O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio da sua Biblioteca Cristina Poeta, convida para a VI Semana Literária 2024.
De 20 a 22 de março a Biblioteca Cristina Poeta realizará diversas atividades em um evento festivo que visa celebrar a literatura e fomentar o hábito da leitura, além de incentivar a participação de artistas que atuam nesse ramo.
Em sua sexta edição, a Semana da Biblioteca é realizada anualmente e acontece durante o mês de março em alusão às datas relacionadas a escritores da literatura brasileira, além do Dia do Contador de Histórias, o Dia Internacional da Poesia e o Dia do Bibliotecário.
Confira a programação completa
20/03 – Quarta-Feira
CICLO DE LEITURA: AUDIOLIVRO – A GRANDE FÁBRICA DE PALAVRAS
RELEASE: Existe um país onde as pessoas quase não falam. Nesse país estranho é preciso comprar as palavras e engoli-las para poder pronunciá-las! No Ciclo de Leitura vamos ouvir uma história encantadora que transporta os leitores para um mundo mágico, onde as palavras têm um valor tangível. O livro oferece uma jornada inesquecível enquanto explora a importância da comunicação, do compartilhamento de ideias e emoções.
📌Serviço:
10H | CICLO DE LEITURA: AUDIOLIVRO – A GRANDE FÁBRICA DE PALAVRAS
Local: Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ
ESPETÁCULO NA LAGOA DO JACARÉ LILICO NÃO PODE JOGAR LIXO – GRUPO CALU MARAVILHA
RELEASE: O espetáculo conta a história do jacaré Lilico que mora em uma lagoa numa grande cidade. Tudo vive em total harmonia porém, para o desespero dos animais que ali vivem, a lagoa começa a morrer, e a água que antes servia como fonte de sobrevivência agora vive contaminada pela população que joga lixo no local. A história procura despertar nas crianças a consciência ambiental e a importância de preservar a natureza e não poluir o meio ambiente.
📌Serviço:
15H | ESPETÁCULO NA LAGOA DO JACARÉ LILICO NÃO PODE JOGAR LIXO – GRUPO CALU MARAVILHA
Local: Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ
21/03 – Quinta-Feira
CINE LEITOR
RELEASE: O Cine Leitor irá compor a programação da Semana Literária da Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ! O filme de hoje é A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata. O Cine Leitor ocorre por meio da exibição de produções cinematográficas que são adaptações de livros, evidenciando a relação entre a literatura e o audiovisual. O objetivo é incentivar a leitura para crianças e jovens através da linguagem do cinema. Faz parte do programa Sombrinha Literária, que apresenta atividades que dialogam com a música, o audiovisual, o teatro e múltiplas linguagens com intuito de coletivizar o acesso à literatura, visando à inclusão social e digital, através da experiência da mediação da informação e da leitura.
📌Serviço:
10H | CINE LEITOR
Local: Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ
CONTOS, POESIAS E CANÇÕES COM COLETIVO CHUÁÁ CHUVOSA
RELEASE: Em Contos, Poesias e Canções, Chuáá um clown que conta histórias, narra contos, entremeados com músicas e poesias, com muita ludicidade ela envolve o público que brincam e divertem-se com o curso de cada episódio, assim despertando sua criatividade e imaginação. Em cena, ela busca a interatividade com o público aproximando das histórias e do universo poético, incentivando sua participação, com muito bom humor e graciosidade. As narrações são acompanhadas por Chico Bruno que compõe as canções, o espetáculo tem duração de quarenta minutos, voltado para o público infanto juvenil e sua classificação é livre.
📌Serviço:
15H | CONTOS, POESIAS E CANÇÕES COM COLETIVO CHUÁÁ CHUVOSA
Local: Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ
22/03 – Sexta-Feira
OFICINA MARCADOR DE PÁGINA
RELEASE: A biblioteca terá uma jornada criativa, onde a arte encontra a literatura. Para celebrar essa união entre a arte e a literatura, os participantes terão a chance de criar marcadores de página personalizados, inspirados em suas obras literárias favoritas.
📌Serviço:
10H | OFICINA MARCADOR DE PÁGINA
Local: Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ
APRESENTAÇÃO DO LIVRO MEMÓRIAS E PROSAS DE VERÔNICA SOUSA
RELEASE: O livro é uma produção independente da jovem escritora, moradora do Grande Bom Jardim Verônica. “Memória e Prosas” é o seu segundo livro, o primeiro se chama “Sentimentos e Versos”. O Livro é em formato de literatura de cordel e se passa na cidade de Palmácia, onde um senhor chamado Raimundo, morador antigo da cidade gosta de conversar com as crianças na calçada da sua casa. Os relatos são em sua maioria sobre a história da cidade e das pessoas antigos moradores. Como a história do menino que foi comprar fiado e pediu o troco. E principalmente a história de Amélia, a primeira professora da cidade.
📌Serviço:
18H | APRESENTAÇÃO DO LIVRO MEMÓRIAS E PROSAS DE VERÔNICA SOUSA
Local: Espaço Marielle
LANÇAMENTO DO LIVRO E POCKET SHOW DE EDUARDO AFRICANO – EU MERMO
RELEASE: O livro “Eu Mermo” trata-se de uma autobiografia de Eduardo Africano e traz algumas observações, questionamentos, indagações e experiências vividas pelo autor. A referida obra salvou e proporcionou para Eduardo uma nova visão sobre o mundo, o fazendo perceber que embora sejamos direcionados a desacreditar, todos somos capazes de fazer e ser o que quisermos.
“Quero permitir que as pessoas consigam ler além das palavras, que elas permitam, sintam e enxerguem dentro de si o que escrevo: o sentimento que trago no descrever de lágrimas, vivências e histórias.
📌Serviço:
18H30 | LANÇAMENTO DO LIVRO E POCKET SHOW DE EDUARDO AFRICANO EU MERMO
Local: Espaço Marielle
As esquetes “Rasga Mortalha”, da Escola de Teatros Periféricos, e “Três Luas Antes do Fim”, da Cia Zumbart, foram apresentadas e premiadas no dia 23 de fevereiro, no Festival de Esquetes de Fortaleza (FESFORT). O Coletivo Inflamável também recebeu indicações e foi premiado pela esquete “À Deriva na América do Sul” no festival Bivar de Teatro, que ocorreu no dia 10 de março, marcando seus 20 anos de história. Os grupos têm em comum sua origem e atuação no Grande Bom Jardim, em Fortaleza, demarcando a efervescente produção de teatro no território.
Na 22° edição do FESFORT, que aconteceu no Teatro da Praia, “Três Luas Antes do Fim” recebeu o prêmio de Melhor Maquiagem. “Rasga Mortalha” tornou-se destaque do evento, recebendo prêmios por Melhor Esquete, Melhor Direção e Melhor Atriz Coadjuvante. Já a 20º edição do festival Bivar de Teatro, ocorrida no Teatro Chico Anysio, premiou a esquete “À Deriva na América do Sul” por Melhor Iluminação.
À Deriva na América do Sul, produção do Coletivo Inflamável
Apresentação de ‘À Deriva na América do Sul’ (Foto: InCartaz)
A esquete do Coletivo Inflamável também foi indicada nas categorias de Melhor Ator, com Aurianderson Amaro, Melhor Maquiagem e Melhor Cenografia. O experimento cênico apresentado na 20º edição do festival de esquetes foi uma adaptação, considerada um desafio pelo coletivo, de um trabalho virtual para os palcos. “Entre tropeços, conseguimos chegar em um lugar digno”, conta Ítalo Saldanha, responsável pelo dramaturgismo de “À Deriva na América do Sul”.
A história narra a trajetória da tripulação de um barco pesqueiro que fica à deriva após uma grande tempestade em alto mar.
“O desencontro de personalidades, o desespero, o individualismo, a incapacidade de articular as divergências e a inanição da população do barco contribuem para a manutenção da inércia de um povo que não sabe mais se um dia chegará. E aonde poderia chegar?”
Naldo de Freitas, integrante do Coletivo Inflamável que assina a iluminação da esquete recém premiada, revela estar muito feliz com o reconhecimento recebido pelo festival e grato aos companheiros do grupo. “Sei muito bem do trabalho que desenvolvemos dentro do Coletivo Inflamável e sei também do potencial individual e coletivo dos integrantes do coletivo”, diz.
Naldo de Freitas com o prêmio pela iluminação da esquete ‘À Deriva na América do Sul’ (Foto: Reprodução/ acervo pessoal)
Promovido há 20 anos, o festival de esquetes Bivar de Teatro surgiu na periferia de Fortaleza. “Estar envolvido em um evento com essa história é uma oportunidade única para conectar-se com a comunidade local, compartilhar nossas mensagens e contribuir para o fortalecimento do movimento teatral periférico”, diz Aurianderson Amaro, integrante do Coletivo Inflamável e da Cia Zumbart.
Para ele, a indicação e premiação no evento “contribuem para aumentar nossa visibilidade e reconhecimento” e podem atrair mais recursos para o fortalecimento do grupo. Aurianderson considera iniciativas como o festival Bivar de Teatro um “reflexo da resistência e da identidade cultural das comunidades periféricas”, relacionando-se com os fundamentos do Coletivo Inflamável, que existe há quatro anos e que, conforme Ítalo Saldanha, é oriundo da segunda turma do curso extensivo de Teatro do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ).
Realizada durante a pandemia de COVID-19, a produção do Coletivo Inflamável reflete sobre o período no qual foi concebida. Assim como “À Deriva na América do Sul”, as esquetes da Escola de Teatro Periféricos e da Companhia Zumbart também abordam questões sociais e políticas contemporâneas.
Rasga Mortalha, produção da Escola de Teatros Periféricos do Nóis de Teatro
‘Rasga Mortalha’ no palco do Teatro da Praia (Foto: Victor Augusto)
A Escola de Teatros Periféricos é uma iniciativa ainda jovem da companhia Nóis de Teatro. Com direção de Amanda Freire, integrante do Nóis de Teatro também conhecida como Amanda Quebrada, a esquete “Rasga Mortalha” foi produzida pela segunda turma do projeto, cuja formação está em andamento, durante o módulo “Teatros de Rua – Pelo direito à cidade”.
