardim e contou com um line-up mais extenso, contemplando gostos musicais diversos.

“Eu acho histórico, memorável e de uma importância incomensurável. Ainda estamos no país que mais nos mata, nossa expectativa de vida ainda é curtíssima perto de tudo que merecemos viver”, diz Moon Kenzo, 26, sobre a existência de um festival que joga luz na luta pela visibilidade trans e valoriza artistas da comunidade. 

Enquanto artista e produtora cultural, Jô Costa compreende o Transfestival como uma iniciativa que está além do encontro cultural: “é um movimento político”. “O festival sempre foi uma necessidade”, observa, compreendendo o evento como uma iniciativa que possibilita a associação de pessoas T (transsexuais, travestis e outras identidades transitórias) a narrativas aquém à violência.

“Além do encontro e troca neste dia, também estamos demarcando nosso lugar, em um espaço geográfico onde tiveram casos de violência e de morte, proporcionando virar esse olhar da violência para a Arte que também é nossa!”, declara Jô Costa. E sua fala ressoa com os depoimentos de artistas como Otto, 26, e Moon Kenzo. 

“Acho que mais que mostrar meu trabalho que ainda é tão desconhecido no estado, a arte do encontro será o grande ponto de partida desse festival”, conta a cantora e compositora Moon Kenzo, que já havia se apresentado no CCBJ em 2022. 

“Enquanto um homem trans, cantor e músico, não vejo essa representatividade na cena musical tanto regional quanto nacional, e fazer parte dessa line ao lado de outros artistas T que eu acompanho tem um valor enorme por que somos potência e juntos somos bem mais fortes, eu estou abrindo caminhos”, diz Otto.

O músico encara a oportunidade de compor o line-up do festival como um meio de fazer com que sua voz “chegue em quem precisa ouvir”, considerando a periferia um espaço onde vivências parecidas com a sua existem. “Estar em um equipamento de cultura periférico é de extrema importância pois é na periferia que existem pessoas com grandes potências e com a vivência semelhante a minha”, reflete.

Assim como Otto, Moon Kenzo visualiza o festival como um momento oportuno para a troca com outros artistas. “Acho que mais que mostrar meu trabalho que ainda é tão desconhecido no estado, a arte do encontro será o grande ponto de partida desse festival”, conta, antes de apresentar-se no evento.

Em 2024, o Movimento de Visibilidade Trans no Brasil completou 20 anos de história. O Transfestival foi pensado pelos coletivos Gueto Queen e Polo Trans e pelo Centro Cultural Bom Jardim, instituição com a qual Stefany Mendes e Jô Costa já possuíam vínculo anterior como alunas e prestadoras de serviço, com o intuito de valorizar as identidades, estéticas e expressões artísticas de pessoas T, celebrando a data emblemática para pessoas trans, travestis e não-binárias.

A simbologia do festival para as pessoas envolvidas leva aos votos de Moon Kenzo e Otto pela longevidade do evento e para que mais artistas sejam contemplados em edições futuras. Para Jô, a expectativa é de que o movimento figure no calendário estadual, abrangendo mais pessoas e mais recursos financeiros. “Como todo ser que nasce, precisa crescer, e, para isso, precisa ser cuidado cada vez mais em todos os quesitos”, conclui.

Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), promove a masterclass “Corpos Sonoros – Experimento Musical com Barbatuques” e recebe o grupo musical paulistano Barbatuques no dia 2 de março, às 9h00.

A atividade é uma iniciativa do Programa de Música da Escola de Cultura e Artes do CCBJ e contará com a presença de Helô Ribeiro e Maurício Maas, dois entre os 13 componentes do grupo Barbatuques. Os convidados facilitarão um momento de exploração e descoberta dos sons produzidos pelo corpo e a utilização deles na produção de ritmos e melodias.

Além de promover o aprendizado de sons que podem ser produzidos pelo corpo, a masterclass tem como objetivos estimular a capacidade de memorização, concentração e assimilação corporal do ritmo, desenvolver a coordenação motora e a percepção rítmica, melódica e harmônica, despertar o participante à atitude lúdica e cooperativa, incentivando-o a se expressar musicalmente em grupo, considerando as diferentes qualidades de seus integrantes.

A vivência conta com vagas limitadas e já está com o número total de inscritos.

Masterclasses no Centro Cultural Bom Jardim

As Masterclasses são parte de um processo formativo que possibilita encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. A iniciativa é realizada pelo Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA), gratuitamente e confere certificado. De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.