“Entendo [a premiação] como uma constante resposta à sociedade, ao sistema que insiste em exterminar a juventude negra-originária-lgbtqiap+-periférica. A dedicação aos módulos da escola, o envolvimento em cada aula, o cuidado com a turma, a vontade de fazer e estar juntes refletem nas premiações que a turma recebeu”, afirma Amanda, que recebeu o prêmio “Gasparina Germano”, marcando sua terceira vez desempenhando a função de diretora.
Ela considera as premiações como uma surpresa que deixou impactos positivos e observa a turma “mais empolgada e ainda mais responsável pelo fazer, ter o cuidado com o público, com o texto, com as questões produtivas de cena”. Sobre o prêmio de Melhor Direção, Amanda Quebrada conta que deixou-lhe mais confiante a experimentar e se aprofundar em outras funções no teatro, carregando consigo Altemar di Monteiro, Andréia Pires, Roberta Marques, Luciana Vieira, Elvis Alves e Edna Freire como referências.
‘Rasga Mortalha’ no 22º Festival de Esquetes de Fortaleza (Foto: Victor Augusto)
A narrativa de “Rasga Mortalha” se desenvolve a partir de um corpo encontrado na periferia, gerando especulações por parte da mídia e da comunidade. A partir daí, a esquete acompanha o cortejo das corujas conhecidas como rasga mortalhas, que anunciam a chegada do corpo no plano espiritual.
“Afinal, de quem é o corpo? Qual a sua cor? A pessoa que morreu sou eu? É você?”
A produção fictícia foi construída a partir das vivências e subjetividades de cada estudante de teatro da Escola de Teatros Periféricos e dos exercícios de improvisação realizados nas ruas ao redor da sede do Nóis de Teatro, localizada no bairro Granja Lisboa, onde as aulas acontecem. Pensado para a rua, o trabalho foi criado neste espaço e leva em conta a relação de cada pessoa envolvida no projeto com a cidade.
Três Luas Antes do Fim, produção da Companhia Zumbart
‘Três Luas Antes do Fim’ também circulou no Festival Bivar de Teatro (Foto: Reprodução/ Instagram)
A produção da Companhia Zumbart também carrega forte teor crítico. “Três Luas Antes do Fim” traz à sua narrativa um universo em que uma terceira lua pode estar se aproximando da Terra, o que provoca grande tensão e muitos conflitos na sociedade. A competição por poder, visibilidade e bem-estar são questões abordadas na trama.
“O mundo está em conflito, as tensões ficam cada vez mais constantes. A pressão de um sistema no qual não se pode confiar, faz Alfeus e Estrodos dormirem de olhos abertos! A qualquer momento tudo pode acontecer! A terceira lua está próxima e com ela o caos é seu eterno companheiro… Entre oprimidos e opressores que se misturam em meio a tantos desencontros e manipulações, quem são as verdadeiras vítimas? Quem vai cuidar de nós?”
A esquete foi pensada em consonância com os pilares da Cia Zumbart, que atua com base em manifestações afro-referenciadas. Embora tenha influência do teatro dos dramaturgos europeus Antonin Artaud e Bertolt Bretch, a capoeira, maculelê e puxada de rede são elementos fortemente presentes na construção cênica de “Três Luas Antes do Fim”.
“Criamos também um ambiente ritualístico e sensitivo por meio de figurino, maquiagem e adereços e de constante diálogo direto com o público, provocando-o a refletir sobre as situações ali presenciadas, que são reflexos dessa sociedade contemporânea”, conta Aurianderson Amaro, diretor da produção.
Integrantes da Cia Zumbart receberam o troféu Gasparina Germano no dia 23 de fevereiro (Foto: Reprodução/ Instagram)
Não é a primeira vez que a esquete “Três Luas Antes do Fim” é contemplada em festivais, mas o prêmio recebido pela Cia Zumbart no FESFORT reforça o reconhecimento pelo trabalho feito pelo grupo. “Isso é extremamente incentivador para o grupo, deixa todas as pessoas com uma sensação de que nosso esforço, as horas de ensaio, as entregas de trabalho árduo valem a pena!”, declara o diretor da esquete.
Produção artística feita pela periferia
A circulação das produções em festivais e o reconhecimento das companhias de teatro impulsionam a visibilidade e a continuidade da atuação de grupos como o Coletivo Inflamável, a Companhia Zumbart e o Nóis de Teatro, neste caso, causando impacto nos jovens formandos da sua Escola de Teatros Periféricos.
Voltada para a formação dramatúrgica de jovens moradores de periferia, na percepção de Amanda Quebrada, a premiação recebida pela Escola de Teatros Periféricos “reitera o que o Nóis [de Teatro] sempre acreditou, que a periferia pulsa arte mas que falta investimento, queremos mais escolas com referência negra, afroindigena, periférica”. “‘Nóis’ queremos em toda quebrada centros culturais, grupos de teatro, pontos de cultura fomentados pelo governo com a mesma atenção e dedicação voltada para os equipamentos que estão localizados no eixo Benfica-Centro-Aldeota”, complementa.
“a periferia pulsa arte, mas falta investimento”
“Estar nesses lugares, mostrando nosso trabalho, o nosso jeito de fazer, a nossa estética, é reafirmar um espaço que também é nosso e que muitas vezes é visto e posto de maneira longínqua e de acesso restrito”, afirma Aurianderson Amaro. “É mostrar que aqui nas comunidades também fazemos um teatro de qualidade e que sim, concorre e ganha prêmios porque somos tão bons como outros grupos que estão em posições mais favoráveis em muitos aspectos”, conclui.
Realizadas em território periférico, as produções dramatúrgicas fictícias recém premiadas e feitas pelos grupos do Grande Bom Jardim reafirmam as posições e visões de mundo das pessoas envolvidas, ancorando-se na linguagem, estéticas, visões de mundo e experiências vivenciadas no cotidiano de quem vive e produz arte nas periferias de Fortaleza e recebendo mérito por sua criação.
O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) é um equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM).
O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, convida para a Masterclass de Acessibilidade o Grupo de Teatro Olho Mágico.
Com o tema “Olho Mágico: Música, Cena e Acessibilidade Artística”, a Masterclass propõe o diálogo e encruzas sobre as linguagens musical e teatral ao possibilitar o fazer artístico para e com as pessoas com deficiência. Iniciando esse momento o Grupo Olho Mágico, realizará uma apresentação a fim de demarcar o Protagonismo DEF (termo informal utilizado para referir-se às pessoas com deficiência) estabelecendo um espaço de interação entre o público e o espetáculo. A apresentação também será acessível em Libras e contará com audiodescrição.
Esse será um momento mediado por Vitória Sâmea, supervisora do Programa de Acessibilidade da Escola de Cultura e Artes (ECA/CCBJ), que conduzirá uma conversa sobre a composição e preparação artística musical e de cena, assim como protagonismo e atuação das pessoas com deficiência nos espaços culturais, compreendendo também a história do Grupo Olho Mágico.
A Masterclass de acessibilidade acontece no dia 22 de março às 16h no Teatro Marcus Miranda no Centro Cultural Bom Jardim.
Sobre as Masterclasses
As Masterclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.
O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, convida para a Masterclass de Dança com Legendary Mother Vênus Cabal, bailarina, professora, coreógrafa e organizadora de eventos.
Potência na cena Ballroom, Vênus Cabal, vai proporcionar uma aula show e uma vivência pŕatica do estilo Vogue Femme Performance, além de localizar a comunidade dançante no contexto histórico e suas principais ramificações. Vênus Cabal vai estabelecer sua aula no Vogue Femme, com movimentos femininos exagerados influenciados pelo ballet, jazz, dança moderna e principalmente pela corporalidade das travestis. A aula pretende contribuir com a ampliação do conhecimento da cena Ballroom e do estido de dança Vogue Femme.
A Masterclass de Dança acontece no dia 21 de março às 18h30 na Praça Central no Centro Cultural Bom Jardim.
Minibio – Legendary Mother Vênus Cabal
Mariah, conhecida na cena como “Vênus”, é uma jovem multiartista, mais conhecida como Legendary Mother Vênus Cabal ©.
Atua como júri em grandes balls dentro e fora do seu estado. Bailarina, professora, coreógrafa e organizadora de eventos. Recebeu a honraria de Legendary na cena Kiki, sendo uma das maiores referências da cena brasileira.
Mariah, carrega vários Grand Prizes na sua caminhada de balls nacionais. Trouxe visibilidade para a cena local. Realiza vários workshops de Vogue Femme no seu estado.
Sobre as Masterclasses
As Masteclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.
Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), receberá duas representantes da comunidade PyLadies para a masterclass “Protagonismo Feminino e o Caminho das Pedras na Área de Tecnologia Digital”, realizada pelo Programa de Cultura Digital da sua Escola de Cultura e Artes (ECA/CCBJ).
O evento ocorre no dia 18 de março, às 19h00, e trata dos impactos da desigualdade de gênero na inserção de mulheres no mercado de trabalho e na formação de suas carreiras profissionais, especialmente na área da tecnologia da informação. Representada por Alynne Ferreira e Andreza Fernandes na masterclass do CCBJ, a comunidade PyLadies tem por objetivo ampliar o acesso de meninas e mulheres para atuar nas áreas tecnológicas.
O Movimento Pyladies
PyLadies é uma comunidade mundial que foi trazida ao Brasil com o propósito de impulsionar mais mulheres a se tornarem participantes ativas e líderes na comunidade open source Python.
Criada a partir da percepção de que os cursos técnicos e universitários de ciências da computação são dominados por homens, a comunidade PyLadies passou a realizar palestras, encontros e formações por todo o mundo, a fim de incentivar as mulheres a entrar no mundo da programação.
O Movimento Pyladies tem várias representações no Brasil e, entre elas, há um coletivo de mulheres que formam o Pyladies Fortaleza, buscando diversificar a comunidade Python por meio da educação e de conferências e eventos como a masterclass do Programa de Cultura Digital do Centro Cultural Bom Jardim.
As Masterclasses
As Masterclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.
Confira abaixo a agenda das próximas Masterclasses:
Masterclass de Acessibilidade: dia 22/03 às 16h
Masterclass de Dança: dia 21/03 às 19h
Gratuitas e abertas ao público geral, as Masterclasses do CCBJ acontecem anualmente, promovendo encontros que vão desde bate-papos, rodas de conversa, palestras, seguidas de exibições de espetáculos e apresentações artísticas, trazendo discussões sobre a linguagem abordada. As Masterclasses também podem trazer aulas práticas e aulas-show, proporcionando uma participação mais ativa dos alunos.
Saiba mais sobre o Programa de Cultura Digital: https://ccbj.org.br/escola-de-cultura-e-arte/cultura-digital/
O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, convida para a Masterclass de Teatro com Henrique Fontes, dramaturgo, ator, diretor teatral e gestor cultural.
Trazendo o tema “Dramaturgia e o Teatro Documental” os participantes terão a oportunidade de debater sobre dramaturgia, narrativas e teatro documental. Henrique Fontes é um profissional com 35 anos de experiência e vai partilhar com o público sobre o mercado dramatúrgico, percursos e fazeres.
A Masterclass de Teatro acontece no dia 12 de março às 19h, no Teatro Marcus Miranda do Centro Cultural Bom Jardim.
Minibio
Henrique Fontes, é dramaturgo, ator, diretor teatral e gestor cultural com 35 anos de experiência. Como diretor tem 19 peças montadas e como dramaturgo 29 textos escritos. Henrique Fontes também é fundador do Espaço Cultural Casa da Ribeira em Natal e atual diretor artístico (www.casadaribeira.com.br ). Tem trabalhado com o Grupo Carmin desde sua origem em 2007 (www.grupocarmin.com.br ) e ajudou também a fundar os Grupos Beira, Atores à Deriva e Grupo Casa da Ribeira. Integrou o Grupo Clowns de Shakespeare entre 1996 e 2004.
Indicado aos prêmios Shell e APTR 2023 na categoria Dramaturgia pelo espetáculo: “Peça de Amar”; Vencedor do Prêmio Shell 2019 na categoria Dramaturgia pelo espetáculo “A Invenção do Nordeste”. Vencedor do Prêmio do Humor 2019 de melhor dramaturgia e também o Prêmio Botequim Cultural 2019 como melhor autor e Prêmio APTR de melhor dramaturgia. Todos pela peça A Invenção do Nordeste.
As Masterclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.
O Instituto Dragão do Mar (IDM) anuncia a abertura de Chamada Pública para a seleção de Professor(a) Audiovisual destinado(a) a atuar no Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), espaço que compõem a Rede Públicas de Equipamentos Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerido pelo IDM. A presente seleção visa à contratação pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) junto ao IDM. Inscrições abertas de 04 a 14 de março de 2024.
Vagas: (01 vaga)
Remuneração: R$ 1.989,16
Carga horária: 20 horas semanais
CHAMADA PÚBLICA
Chamada disponível, clique aqui.
CRONOGRAMA DE SELEÇÃO
Inscrições: 04 de março a 14 de março de 2024. |
Realização da Primeira fase: 15 de março a 21 de março de 2024. |
Resultado da Primeira fase: 22 de março de 2024. |
Realização da Segunda fase (entrevista): 26 de março e 27 de março de 2024. |
Resultado da Segunda fase: 28 de março de 2024. |
Realização da Terceira fase (Teste prático/didática): 02 de abril de 2024. |
Resultado da Terceira fase: 04 de abril de 2024. |
Resultado final: 05 de abril de 2024. |
O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, em alusão ao Dia Mundial do Teatro, realiza a II Mostrinha de Teatro, o evento reúne espetáculos desenvolvidos pelas turmas dos Cursos Básicos do Programa de Teatro. Nesta edição a Mostrinha realizará um percurso de circulação com as apresentações em mais dois equipamentos culturais geridos pelo Instituto Dragão do Mar, além do CCBJ. Serão três domingos de apresentações durante o mês de março.
O calendário traz três datas de apresentações, nos palcos do Theatro José de Alencar (TJA), Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC) e Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ).
As turmas do Programa de Teatro são compostas por crianças e adolescentes em diferentes momentos da formação artística. Algumas turmas estão em iniciação ao teatro e outras já estão em formação no Curso de Longa Duração há mais de um ano.
A montagem de espetáculos é um elemento chave no desenvolvimento artístico das turmas.
A Mostrinha
A Mostrinha de Teatro acontece desde 2023 e promove o encontro entre os alunos, alunas, professores e professoras dos Cursos Básicos de Teatro do equipamento, com uma programação de experimentos cênicos nas quais os estudantes são os atores e plateia. A montagem de espetáculos, como os que serão exibidos, é um elemento importante no desenvolvimento artístico das turmas. a Mostrinha permite que os estudantes em formação conheçam os principais palcos da cidade, além de proporcionar uma familiarização com os elementos que compõem um processo de circulação de uma peça teatral, tais como a logística, montagem, desmontagem, além de um diálogo estreito com o público.
No dia 10/03, os espetáculos acontecerão no Theatro José de Alencar, dia 17/03, as apresentações serão no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e encerrando o percurso no dia 24/03, as produções serão apresentadas no Centro Cultural Bom Jardim. As apresentações acontecem a partir das 16h, com entrada gratuita em todos os equipamentos.
Confira abaixo informações sobre os espetáculos
Antes que o Céu caia sobre nossas cabeças – Curso de Longa Duração em Teatro – Noite
Sinopse: Histórias acontecem ao redor de uma mesa de cozinha e revelam medos, alegrias e dramas pessoais numa espécie de caos constante. O espetáculo foi construído junto com a turma a partir de pequenos laboratórios de criação onde os atuantes foram provocados a construir cenas tendo a ideia do fim do mundo como estímulo e uma mesa como memória das personagens.
Infância de Rapina – Teatro e Infância – ANCMA/CCBJ
Sinopse: Em uma pequena cidade, crianças são esquecidas pelo resto do mundo. Em uma tarde, uma notícia choca a todos que ali moram. Em meio a medos, inseguranças e sonhos, elas disputam território com aves de rapinas.
O Bailão – Curso de Longa Duração em Teatro – Quintal Cultural/CCBJ
Sinopse: Trabalho cênico inspirado no filme “O Baile” (1983), de Ettore Scola, que faz um passeio pelo mundo da dança retratado através de um salão francês, onde pessoas das mais diferentes idades se reúnem para dançar ritmos variados. A história viaja no tempo, indo dos anos 1920 até 1983, com o surgimento da disco music.
Serviço:
II Mostrinha de Teatro
Dia 10 de março, às 16h: Theatro José de Alencar
Dia 17 de março, às 16h: Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Dia 24 de março, às 16h: Centro Cultural Bom Jardim
Gratuito e com intérprete de libras
“Pessoas trans ainda são as que mais são assassinadas dentro do nosso estado e do nosso país, homens e mulheres trans e travestis, por isso o Transfestival é tão importante, para enaltecer a vida e arte de pessoas T’s e N-B’s das periferias de Fortaleza e do estado do Ceará”, afirma Jô Costa. A cerimonialista e articuladora da segunda edição do Transfestival, realizado pelo Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), em parceria com os coletivos Gueto Queen e Polo Trans, pontua a importância do evento para a comunidade trans.
Em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado no dia 29 de janeiro, o CCBJ, equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar, reuniu sete artistas trans, travestis e não-binários no último sábado, 23, em uma noite musical de celebração à diversidade.
Com cerimonial de Jô Costa e Stefany Mendes, respectivas coordenadoras dos coletivos Gueto Queen e Polo Trans, o festival teve início às 17h00, com o set de DJ PK. O repertório do artista contou com Roots Rock, Rocksteady e Dance Hall, ritmos comuns nos reggaes das praças de Fortaleza.
Na sequência, Stefany Mendes apresentou seu número de música e poesia, marcado pela canção “Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares, seguido do show de Otto. O músico abriu sua apresentação com a música “Baby 95”, de Liniker, e deu continuidade à apresentação com um repertório composto por canções de artistas T, na intenção de “falar de vivências, de afetos, mas não somente sobre o afeto romanticamente falando, afeto em modo geral e como essas corpas são atravessadas por ideologias e ações de uma sociedade binária”.
Depois do show de voz e violão de Otto, a banda WL subiu ao palco do CCBJ e tocou músicas de forró antigas, levando o público a dançar e cantar canções de sucesso nos vocais de Léo Oxente e Wallyson Amorim. Em seguida, vinda diretamente de Sobral, foi a vez de Moon Kenzo encantar o público com o show AMARGA, contando com um repertório predominantemente autoral, advindo do seu primeiro EP “CIO”. Em seu show, ela reúne narrativas que “conversam com as dores e prazeres de sermos nós, nós pessoas fora do espectro cisgênero”.
A DJ Angel History foi a sexta artista do line-up a subir ao palco. Ela tocou hits de funk e outros gêneros dançantes que animaram o público presente no equipamento. Antes de finalizar o set, ela também tocou músicas autorais, dando destaque à sua atuação como cantora. Ainda durante a apresentação da DJ, no centro da Praça Central do CCBJ, três integrantes do coletivo Fortalrettes reuniram o público em meia-lua e fizeram um número de dança eletrizante, contando com a colaboração musical de Angel History.
A última atração da noite ficou por conta da DJ Ellícia Maria, que busca experimentar a sonoridade afro-diaspórica em seu trabalho musical, além de desempenhar importante atuação política por compor a assessoria parlamentar na vereança da Coletiva Nossa Cara, na cidade de Fortaleza.