O conteúdo da masterclass mediada pelo grupo paulistano Barbatuques se dedica à coordenação motora, montagem de ritmos, exercícios de memorização, atenção, improvisação, criação e composição, entre outras competências que estimulam a capacidade de trabalho em equipe, de criação musical e de escuta.  

Conheça o grupo Barbatuques

O grupo musical paulistano Barbatuques foi criado em 1995 e deu origem a técnicas de percussão corporal, percussão vocal, sapateado e improvisação musical. Além disso, o Barbatuques oferece oficinas desde sua fundação a partir de uma proposta pedagógica que utiliza o corpo como instrumento musical.

Formado por 13 integrantes, o grupo realiza suas oficinas para públicos das mais variadas idades e se apresenta em diversos lugares do Brasil e do exterior. A linguagem artística e a técnica específica, utilizadas pelo Barbatuques, foi desenvolvida pelo músico Fernando Barba com base em pesquisas que realiza desde 1988, as oficinas são ministradas pelos integrantes sob sua supervisão.
Entre os destaques na trajetória do grupo, a participação na cerimônia de encerramento dos jogos olímpicos Rio 2016, na Copa do Mundo da África (2010) e no evento oficial da FIFA em Johanesburgo para o anúncio da Copa de 2014 são alguns dos acontecimentos que marcam sua história. Eles também trabalharam na trilha sonora de filmes como o premiado “O Menino e o Mundo” e “Rio 2”.

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, convida para a Masterclass de Audiovisual o diretor, roteirista e montador Guto Parente.

A Masterclass com o tema Fazer Cinemas e Criar Caminhos, traz a exibição do Filme Estranho Caminho e uma conversa com Guto Parente, diretor do filme, Lucas Limeira, protagonista do longa e Ticiana Augusto Lima, produtora executiva. O objetivo da partilha é apresentar aos participantes os cinemas e os fazeres cinematográficos que tem atravessado o percurso de cada um dos convidados, alinhado à realização do filme Estranho Caminho. E, nesta intenção, traçar relações de como o audiovisual vibra em nossa cidade e de como esses movimentos repercutem dentro do cinema periférico, dos fazeres e dos corres. A ideia é que a conversa possa perpassar também sobre as formas de fazer e de criar desde a construção do roteiro, passando pela relação com os processos de gravação, com a criação das cenas e a relação entre direção, produção e elenco. 

Sobre a Masterclass

As Masteclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.

A Masterclass de audiovisual acontece no dia 23 de fevereiro às 18h30 no Teatro Marcus Miranda no Centro Cultural Bom Jardim.

Sobre o Filme 

O filme que será exibido, narra a história de David, um jovem que está a caminho de Fortaleza, sua cidade natal, para apresentar um filme em um festival de cinema. Ao chegar, a pandemia de Covid-19 começa a espalhar-se rapidamente pelo país: um lockdown é decretado, o festival é suspenso e seu voo de volta para casa é cancelado. Sozinho, David não vê outra alternativa senão recorrer ao seu pai, Geraldo, um homem excêntrico com quem não fala e ou tem notícias há mais de dez anos. Quando David, chega ao apartamento de Geraldo, coisas estranhas começam a acontecer. 

Estranho Caminho já foi exibido e premiado em diversos festivais pelo mundo, e já ganhou premiações como o de Melhor Filme no Tribeca Festival 2023 (Estados Unidos), Melhor Filme de Ficção no  Agenda Brasil 2023 (Itália) e Melhor Roteiro (Guto Parente) no Festival do Rio 2023 (Brasil). Em Fortaleza, o filme foi exibido apenas duas vezes , esta será a terceira mostra na cidade.

Biofilmografia Guto Parente

Diretor, roteirista e montador, Guto Parente (Fortaleza, 1983), integrou o coletivo de artistas Alumbramento (2008-16) e é sócio da produtora Tardo Filmes desde 2012. Realizou 7 curtas-metragens – entre eles Flash Happy Society (2009) e Dizem que os cães veem coisas (2012), este lançado em Locarno (Suíça) – e 10 longas – metragens – incluindo Estrada para Ythaca (2010) e Os Monstros(2011), ambos competindo no BAFICI (Argentina), onde Os Monstros recebeu uma menção especial do júri; A Misteriosa Morte de Pérola (2014), O Clube dos C canibais (2018) e Inferninho (2018), os três lançados em Rotterdam (Holanda) e exibidos em vários festivais pelo mundo; e Estranho Caminho (2023), lançado em Tribeca (Estados Unidos), onde conquistou os quatro prêmios da Competição Internacional – Melhor Filme, Melhor Roteiro (Guto Parente), Melhor Fotografia (Linga Acácio) e Melhor Atuação (Carlos Francisco). 