Transfestival é expressão cultural e movimento político
A segunda edição do TransFestival foi vivenciada em dois momentos, o primeiro ocorreu no dia 27 de janeiro de 2024 e teve como programação os shows de Maw Trans e de Mumutante, com “Mutação Rara”, e ocorreram no Teatro Marcus Miranda. Já o segundo momento culminou em um evento que aconteceu na Praça Central do Centro Cultural Bom Jardim e contou com um line-up mais extenso, contemplando gostos musicais diversos.
“Eu acho histórico, memorável e de uma importância incomensurável. Ainda estamos no país que mais nos mata, nossa expectativa de vida ainda é curtíssima perto de tudo que merecemos viver”, diz Moon Kenzo, 26, sobre a existência de um festival que joga luz na luta pela visibilidade trans e valoriza artistas da comunidade.
Enquanto artista e produtora cultural, Jô Costa compreende o Transfestival como uma iniciativa que está além do encontro cultural: “é um movimento político”. “O festival sempre foi uma necessidade”, observa, compreendendo o evento como uma iniciativa que possibilita a associação de pessoas T (transsexuais, travestis e outras identidades transitórias) a narrativas aquém à violência.
“Além do encontro e troca neste dia, também estamos demarcando nosso lugar, em um espaço geográfico onde tiveram casos de violência e de morte, proporcionando virar esse olhar da violência para a Arte que também é nossa!”, declara Jô Costa. E sua fala ressoa com os depoimentos de artistas como Otto, 26, e Moon Kenzo.
“Acho que mais que mostrar meu trabalho que ainda é tão desconhecido no estado, a arte do encontro será o grande ponto de partida desse festival”, conta a cantora e compositora Moon Kenzo, que já havia se apresentado no CCBJ em 2022.
“Enquanto um homem trans, cantor e músico, não vejo essa representatividade na cena musical tanto regional quanto nacional, e fazer parte dessa line ao lado de outros artistas T que eu acompanho tem um valor enorme por que somos potência e juntos somos bem mais fortes, eu estou abrindo caminhos”, diz Otto.
O músico encara a oportunidade de compor o line-up do festival como um meio de fazer com que sua voz “chegue em quem precisa ouvir”, considerando a periferia um espaço onde vivências parecidas com a sua existem. “Estar em um equipamento de cultura periférico é de extrema importância pois é na periferia que existem pessoas com grandes potências e com a vivência semelhante a minha”, reflete.
Assim como Otto, Moon Kenzo visualiza o festival como um momento oportuno para a troca com outros artistas. “Acho que mais que mostrar meu trabalho que ainda é tão desconhecido no estado, a arte do encontro será o grande ponto de partida desse festival”, conta, antes de apresentar-se no evento.
Em 2024, o Movimento de Visibilidade Trans no Brasil completou 20 anos de história. O Transfestival foi pensado pelos coletivos Gueto Queen e Polo Trans e pelo Centro Cultural Bom Jardim, instituição com a qual Stefany Mendes e Jô Costa já possuíam vínculo anterior como alunas e prestadoras de serviço, com o intuito de valorizar as identidades, estéticas e expressões artísticas de pessoas T, celebrando a data emblemática para pessoas trans, travestis e não-binárias.
A simbologia do festival para as pessoas envolvidas leva aos votos de Moon Kenzo e Otto pela longevidade do evento e para que mais artistas sejam contemplados em edições futuras. Para Jô, a expectativa é de que o movimento figure no calendário estadual, abrangendo mais pessoas e mais recursos financeiros. “Como todo ser que nasce, precisa crescer, e, para isso, precisa ser cuidado cada vez mais em todos os quesitos”, conclui.
Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), promove a masterclass “Corpos Sonoros – Experimento Musical com Barbatuques” e recebe o grupo musical paulistano Barbatuques no dia 2 de março, às 9h00.
A atividade é uma iniciativa do Programa de Música da Escola de Cultura e Artes do CCBJ e contará com a presença de Helô Ribeiro e Maurício Maas, dois entre os 13 componentes do grupo Barbatuques. Os convidados facilitarão um momento de exploração e descoberta dos sons produzidos pelo corpo e a utilização deles na produção de ritmos e melodias.
Além de promover o aprendizado de sons que podem ser produzidos pelo corpo, a masterclass tem como objetivos estimular a capacidade de memorização, concentração e assimilação corporal do ritmo, desenvolver a coordenação motora e a percepção rítmica, melódica e harmônica, despertar o participante à atitude lúdica e cooperativa, incentivando-o a se expressar musicalmente em grupo, considerando as diferentes qualidades de seus integrantes.
A vivência conta com vagas limitadas e já está com o número total de inscritos.
Masterclasses no Centro Cultural Bom Jardim
As Masterclasses são parte de um processo formativo que possibilita encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. A iniciativa é realizada pelo Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA), gratuitamente e confere certificado. De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.
O conteúdo da masterclass mediada pelo grupo paulistano Barbatuques se dedica à coordenação motora, montagem de ritmos, exercícios de memorização, atenção, improvisação, criação e composição, entre outras competências que estimulam a capacidade de trabalho em equipe, de criação musical e de escuta.
Conheça o grupo Barbatuques
O grupo musical paulistano Barbatuques foi criado em 1995 e deu origem a técnicas de percussão corporal, percussão vocal, sapateado e improvisação musical. Além disso, o Barbatuques oferece oficinas desde sua fundação a partir de uma proposta pedagógica que utiliza o corpo como instrumento musical.
Formado por 13 integrantes, o grupo realiza suas oficinas para públicos das mais variadas idades e se apresenta em diversos lugares do Brasil e do exterior. A linguagem artística e a técnica específica, utilizadas pelo Barbatuques, foi desenvolvida pelo músico Fernando Barba com base em pesquisas que realiza desde 1988, as oficinas são ministradas pelos integrantes sob sua supervisão.
Entre os destaques na trajetória do grupo, a participação na cerimônia de encerramento dos jogos olímpicos Rio 2016, na Copa do Mundo da África (2010) e no evento oficial da FIFA em Johanesburgo para o anúncio da Copa de 2014 são alguns dos acontecimentos que marcam sua história. Eles também trabalharam na trilha sonora de filmes como o premiado “O Menino e o Mundo” e “Rio 2”.
O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, convida para a Masterclass de Audiovisual o diretor, roteirista e montador Guto Parente.
A Masterclass com o tema Fazer Cinemas e Criar Caminhos, traz a exibição do Filme Estranho Caminho e uma conversa com Guto Parente, diretor do filme, Lucas Limeira, protagonista do longa e Ticiana Augusto Lima, produtora executiva. O objetivo da partilha é apresentar aos participantes os cinemas e os fazeres cinematográficos que tem atravessado o percurso de cada um dos convidados, alinhado à realização do filme Estranho Caminho. E, nesta intenção, traçar relações de como o audiovisual vibra em nossa cidade e de como esses movimentos repercutem dentro do cinema periférico, dos fazeres e dos corres. A ideia é que a conversa possa perpassar também sobre as formas de fazer e de criar desde a construção do roteiro, passando pela relação com os processos de gravação, com a criação das cenas e a relação entre direção, produção e elenco.
Sobre a Masterclass
As Masteclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.
A Masterclass de audiovisual acontece no dia 23 de fevereiro às 18h30 no Teatro Marcus Miranda no Centro Cultural Bom Jardim.
Sobre o Filme
O filme que será exibido, narra a história de David, um jovem que está a caminho de Fortaleza, sua cidade natal, para apresentar um filme em um festival de cinema. Ao chegar, a pandemia de Covid-19 começa a espalhar-se rapidamente pelo país: um lockdown é decretado, o festival é suspenso e seu voo de volta para casa é cancelado. Sozinho, David não vê outra alternativa senão recorrer ao seu pai, Geraldo, um homem excêntrico com quem não fala e ou tem notícias há mais de dez anos. Quando David, chega ao apartamento de Geraldo, coisas estranhas começam a acontecer.
Estranho Caminho já foi exibido e premiado em diversos festivais pelo mundo, e já ganhou premiações como o de Melhor Filme no Tribeca Festival 2023 (Estados Unidos), Melhor Filme de Ficção no Agenda Brasil 2023 (Itália) e Melhor Roteiro (Guto Parente) no Festival do Rio 2023 (Brasil). Em Fortaleza, o filme foi exibido apenas duas vezes , esta será a terceira mostra na cidade.
Biofilmografia Guto Parente
Diretor, roteirista e montador, Guto Parente (Fortaleza, 1983), integrou o coletivo de artistas Alumbramento (2008-16) e é sócio da produtora Tardo Filmes desde 2012. Realizou 7 curtas-metragens – entre eles Flash Happy Society (2009) e Dizem que os cães veem coisas (2012), este lançado em Locarno (Suíça) – e 10 longas – metragens – incluindo Estrada para Ythaca (2010) e Os Monstros(2011), ambos competindo no BAFICI (Argentina), onde Os Monstros recebeu uma menção especial do júri; A Misteriosa Morte de Pérola (2014), O Clube dos C canibais (2018) e Inferninho (2018), os três lançados em Rotterdam (Holanda) e exibidos em vários festivais pelo mundo; e Estranho Caminho (2023), lançado em Tribeca (Estados Unidos), onde conquistou os quatro prêmios da Competição Internacional – Melhor Filme, Melhor Roteiro (Guto Parente), Melhor Fotografia (Linga Acácio) e Melhor Atuação (Carlos Francisco).
Minibio Lucas Limeira
Negro. Atua em Teatro e Audiovisual. Licenciado em Teatro pela Universidade Federal do Ceará – UFC (2022), possui também formação no percurso básico de ator pela Escola Porto Iracema das Artes (2017). Atualmente, trabalha como Professor de Arte na rede municipal de Fortaleza. Também está circulando os festivais de cinema nacionais e, internacionais com o filme “Estranho Caminho” de Guto Parente, no qual interpreta oprotagonista David.
Minibio Ticiana Augusto Lima
Produtora e realizadora de cinema, Ticiana preferia ser sem forma, mas como casca é preciso ter, formou-se em cinema e audiovisual na Escola Pública de Audiovisual Vila das Artes e na Universidade de Fortaleza, cursou mestrado em artes plásticas na EMA Fructidor na França, onde atuou, produziu e co-dirigiu o longa “A Misteriosa Morte de Pérola” (IFFR 2015). Fundou a Tardo em 2012 e desde então vem produzindo projetos autorais e independentes. Realizou 12 longas, 11 curtas e 1 série, exibidos em festivais de cinema como Locarno, Rotterdam, AFI Fest, BFI London, FidMarseille, BAFICI, Munich, Sitges. Como produtora e com projetos de longas desenvolvidos no Núcleo Criativo da Tardo, Ticiana participou de mercados e laboratórios internacionais como Match Me! Locarno, TorinoFilmLab, Berlinale Co-production e Tribeca Network Markets. Com curtas e longas a serem lançados, Ticiana celebra uma década de existência da Tardo em 2022, enquanto desenvolve um projeto Futuro que já vai pro forno. Recebeu uma Bolsa Paradiso para participar do EAVE Producers Workshop em 2022.
Iniciando a temporada de Masterclasses CCBJ 2024, na sexta-feira (23), o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, convida para a Masterclass de Audiovisual o diretor, roteirista e montador Guto Parente.
Com o tema Fazer Cinemas e Criar Caminhos, e apresentação de uma sessão do Filme Estranho Caminho, o público participará de uma conversa com com Guto Parente, Lucas Limeira e Ticiana Augusto Lima, com o objetivo de dialogar sobre o fazer cinematográfico, seus atravessamentos e percursos, traçando relações com o audiovisual e movimentos que repercutem no cinema periférico. Os convidados também trarão suas perspectivas sobre as formas de criação, desde a construção de um roteiro, aos processos de gravação, criação de cenas, direção, produção e elenco.
As Masteclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas. Mais informações sobre cada Masterclass estarão disponíveis no site e redes sociais do equipamento.
A primeira Masterclass 2024, acontece no dia 23 de fevereiro às 18h30 no Teatro Marcus Miranda no Centro Cultural Bom Jardim.
Confira abaixo a agenda de Masterclasses dos meses de fevereiro e março:
- Masterclasses de Audiovisual: 23/02 – 18h30
- Masterclass de Acessibilidade: 22/03
- Masterclass de Música: em 02/03 – 9h
- Masterclass de Teatro: 12/03 – 19h
- Masterclass de Dança: 21/03 – 19h
- Masterclass de Cultura Digital: 18/03
Gratuitas e abertas ao público geral, as Masterclasses do CCBJ acontecem anualmente, promovendo encontros que vão desde bate-papos, rodas de conversa, palestras, seguidas de exibições de espetáculos e apresentações artísticas, trazendo discussões sobre a linguagem abordada. As Masterclasses também podem trazer aulas práticas e aulas-show, proporcionando uma participação mais ativa dos alunos.
As Masterclasses são uma iniciativa do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (SECULT/CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio da sua Escola de Cultura e Artes. Para participar, acompanhe o site e redes sociais do CCBJ.
O Centro Cultural Bom Jardim, da Rede de Equipamentos da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), em parceria com os coletivos PoloTrans e Gueto Queen, realiza a segunda edição do TransFestival no dia 24 de fevereiro, o evento é gratuito e aberto ao público.
O TransFestival tem o objetivo de fomentar e difundir a cultura, arte e estéticas de Pessoas T (Transsexuais, Travestis, Mulheres Trans, Transmasculine e outras identidades transitórias), além de valorizar as suas identidades, criações e produções artísticas e culturais em diversas linguagens e formatos.
Em 2024, o Festival acontece em dois momentos, o primeiro já realizado no dia 27/01, contou com apresentações musicais das artistas Maw e Mumutante, no Teatro Marcus Miranda, CCBJ. O segundo momento será no dia 24/02, a partir das 18h, no palco externo que será montado na rua em frente ao CCBJ e contará com atrações artísticas, shows, muita música, além de uma feirinha também com essa temática, abrangendo empreendedores da comunidade LGBTQIAPN+.
O TRANSfestival é uma realização do Centro Cultural Bom Jardim e dos coletivos PoloTrans e Gueto Queen que tem origem e atuam no território do grande Bom Jardim há mais de 10 anos.
Confira as atrações confirmadas:
17:00 – DJ PK com sequência de reggae
17:30 – Apresentação Musical e Poesia com Stefany Mendes
18:00 – Show Otto
18:30 – Banda WL
19:10 – Show Amarga Moon kenzo
19:50 – DJ Angel History
20:30 – DJ Ellícia
Serviço:
TransFestival Segunda Edição
Data: 24/02
Horário: 17h
Local: Centro Cultural Bom Jardim (Rua Três Corações, 400 – Bom Jardim)
O projeto Rendas e Fiados, criado a partir da tese de doutorado de Hector Isaías, o uniu a Tatiane Sousa no Laboratório de Pesquisa em Teatro da Escola de Cultura e Artes do Centro Cultural Bom Jardim (ECA/CCBJ), em um processo de investigação ancorado em documentos do século XVIII, “que atestam o projeto colonial que deu cabo ao genicídio indígena em curso desde então”.
“Agô”, “Menina do Maracujá”, “Audiência” e “Incelença” são os textos que compõem o recorte da pesquisa iniciada pela dupla no Laboratório de Pesquisa do CCBJ. Nas palavras dos pesquisadores: “Em mãos a prova cabal de um assalto quantificado do que se tinha aqui, um documento do século XVIII intitulado “mostras de rendas, matérias e fiados, por donde se faz evidente o adiantamento que tem tido os rapazes e índios da Escola de Lê e Escrever e as raparigas na mestra em que andam aprendendo”. As “Vilas de Índios” descritas neste documento são hoje bairros situados na periferia de Fortaleza. Assim se engendra esta narrativa histórica que compartilhamos como objeto disparador dessa pesquisa dramatúrgica”.
Confira os roteiros:
Roteiros_-Rendas-FiadosDa encruza entre as vivências de Gabriel França, 22, Rafael Semino, 27, e Felipe Rodrigues, 26, nasceu um experimento cênico que transformou-se em espetáculo. Os integrantes do coletivo Farol Novo se reuniram no Laboratório de Pesquisa em Teatro da Escola de Cultura e Artes do Centro Cultural Bom Jardim (ECA/CCBJ) e deram continuidade a um processo que não começou ali.
Conforme Gabriel França, o espetáculo “Exu não vem hoje” é baseado em pesquisa. Vindos de um longo processo que foi iniciado no Laboratório de Pesquisa do Porto Iracema das Artes, ele e Rafael Semino vinham desenvolvendo pesquisas relacionadas a questões como o tempo espiralar e a oralidade.
O experimento cênico e o coletivo Farol Novo nasceram quase juntos, mas somente nos Laboratórios de Pesquisa da Escola de Cultura e Artes do CCBJ “Exu não vem hoje” tornou-se um espetáculo. Enquanto aprofundavam as investigações no Centro Cultural Bom Jardim, desenvolviam também uma experiência na iniciativa Zona de Criação, do Instituto Dragão do Mar (IDM).
Conforme conta Felipe, o Laboratório de Pesquisa da ECA/CCBJ “conectou tudo”. “Através dele [Laboratório] pudemos ter o que esperávamos com o trabalho”, conclui. Com a meta de transformar o experimento em espetáculo traçado desde o início, o objetivo foi cumprido. “Tudo que a gente queria foi suprido”, diz Gabriel.
Atravessado por diversas linguagens, a mediação da professora Deborah Santos – que assina também a interlocução coreográfica do projeto – trouxe, pela sua experiência na dança, grande colaboração em relação aos movimentos e marcações necessários ao produto desenvolvido pelo grupo.
Conforme Gabriel França, assim como a dança, o rap e o funk fazem parte do espetáculo. Uma das cenas que sentiam necessidade de fazer melhorias era a do rap. A partir do encontro com o artista Z.O, eles compuseram mais uma música e também trabalharam essa linguagem no projeto.
Repleto de camadas, o espetáculo propicia diferentes percepções a diferentes públicos. Segundo Gabriel, quem é de terreiro, assim como ele, pode acessar diferentes camadas, ao mesmo tempo, quem não é adepto a religiões de terreiro não fica imune à apresentação.
Cores para além do preto e do vermelho, figurinos e cenários diferentes, um totem, um banner que conta uma história paralela àquela contada por “Exu não vem hoje” no palco e outros objetos de arte são grande parte das novidades possibilitadas pela pesquisa.
Focados no objetivo final, Rafael Semino, Gabriel França e Felipe Rodrigues desenvolveram sua pesquisa a partir do diálogo com profissionais diversos, de diferentes espaços, voltando-se à iluminação, cenário, figurino, coreografia, partitura e música. Assim, eles se propuseram a dar mais corpo à pesquisa de mestrado de Rafael.
Enquanto ele leva ao grupo sua bagagem acadêmica, Gabriel considera sua experiência como um contraponto; seus conhecimentos são da rua, do terreiro e da experimentação, embora seu primeiro contato com o desenvolvimento de pesquisa tenha ocorrido no Porto Iracema das Artes. Já Rafael se tornou pesquisador no Laboratório de Pesquisa do CCBJ – o espaço foi uma oportunidade de compreender como funciona o processo de produção de pesquisa.
Felipe considera que o projeto ainda estava e sempre estará em pesquisa. “Agora é lançar isso pro mundo, difundir o que fizemos e celebrar isso”, projeta Felipe Rodrigues. “Exu não vem hoje” começa na academia e ganha vida em centros culturais, a partir das encruzas internas e externas, mas não termina aqui.