Minibio Lucas Limeira 

Negro. Atua em Teatro e Audiovisual. Licenciado em Teatro pela Universidade Federal do Ceará – UFC (2022), possui também formação no percurso básico de ator pela Escola Porto Iracema das Artes (2017). Atualmente, trabalha como Professor de Arte na rede municipal de Fortaleza. Também está circulando os festivais de cinema nacionais e, internacionais com o filme “Estranho Caminho” de Guto Parente, no qual interpreta oprotagonista David.

Minibio Ticiana Augusto Lima

Produtora e realizadora de cinema, Ticiana preferia ser sem forma, mas como casca é preciso ter, formou-se em cinema e audiovisual na Escola Pública de Audiovisual Vila das Artes e na Universidade de Fortaleza, cursou mestrado em artes plásticas na EMA Fructidor na França, onde atuou, produziu e co-dirigiu o longa “A Misteriosa Morte de Pérola” (IFFR 2015). Fundou a Tardo em 2012 e desde então vem produzindo projetos autorais e independentes. Realizou 12 longas, 11 curtas e 1 série, exibidos em festivais de cinema como Locarno, Rotterdam, AFI Fest, BFI London, FidMarseille, BAFICI, Munich, Sitges. Como produtora e com projetos de longas desenvolvidos no Núcleo Criativo da Tardo, Ticiana participou de mercados e laboratórios internacionais como Match Me! Locarno, TorinoFilmLab, Berlinale Co-production e Tribeca Network Markets. Com curtas e longas a serem lançados, Ticiana celebra uma década de existência da Tardo em 2022, enquanto desenvolve um projeto Futuro que já vai pro forno. Recebeu uma Bolsa Paradiso para participar do EAVE Producers Workshop em 2022. 

Iniciando a temporada de Masterclasses CCBJ 2024, na sexta-feira (23), o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, convida para a Masterclass de Audiovisual o diretor, roteirista e montador Guto Parente.

Com o tema Fazer Cinemas e Criar Caminhos, e apresentação de uma sessão do Filme Estranho Caminho, o público participará de uma conversa com com Guto Parente, Lucas Limeira e Ticiana Augusto Lima, com o objetivo de dialogar sobre o fazer cinematográfico, seus atravessamentos e percursos, traçando relações com o audiovisual e movimentos que repercutem no cinema periférico. Os convidados também trarão suas perspectivas sobre as formas de criação, desde a construção de um roteiro, aos processos de gravação, criação de cenas, direção, produção e elenco. 

As Masteclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas. Mais informações sobre cada Masterclass estarão disponíveis no site e redes sociais do equipamento.

A primeira Masterclass 2024, acontece no dia 23 de fevereiro às 18h30 no Teatro Marcus Miranda no Centro Cultural Bom Jardim.

Confira abaixo a agenda de Masterclasses dos meses de fevereiro e março:

  • Masterclasses de Audiovisual: 23/02 – 18h30
  • Masterclass de Acessibilidade: 22/03
  • Masterclass de Música: em 02/03 – 9h
  • Masterclass de Teatro: 12/03 – 19h
  • Masterclass de Dança: 21/03 – 19h
  • Masterclass de Cultura Digital: 18/03

Gratuitas e abertas ao público geral, as Masterclasses do CCBJ acontecem anualmente, promovendo encontros que vão desde bate-papos, rodas de conversa, palestras, seguidas de exibições de espetáculos e apresentações artísticas, trazendo discussões sobre a linguagem abordada. As Masterclasses também podem trazer aulas práticas e aulas-show, proporcionando uma participação mais ativa dos alunos.

As Masterclasses são uma iniciativa do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (SECULT/CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio da sua Escola de Cultura e Artes. Para participar, acompanhe o site e redes sociais do CCBJ.

O Centro Cultural Bom Jardim, da Rede de Equipamentos da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), em parceria com os coletivos PoloTrans e Gueto Queen, realiza a segunda edição do TransFestival no dia 24 de fevereiro, o evento é gratuito e aberto ao público. 

O TransFestival tem o objetivo de fomentar e difundir a cultura, arte e estéticas de Pessoas T (Transsexuais, Travestis, Mulheres Trans, Transmasculine e outras identidades transitórias), além de valorizar as suas identidades, criações e produções artísticas e culturais em diversas linguagens e formatos.

Em 2024, o Festival acontece em dois momentos, o primeiro já realizado no dia 27/01, contou com apresentações musicais das artistas Maw e Mumutante, no Teatro Marcus Miranda, CCBJ. O segundo momento será no dia 24/02, a partir das 18h, no palco externo que será montado na rua em frente ao CCBJ e contará com atrações artísticas, shows, muita música, além de uma feirinha também com essa temática, abrangendo empreendedores da comunidade LGBTQIAPN+.

O TRANSfestival é uma realização do Centro Cultural Bom Jardim e dos coletivos PoloTrans e Gueto Queen que tem origem e atuam no território do grande Bom Jardim há mais de 10 anos. 

Confira as atrações confirmadas:

17:00 – DJ PK com sequência de reggae 
17:30 –  Apresentação Musical e Poesia com Stefany Mendes 
18:00 – Show Otto 
18:30 – Banda WL 
19:10  – Show Amarga Moon kenzo
19:50 – DJ Angel History
20:30 – DJ Ellícia 

Serviço:
TransFestival Segunda Edição
Data: 24/02
Horário: 17h
Local: Centro Cultural Bom Jardim (Rua Três Corações, 400 – Bom Jardim)

A Associação Zumbi Capoeira (AZC) Espaço Cultural Mestre Lula, é uma Instituição parceira do Centro Cultural Bom Jardim, tendo participado de diversas atividades no equipamento, enquanto grupo e por meio de seus mestres Carla e Lula que atuaram como professores em cursos e práticas formativas da Escola de Cultura e Artes do CCBJ. Além de serem nossos parceiros, já foram contemplados no edital de Manutenção de Grupos Artísticos, no período em que participaram, destinaram o recurso  do edital para a reforma desse espaço, onde hoje funciona a sede, com reparos nos pisos, paredes e até com a reformulação dos banheiros do equipamento.

O grupo que já existe 1983, sob o comando da Mestra Carla e Mestre Lula, encara agora uma nova empreitada na busca por uma ampliação das atividades executadas na sua sede e como consequência disso, ampliar também o número de crianças, jovens e adultos atendidos no espaço.

A campanha que se iniciou no último em janeiro (23), com uma roda de capoeira no núcleo Conjunto Esperança, vai contar com uma vaquinha online e acontecerá até 14 de março, com o objetivo final de arrecadar R$15.000,00 (quinze mil reais), subsídio que irá garantir a construção de uma coberta para a quadra onde acontecem as rodas de capoeira, oficinas, vivências culturais e rodas de conversa.

Com essa nova estrutura será possível ampliar os horários de funcionamento e execução de atividades que atualmente acontecem apenas no período noturno, sol e chuva são obstáculos comuns e que impedem o atendimento nos períodos da manhã e tarde.     

Atualmente a AZC atende cerca de 250 crianças, adolescentes e adultos, apenas o equipamento sede localizado no bairro Granja Lisboa tem um público assíduo de aproximadamente 160 pessoas, mesmo tendo seu funcionamento reduzido, atendendo e realizando as atividades apenas no período noturno. 

São desenvolvidas atividades culturais, com coletivos de mulheres, oficinas, reuniões, rodas de capoeira entre outras coisas, em dias de semana e fins de semana. 

Com a ampliação do espaço é esperado um impacto significativo no aumento das ações realizadas bem como no número de pessoas que frequentam o local, daí a necessidade e a importância dessa reforma, não apenas para o equipamento como também para a comunidade que a abriga.  

Sobre a AZC

“Capoeira é também filosofia de vida e dentro dessa ótica nós pregamos e prezamos pelo trabalho social, pela formação humana na verdade, dentro desta abertura trabalhamos para que nossos capoeiristas sejam seres humanos melhores, sejam críticos”. Essa é a fala da líder do movimento cultural, Mestra Carla.

Fundada em 8 de agosto em 1983 pelo Mestre Lula e liderado também pela Mestra Carla, a AZC possui atualmente 7 núcleos de atuação sendo 6 em Fortaleza com duas unidades no bairro Granja Lisboa, os demais estão nos bairros Pirambu, Jerusalém, Presidente Vargas, Praia de Iracema e na região metropolitana um núcleo em Caucaia. 

“Se você for olhar os nossos espaços hoje, em Fortaleza, eles são todos periféricos. Nós estamos só dentro da periferia de Fortaleza  e eu acho que isso é missão né” reforça Mestra Carla.