Em quatro dias de duração, a Mostra das Artes encerrou o ano de 2023 do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) cumprindo seu papel de intensificação da fruição artística e cultural do Grande Bom Jardim com mais de 50 atrações e um público de mais de 5.000 pessoas. No dia 16 de dezembro, o equipamento completou 17 anos de existência e finalizou a programação democrática, cultural e aberta a todos os públicos.
Levi Nunes, gerente executivo do CCBJ, define a Mostra das Artes como uma grande exposição e festa que resulta dos processos formativos e de fruição cultural e ações de direitos humanos desenvolvidas pelo equipamento durante todo o ano no Grande Bom Jardim e em toda a cidade de Fortaleza.
“Pra gente, celebrar mais um ano com mais de 10.000 horas de aulas executadas, com mais de 300 ações de fruição cultural, com tantas ações de direitos humanos representa a seriedade na construção de uma política pública cultural que nasce na periferia para a periferia”, afirma Levi, pontuando a expansão da produção do equipamento para toda a cidade.
Conforme Shirley Barroso Lima, articuladora comunitária do CCBJ, o Núcleo de Articulação Técnica Especializada (NArTE) e a Ação Cultural do equipamento realizaram sessões de mobilização na comunidade. Os profissionais interagiram com os comerciantes e clientes que estavam na feira, que ocorre às segundas-feiras no bairro Bom Jardim, para divulgar a programação da Mostra das Artes, além de rotas para escolas e instituições do território. “Foi uma forma de criação de vínculo com a comunidade nesse momento de divulgação”.
Além de celebrar a finalização de percursos formativos, a Mostra das Artes contou com contrapartida de pessoas beneficiadas por editais e chamadas públicas do CCBJ e com shows que marcaram os quatro dias de programação gratuita, ocorrida nos dias 13, 14, 15 e 16 de dezembro. Batuque do Dipas, banda Amor Secreto, Freedom Sounds feat Shallon Raiz & Ras Terra e Gabivic foram os respectivos destaques de cada noite do evento.
Lançamento da Webrádio CCBJ, “Favela” e Batuque do Dipas movimentam o primeiro dia de Mostra das Artes
Na quarta-feira, 13, o show de samba/pagode de Batuque do Dipas foi precedido de espetáculos como o “Favela – O Boom do Vixxi!”, criado por meio do Programa de Dança da Escola de Cultura e Artes (ECA/CCBJ), retratando a vida e a estética periférica, e do lançamento da Web Rádio CCBJ. O primeiro dia de evento também trouxe apresentações musicais e sessão de cinema, via Programa de Música e Programa de Audiovisual da ECA/CCBJ, além de desfile de economia solidária e lançamento de uma coleção de camisas estampadas por jovens do Centro Socioeducativo Canindezinho, por meio do Programa de Cultura Digital do CCBJ.
Jefferson Juan, técnico de estúdio do Centro Cultural Bom Jardim, conta que a Web Rádio é uma ideia sonhada há muito tempo pelos setores do equipamento, a fim de haver um meio de comunicação rápido com o público do CCBJ. “A gente tem programas musicais, com os vários estilos de música, e também programas institucionais.”
As diversas linguagens artísticas, tais como dança, audiovisual, cultura digital e o teatro foram contempladas por espetáculos desenvolvidos por meio dos Programas da ECA/CCBJ e das parcerias deste setor com espaços como a Associação Nossa Casa Mãe África, Centro Socioeducativo do Canindezinho, escola Dona Júlia Alves Pessoa e outras instituições.
“Na Mostra das Artes 2023, o Programa de Teatro veio com sete espetáculos, de sete turmas diferentes, que vêm dos 15 aos 18 anos de idade”, diz Heitor Bantim, assistente pedagógico do Programa de Teatro da ECA/CCBJ. “Todas as peças foram produzidas pelas próprias turmas, junto com professores, conduzidas por eles mesmos e, pra muitos, foi a primeira experiência cênica”, continua.
O Programa de Cultura Digital do CCBJ realizou cinco ações para o evento, entre elas as exposições de computação física e de jogos digitais. Dispostas em um stand vermelho no Espaço Paulo Freire, as exposições continham o trabalho realizado pelas turmas de crianças e adolescentes do Programa de Cultura Digital. Robôs animados e 14 jogos digitais disponíveis divertiram o público atraído para a tenda.
Banda Amor Secreto agita o segunda dia da Mostra das Artes
No dia 14, por meio da Ação Cultural do CCBJ, o Ensaio Geral Fazeno Rock foi a primeira atração do dia. O grupo fez apresentação musical no Teatro Marcus Miranda e Mateus Fazeno Rock se utilizou do momento para falar da importância da participação do seu grupo na Convocatória Pública para Manutenção das Atividades Artísticas e Culturais de Grupos e Coletivos, edital do CCBJ.
O edital possibilitou que o grupo alugasse estúdios para gravações e ensaios, além de auxiliar os componentes a construírem um espetáculo com mais elementos. O “Ensaio Geral Fazeno Rock” foi a contrapartida do grupo, apresentada com números coreografados e camisas personalizadas.
O Programa de Audiovisual da Escola de Cultura e Artes promoveu uma exposição de brinquedos ópticos e a exibição do filme “Gatu” e do videoclipe “Corre”, enquanto o Programa de Teatro levou ao evento os espetáculos “O Diabinho da Garrafa”, “O Infinito da Vida”, “Miragem” e “Era uma vez no séc XXI” ao Teatro Marcus Miranda.
A produtora audiovisual Bom Jardim Produções exibiu os filmes “Nosso Território tem História – Rio Siqueira” e “Histórias Assombrosas que minha Mãe Contava” como contrapartida à participação no edital de Manutenção de Grupos, realizado pelo CCBJ por meio de sua Ação Cultural.
O Programa de Dança da ECA/CCBJ também levou números de dança da Mostra Pulsar ao evento. Por fim, a banda Amor Secreto mostrou a força do forró de favela e finalizou o segundo dia da Mostra das Artes 2023 reunindo uma multidão de pessoas no equipamento, com direito a efeitos de pirotecnia e à tradução em LIBRAS, recurso de acessibilidade presente nas apresentações de todo o evento.
Show de reggae marca o terceiro dia de Mostra das Artes
A equipe de Comunicação do equipamento também preparou uma exposição para o evento, chamada “Pode Entrar”, com fotografias que representam o CCBJ enquanto espaço de acolhimento. Com registros realizados por fotógrafos do território e também por fotógrafos que já passaram pelo CCBJ, a exposição foi disposta no terceiro dia do evento.
Também no dia 15, ocorreu Live Paint com o coletivo Ruela e masterclass com a Cia Anagrama, mais contrapartidas da Convocatória do CCBJ. Entre as atrações da sexta-feira estavam a Dança Fitness, Poesia em LIBRAS, realizada pelo Programa de Acessibilidade da ECA/CCBJ, e espetáculos teatrais como “O Bailão” e “ANCMA: INFÂNCIA DE RAPINA”.
Antes do show de reggae de Freedom Sounds feat Shallon Raiz & Ras Terra, ocorreu ainda a apresentação de outros números de dança da Mostra Pulsar e a apresentação “DANÇAR ENTRE INFÂNCIAS E AUTISMOS”, realizadas por meio do Programa de Dança do CCBJ, além de mutirão de graffitti e outras atrações.
CCBJ celebra seus 17 anos durante o quarto dia de evento
O sábado, dia 16, “Tempo de Brincar e Desconstrução”, Mostra Pulsar, “Antes que o Céu Caia Sobre Nossas cabeças”, exposição Aquilombart, teatro de mamulengos e outras atrações ocuparam o quadro de programação do último dia do evento, marcado pelo aniversário do CCBJ. Antes do show de brega funk de Gabivic, que também atraiu grande público, houve um momento de celebração dos 17 anos do equipamento.
Todos os dias de evento foram acompanhados da feira de economia criativa, impulsionando a circulação de economia do território com comidas, roupas e acessórios para venda. O Espaço Brincarte, pensado pela equipe do Núcleo de Articulação Técnica Especializada (NArTE/CCBJ) para as crianças presentes no equipamento, também foi uma atração fixa da Mostra das Artes 2023.
Todas as atrações que movimentaram o evento e os moradores do território condensam ações construídas e mobilizadas pelo Centro Cultural Bom Jardim durante todo o ano junto à população do território. Além de promover cultura e lazer, o evento anual impulsiona artistas e coletivos diversos e funciona a partir da cooperação de muitos colaboradores, promovendo oportunidades de visibilidade e de circulação de renda a diferentes setores do mercado.
A última edição da Mostra das Artes reafirma a importância do CCBJ para a comunidade e evidencia o poder da cultura na periferia, bem como alimenta o circuito cultural, artístico e econômico da comunidade na qual o equipamento está inserido.
Desbravadoras da relação entre poesia e realidade, Denise Fonseca, Lídia Marques e Sabrina Nascimento cutucam o limiar entre fabulação e fato por meio de um projeto de pesquisa que, como elas definem, “se debruça sobre a poética do uso e feitura das tranças”. No Laboratório de Pesquisa em Audiovisual da Escola de Cultura e Artes do Centro Cultural Bom Jardim (ECA/CCBJ), as Nagôs Transatlânticas exploram os caminhos das tranças nagôs.
Formado por uma trancista, uma geógrafa e uma fotógrafa/videomaker, o projeto “Nagôs Transatlânticas” ancora-se em “O Atlântico Negro”, de Paul Giroy, e une os três universos das pesquisadoras em uma produção que se lança sobre questões relacionadas à diáspora africana, à beleza negra e às histórias que podem ser contadas a partir da trança nagô, sejam elas reais ou fabulosas.
A lacuna que encontraram nas representações imagéticas de trancistas em Fortaleza foi um grande motivador para a investigação sobre a qual se debruçaram no Laboratório de Pesquisa da ECA/CCBJ em 2023. Quando Sabrina Nascimento, 20, se deparou com a oportunidade lançada pelo equipamento ao qual se refere como sua segunda casa, já pensava em voltar o olhar para questões relacionadas ao cabelo, aplicando o tema a um formato com o qual já está familiarizada: o audiovisual.