A referência para o nome AZC também vem de grandes nomes como o Mestre Everaldo. “Subir com essa referência, desse homem negro, que uniu vários outros e outras equipes aqui, é um honra e louvor pois ele criou estratégias de sobrevivência, de busca de liberdade. É nesse sentido que a gente aqui, tem esse nome zumbi, que traz tão forte essa história e a gente tem orgulho e muita responsabilidade em trazer essa identidade”, comenta.

Como Doar

Para participar da Campanha é possível fazer doações através do Pix da instituição 31.728.131/0001-13 ou através da vaquinha virtual no link https://www.vakinha.com.br/4412287. Acompanhe as ações da AZC no Instagram, Facebook e YouTube.

O projeto Rendas e Fiados, criado a partir da tese de doutorado de Hector Isaías, o uniu a Tatiane Sousa no Laboratório de Pesquisa em Teatro da Escola de Cultura e Artes do Centro Cultural Bom Jardim (ECA/CCBJ), em um processo de investigação ancorado em documentos do século XVIII, “que atestam o projeto colonial que deu cabo ao genicídio indígena em curso desde então”.

“Agô”, “Menina do Maracujá”, “Audiência” e “Incelença” são os textos que compõem o recorte da pesquisa iniciada pela dupla no Laboratório de Pesquisa do CCBJ. Nas palavras dos pesquisadores: “Em mãos a prova cabal de um assalto quantificado do que se tinha aqui, um documento do século XVIII intitulado “mostras de rendas, matérias e fiados, por donde se faz evidente o adiantamento que tem tido os rapazes e índios da Escola de Lê e Escrever e as raparigas na mestra em que andam aprendendo”. As “Vilas de Índios” descritas neste documento são hoje bairros situados na periferia de Fortaleza. Assim se engendra esta narrativa histórica que compartilhamos como objeto disparador dessa pesquisa dramatúrgica”.

Confira os roteiros:

Roteiros_-Rendas-Fiados

O Centro Cultural Bom Jardim, da Rede de Equipamentos da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), está com uma programação especial de carnaval, de 07 a 09 de fevereiro. Durante a programação o público poderá participar de oficinas e  brincadeiras com destaque para as atrações artísticas dos dias 08 e 09 nos shows de Fabiano Brandão e Banda, Grupo Mais Melanina e Roda de Samba com Sambomja.

No dia 08 de fevereiro, a partir das 19h, Fabiano Brandão e Banda vão apresentar na Praça Central do CCBJ, o show AXÉ, o Ritmo Que Nos Une, um espetáculo montado exclusivamente para enaltecer a pluralidade musical do Nordeste trazendo a identidade carnavalesca nas músicas. Fabiano é cantor, produtor artístico e performer, transita entre estilos e sonoridades utilizando a irreverência para compor uma performance energética nos palcos.

Fabiano Brandão

Já no dia 09, o Grupo Mais Melanina dá início a noite de shows às 19h, no Espaço Marielle CCBJ trazendo a apresentação Minha Pele, Meu Legado, que traz releituras de clássicos do reggae, flertando com sambas e pagodes que fizeram sucesso no passado e estão na memória afetiva do público, com destaque aos intérpretes pretos e pretas da música brasileira. Na sequência e encerrando a noite, o Grupo SamBomja, nascido das ruas do Grande Bom Jardim, chega às 20h, na Praça Central com uma Roda de Samba, trazendo um olhar periférico e cantando grandes nomes do samba raiz, sobretudo das mulheres pretas do samba brasileiro.  

Confira a Programação 

Dia 07/02

  • 15h – Customização de máscaras – Maracatu Cearense 
    Sala Multiuso
  • 18h30 – Personalizando fantasias 
    Espaço Paulo Freire

Dia 08/02

  • 15h – Criação de standards: Bloquinho dos direitos 
    Sala Multiuso
  • 17h – É no meio da rua que se brinca 
    Espaço Marielle CCBJ
  • 19h – Fabiano Brandão e Banda – Axé: o Ritmo que Nos Une
    Praça Central CCBJ 

Dia 09/02

  • 19h – Grupo Mais Melanina – Minha pele, meu legado
    Espaço Marielle CCBJ 
  • 20h – Grupo SamBomja – Roda de Samba
    Praça Central CCBJ 

Serviço:
Programação de Carnaval CCBJ
De 07 à 09 de fevereiro 
Local: Centro Cultural Bom Jardim (Rua Três Corações, 400)