Enquanto trancista, Denise Fonseca, 26, encara seu papel no projeto como um caminho entre seu grupo e a temática sobre a qual elas decidiram investigar. E as tranças, como ela afirma, fazem o caminho entre a vida das três pesquisadoras. A escolha das tranças nagôs, em específico, foi feita pela sua feitura livre, partindo de diferentes origens, e pela utilização histórica do penteado como rotas de fuga.
Com Lídia Marques, 25, no grupo, além de dar visibilidade às trancistas da cidade de Fortaleza, as Nagôs Transatlânticas também se propõem a falar sobre o caminhos que os negros percorreram entre África e Oceano Atlântico, unindo o uso e a feitura das tranças com a geografia – campo de conhecimento familiar para a geógrafa já acostumada a desenvolver pesquisa científica. Não é por acaso que o nome do projeto quase se firma como “Trançando Caminhos”.
“Me tornei pesquisadora no Nagôs [Transatlânticas]”, afirma Denise, antes de recordar que iniciou sua profissão pesquisando, tendo como professora uma historiadora que a mostrou que a trança está para além de si mesma. A noção deste conceito norteou todo o processo de pesquisa do projeto, que rendeu um roteiro audiovisual que não nega a interdisciplinaridade, significados e simbolismos das tranças nagô e as questões que as cercam.
Assim como ela, Sabrina também já havia tido experiências informais com a pesquisa. No caso da fotógrafa e videomaker, as pesquisas se voltavam ao audiovisual, buscando investigar não somente filmes, mas também produções teóricas sobre estes. No projeto de seu grupo para o Laboratório de Pesquisa do CCBJ, não foi diferente.
Lídia, Denise e Sabrina dividiram a pesquisa bibliográfica entre textos científicos sobre trancismos e suas origens e materiais audiovisuais. Às segundas-feiras, geralmente, elas faziam rodas de conversa para debater o que haviam consumido para fazer o projeto tomar forma. Mas não ficaram apenas no campo teórico.
Elas entrevistaram onze trancistas, do Pirambu e do Grande Bom Jardim, territórios da periferia de Fortaleza, com uma abordagem de quem busca as referências, a história de como começaram a fazer tranças e suas histórias de vida. Elas queriam conhecê-las e apresentá-las ao mundo.
O desejo de realizar uma produção audiovisual também permanece aceso no coração das três pesquisadoras, que, por enquanto, têm um roteiro que mostra o dia a dia das trancistas e traz entrevistas, narração em off, performance e fotografias em um produto que deliberadamente borra a linha entre o documental e o imaginativo.
A proposta das Nagôs Transatlânticas é, além de exibir a realidade, dispor em imagens “o que a gente quer e o que a gente imagina”, como afirma Sabrina, dando ênfase ao caráter especulativo ao qual elas se dedicaram para a produção da pesquisa. Além das consultas bibliográficas, imaginação e criatividade também fazem parte do desenvolvimento deste trabalho.
“Esse projeto é lindo”, elas ouviram de diversas pessoas. A dose de subjetividade no processo de pesquisa e no resultado do produto é parte da razão do retorno positivo que escutaram e também denota um tipo de produção de pesquisa que leva em conta a pessoalidade das pesquisadoras, mas a importância do projeto não está somente em sua poesia.
Subjetividade e ciência, arte e pesquisa
“Contribuir para a existência das trancistas e cientificar isso”. Conforme Lídia Marques, é este o propósito central do projeto encabeçado por ela, Sabrina Nascimento e Denise Fonseca. “Como é importante pessoas negras estudarem ancestralidade”, pontua Lídia, que também conta sobre a necessidade de se discutir os direitos trabalhistas das trancistas que, na maioria dos casos, atuam como profissionais autônomas.
Evidenciar a importância de uma profissão ligada à estética negra e sua relação com a ancestralidade apontam para a necessidade de dar continuidade ao trabalho das trancistas e de continuar conhecendo sua história, como afirma Denise. Nesse sentido, a expectativa das pesquisadoras sempre foi grande e o processo, conforme Sabrina, as preparou para isso.
Embora não tenham finalizado o processo no Laboratório de Pesquisa da Escola de Cultura e Artes com o produto que gostariam – um filme, elas seguem com o desejo de realizá-lo para fazer valer o esforço e dedicação que dispuseram durante os cinco meses de pesquisa no equipamento, dando vida ao roteiro que construíram.
Mesmo com os desafios de limitação de tempo e pressão interna para desenvolver o que estavam se propondo a fazer naquele processo formativo, o projeto “se tornou maior que nós”, diz Denise. Para a trancista, “parar para ler e estudar foi difícil”, estabelecer uma rotina e equilibrar os afazeres do grupo foram dificuldades que elas precisaram enfrentar para realizar o projeto, assim como deparar-se com o apagamento das trancistas.
Lídia, que já havia desenvolvido pesquisas científicas vinculadas à universidade, visualiza no processo de pesquisa vivido na Escola de Cultura e Artes do CCBJ uma possibilidade de aprofundar as subjetividades. “Me senti mais segura”, confessa, dando importância ao acompanhamento oferecido pelo equipamento.
Sabrina não nega que suas expectativas sempre foram grandes e, ainda que os desafios tenham surgido e que tenha o desejo de realizar o filme que ela e suas companheiras de pesquisa roteirizaram, em nenhum momento as expectativas foram quebradas. Ela considera o projeto concretizado na união das três Nagôs Transatlânticas e no processo de investigação no qual mergulharam juntas.
Sabrina, Lídia e Denise aplicaram uma perspectiva regional a um tema que reconhecem vir do outro lado do Atlântico e de seus antepassados. A proposta de produzir um material artístico sobre ancestralidade, por meio de tranças que por vezes enfeitam suas cabeças, as torna pontes entre o ofício de manter viva a simbologia de um penteado que está além da estética e a história que elas decidiram contar.
Presentes na vida uns dos outros há tanto tempo, eles têm dificuldade de recordar como se conheceram, mas permanecem juntos até mesmo na empreitada de desenvolver um projeto de pesquisa.
Encabeçado por Ariadna da Silva, 26, Eli Rodrigues, 26, e Gabriely Silva, 28, o projeto “Cultura digital e educação: o processo de ensino e aprendizagem” se propôs a investigar a inserção da cultura digital nas salas de aula, por meio do Laboratório de Pesquisa da Escola de Cultura e Artes do Centro Cultural Bom Jardim (ECA/CCBJ).
Professora da educação básica, Gabriely já observava a presença do universo digital nas salas de aula. Quando fez um curso de marketing durante a pandemia, visualizou o potencial de geração de renda proporcionado pelas ferramentas digitais. Inicialmente, o grupo pensou em voltar a pesquisa para a compreensão da potencialidade deste meio para a empregabilidade.
Ao lado de Ariadna e Eli, que também atuam como educadores, o tema do projeto deste grupo até poderia ser outro, mas provavelmente seguiria voltado à educação. Os processos relacionados ao digital eram também presentes na vida de Ariadna, que já havia participado de projetos voltados para a educação midiática, relacionados a fake news e manuseio de dados.
Com objetivo de produzir um artigo científico a respeito do tema, eles partiram de um referencial teórico e aplicaram questionários a estudantes e professores de uma escola, localizada entre os bairros Vila Pery e Parque São José. Em seguida, realizaram uma análise dos dados recolhidos.
Apesar da experiência prévia dos três com o desenvolvimento de pesquisa, o processo não ocorreu sem dificuldades. Quando receberam oficinas de análise de dados ao final do percurso formativo, depararam-se com a complexidade da tarefa, considerada um dos maiores desafios encontrados pelo grupo.
A limitação de tempo os impediu de realizar o produto que gostariam, mas não os pararam na produção daquilo que mais sentiram dificuldade de fazer: a análise de dados coletados por eles por meio dos formulários, apresentada na Partilha Final dos Laboratórios de Pesquisa da ECA/CCBJ, momento em que cada grupo compartilha suas descobertas, experiências e produtos.
O grupo se utilizou de um referencial teórico, aplicação de questionários e análise de dados. Na segunda etapa da pesquisa, eles trabalharam com duas turmas, uma regular e outra digital. Ao fim do processo, eles traçaram o perfil digital dos 25 alunos entrevistados a fim de investigar a percepção e a relação destes com a cultura digital e com a educação.
Entre as descobertas que tiveram durante o processo, Eli Rodrigues aponta o esvaziamento de senso crítico como uma das questões que chamaram sua atenção. A plataforma Cloe, com a qual o grupo entrou em contato durante a pesquisa, conta com a mediação de um professor e, de acordo com Eli, não abre margem para o desenvolvimento de senso crítico nem fomenta debates.
Focados no ensino de jovens entre 11 e 13 anos, outra delimitação definida por Gabriely, Eli e Ariadna, que vivem nos respectivos bairros Canindezinho, José Walter e Bom Jardim, foi a abordagem em área periférica. “A gente enxerga a periferia como potencialidade”, afirma Eli Rodrigues, que pontua a necessidade que os pesquisadores sentiam de produzir para dentro da periferia.
Por esse motivo, até o encontro com o oficineiro, a direção da pesquisa seria outra. Depois das oficinas relacionadas à análise de dados, eles precisaram recalcular a rota e estabelecer novos objetivos de pesquisa, buscando obter quais ferramentas digitais mais utilizadas pelos estudantes e como enxergam as ferramentas digitais, entre outras questões.
O artigo que planejavam escrever sobre o tema permanece nos planos dos pesquisadores. Ariadne, estudante de Serviço Social, pensa até na possibilidade de se utilizar da pesquisa para a produção do seu trabalho de conclusão de curso. Os três amigos seguem com o desejo de produzir, como diz Eli, “de nós para nós”.
Transeuntes atentos à metrópole e munidos de uma tecnologia comum a seus corpos, Lucas Vaz, Lucian Charada, Raphael Farinhas e Raqueline de Lourdes produzem pensamento através da dança. Com o projeto Sintético, desenvolvido no Laboratório de Pesquisa da Escola de Cultura e Artes do Centro Cultural Bom Jardim (ECA/CCBJ), o grupo Ritmo Soul’to investiga, expressa e denuncia as disparidades sociais que os alvejam.
A conexão entre os quatro pesquisadores do Sintético, assim como as questões que despertaram a inquietude para a elaboração do projeto de pesquisa, está na dança e na relação de cada um com a urbanidade. As vivências e percepções de cada componente do grupo acerca da cidade permeiam um projeto que dá fruto a um produto crítico.
“Nós somos as sobras do que é entregue à sociedade; a gente fica com os restos”, afirma Lucian Charada, 34, referindo-se à classe social dos pesquisadores. Quando se dispuseram a pensar sobre a relação entre corpo e tecnologia, estenderam o conceito à ideia de ancestralidade e resistência. A distribuição de água, por exemplo, é definida pelo grupo como uma tecnologia excludente.
“O corpo constrói sobrevivência; isso também é tecnologia”, afirma Lucian. Ao passo em que o projeto aponta discussões relacionadas à questão de classe, evidenciando quais são os corpos afetados pela exclusão, leva também em consideração os meios que tais corpos encontram de resistir a esta condição.
A crítica é latente no produto desenvolvido pelo grupo. A performance cênica transita entre dança e instalação, sendo o primeiro trabalho cênico de Raqueline e Farinhas, que até então tinham sua experiência na dança relacionada à rua. Enquanto ela é uma liderança feminina em danças urbanas dominadas por homens, ele ganha a vida com a dança no sinal de trânsito.
Quando estendem a noção de tecnologia, os pesquisadores também compreendem os meios de proteger o corpo do sol, no caso de Raphael Farinhas, 30, como uma tecnologia. O chapéu e as mangas longas usadas para enfrentar a exposição ao sol o escoltam em sua “teimosia de continuar vivendo de arte”, como diz o artista.
As vivências de cada um levaram à formação do coletivo e às indagações lançadas pelo projeto de pesquisa. “Sintético me atravessou porque eu já vivia tudo isso na pele”, declara Farinhas. O pesquisador parte de suas experiências para agregar ao grupo, que, conforme Lucian Charada, é composto por pessoas que foram escolhidas a dedo.
Acostumado a percorrer a cidade de bicicleta, Lucas também é um observador da metrópole. A vida urbana, tão presente no projeto e no cotidiano dos pesquisadores, é levada em conta como parte da formação dos componentes de Sintético.
“Fiquei em êxtase quando descobri que a dança podia ir pro palco”, conta Lucas Vaz, 25. Assim como Lucian, que começou sua trajetória na dança a partir das batalhas de dança, Lucas começou a se envolver com a linguagem por meio das danças de rua. Não por acaso, as danças urbanas estão incorporadas na proposta de Sintético e no produto desenvolvido pelo grupo.
Raqueline de Lourdes, 24, não só teve seu primeiro trabalho cênico no Laboratório de Pesquisa do CCBJ, como também sua primeira experiência na área da pesquisa. “Eu não tenho formação”, foi o que a artista informou à banca responsável por avaliar os projetos submetidos aos Laboratórios de Pesquisa. “Você tem formação, sua formação é a rua”, ouviu em retorno. Para Raqueline, o processo de pesquisa abriu-lhe uma nova perspectiva: ela pode dançar o que quiser.
Apesar da relação com a rua e com a cidade, o primeiro vislumbre da elaboração de Sintético surgiu na formação de Lucian em um curso técnico em dança, com o espetáculo “Sujeito corpo amorfo”, que ele define como a sinopse de Sintético – uma espécie de prévia do que viria a ser o projeto que desenvolveram no CCBJ.
Quando Lucas, que já havia sido aluno de Lucian, tomou conhecimento do projeto, ficou determinado a tirá-lo da gaveta. A vontade que eles tinham de dividir o palco e a necessidade de buscar renda através da dança os levou a encarar os desafios do processo, dividindo também as três bolsas de formação entre os quatro integrantes.
A força do coletivo na criação
Durante o processo de formação no Laboratório de Pesquisa em Dança da Escola de Cultura e Artes do Centro Cultural Bom Jardim, adicionando à bagagem trazida pelos pesquisadores em suas experiências corporais, a investigação abrangeu outras práticas e técnicas além das Danças Urbanas e também envolveu processos de experimentação dramatúrgica.
Além da importância da bolsa, pontuada por Farinhas e Lucian, a autonomia e o “respeito enquanto pesquisador e artista” foi uma das principais diferenças observadas por Lucas e Lucian entre desenvolver pesquisa na universidade e na Escola de Cultura e Artes do CCBJ.
O acolhimento identificado por Raqueline é reconhecido pelos seus parceiros de pesquisa. Segundo Lucas Vaz, não houve pressão para a criação de um produto, mas a preocupação de que eles levassem do processo algo que agregasse artisticamente suas caminhadas. Ainda assim, com a mediação de Loly Pop, o grupo driblou o desafio de delimitar o tema da pesquisa e criou uma nova peça artística como produto final do processo.
Lucian Charada afirma que costuma trabalhar sozinho por ser mais fácil. Em sua percepção, as políticas públicas operam de maneira individualista, mas, para ele, “o coletivo fortalece a gente”. Sintético é um projeto de pesquisa que reúne os quatro artistas que o assinam e explora questões externas a partir de suas visões de mundo e experiências.
O resultado da investigação se deu através da dança, que Lucas define como uma tecnologia. Através dela, seus corpos têm construído resistência e produzido pensamento acerca do mundo ao seu redor. Em Sintético, o potencial criativo dos artistas e pesquisadores do grupo se eleva na valorização de suas vivências e na força do coletivo.
Nesta sexta-feira, 12, o coletivo Brincantes Sonoros estará novamente no Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), com o “Reisado Bom Jardim”, uma manifestação da cultura tradicional e popular viva no território do Grande Bom Jardim.
“OH SENHOR DONO DA CASA, ABRA PORTA ACENDA A LUZ!”
Quem já acordou ou ficou até tarde esperando o cortejo passar nas ruas? Principalmente nos bairros periféricos, como o Bom Jardim, é certa a passagem dos grupos pelas ruas, fortalecendo a cultura popular. O CCBJ traz para o local o cortejo e a celebração de Reisado, no dia 12 de janeiro, a partir das 19h, com Brincantes Sonoros e o Reisado do Boi Jardim. A programação gratuita e de classificação livre acontece na Praça Central do equipamento.
O Reisado Boi Jardim nasceu em 2012, com o coletivo Brincantes Sonoros saindo às ruas com máscaras e tambores, com a participação das crianças da comunidade São Francisco, localizada no bairro Bom Jardim. No repertório, cada careta/Papangu cria seu verso com situações do cotidiano.
O grupo pede licença para iniciar a brincadeira do Reisado Boi Jardim, apresentando um giro pelas fauna, flora e histórias de moradores contadas na beira das calçadas. No palco, artistas moradores do bairro Bom Jardim e figuras que nasceram, vivem e percorrem as águas do rio Maranguapinho e a participação do público constroem o show, espetáculo e cortejo.
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A Folia de Reis é também conhecida como Reisado ou Festa de Santos Reis. Para além de ser uma festa popular e tradicional brasileira, de cunho religioso e folclórico, o Reisado acontece da data natalina de 24 de dezembro e segue até dia 06 de janeiro, quando se comemora o dia dos Três Reis Magos.
Alguns estados do Brasil como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás celebram este festejo. O Ceará não fica de fora, incluindo o território periférico da cidade de Fortaleza, como o Grande Bom Jardim, onde o Brincantes Sonoros e o CCBJ atuam e se localizam.
Bricantes Sonoros
O Coletivo Brincantes Sonoros trabalha com arte e cultura para crianças, jovens e adolescentes. O grupo é um coletivo de pesquisa e prática sobre a música-cênica, realizando a junção da música e teatro como ponto de partida para criação dramatúrgicas e estéticas. Surgiu com a pesquisa e prática das sonoridades dos folguedos populares, cavalo marinho, reisado e cabaçal.
O coletivo surgiu em 2010, enquanto o artista Bruno Sodré concluía o primeiro curso de percussão do CCBJ. A partir da formação, Bruno passou a realizar um trabalho voluntário no equipamento, a partir da abertura de vagas para crianças e jovens no curso de percussão. Desde então, o artista, que já se interessava e pesquisava sobre a teatralidade do reisado de caretas, passou a incrementar o grupo com outras linguagens.
A história da iniciativa com o Centro Cultural Bom Jardim existe desde o início do Brincantes Sonoros, realizando suas atividades no espaço físico do CCBJ, possibilitando, conforme Bruno Sodré, “maior atendimento à criançada do bairro”. Em 2023, o coletivo foi reconhecido pelo Governo do Ceará como um Ponto de Cultura do estado e segue com o objetivo de manter viva a memória das brincadeiras populares e o reisado como atual.
“Como Ponto de Cultura, podemos fortalecer o fazer e o pensar artístico periférico e, assim, tecer caminhos e redes de ação coletiva com artistas e grupos”, afirma o coordenador do coletivo, Bruno Sodré. Ele avalia o reconhecimento oficial como uma forma de impulsionar o contato dos Brincantes Sonoros com outros pontos de cultura do estado. Além de potencializar os serviços e ações promovidos pelos Pontos de Cultura, a certificação do Governo do Estado pode fortalecer a rede de coletivos, entidades culturais do estado e trabalhadores da cultura, podendo ampliar também a credibilidade desses grupos.
SERVIÇO: Reisado Boi Jardim com Brincantes Sonoros
Dia: 12/01
Local: Centro Cultural Bom Jardim, com cortejo no entorno (Rua Três Corações, 400, Bom Jardim)
Horário: a partir das 19h
Indicação: Livre
Acesso: Gratuito