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Do Bom Jardim para a Colômbia: Centro Cultural Bom Jardim representa audiovisual cearense em festival internacional

As produções audiovisuais “Corre” e “Noites em Claro”, realizadas por estudantes de cursos do Programa de Audiovisual da Escola de Cultura e Artes do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), foram selecionadas no Festival Internacional de Cine de Cartagena de Indias (FICCI). O evento ocorre entre os dias 16 e 21 de abril em Cartagena das Índias, na Colômbia, com direito a estande do Instituto Dragão do Mar (IDM), órgão responsável por gerir o CCBJ e outros equipamentos públicos.

Rúbia Mércia, coordenadora do Programa de Audiovisual da Escola de Cultura e Artes (ECA/CCBJ), é uma das representantes da Rede IDM a compor o estande, participando da mesa Presentación Proyectos Audiovisuales, junto de Manoela Ziggiatti, coordenadora dos Laboratórios da Escola Porto Iracema das Artes. Na agenda do evento, o curta-metragem “Noites em Claro” será exibido na quinta-feira, dia 18 de abril. No dia seguinte, o videoclipe “Corre” será apresentado nas telas do festival.

O filme, dirigido por Elvis Alves, foi produzido como trabalho de conclusão do curso Extensivo em Audiovisual, no ano de 2022. O curta-metragem de terror tem circulado em festivais e mostras de cinema no Ceará e em outros estados, sendo até mesmo premiado. Já o videoclipe “Corre”, da música autoral de Evan Teixeira, foi realizado pela turma do curso de Produção de Vídeos Musicais de 2023. 

Sobre a importância do reconhecimento de produções realizadas na periferia, Rúbia Mércia afirma que “os filmes estarem aqui [no festival] é um gesto político, de aposta de uma política pública que descentraliza as ações do audiovisual”. “O Centro Cultural Bom Jardim, através do Programa de Audiovisual, tem sido uma dessas referências, por estar em um processo formativo de invenção e de criação constante com essas turmas, propondo e promovendo o desejo de que esses filmes circulem cada vez mais”, conclui.

Noites em Claro: cinema de periferia no mundo  

“Sempre que ‘Noites em Claro’ é selecionado em algum festival, vejo isso como uma oportunidade de mostrarmos a força da arte do Bom Jardim para o mundo”, afirma Ricco Sales, produtor executivo do curta-metragem e morador do Grande Bom Jardim. O filme, que já foi selecionado em mais de 15 festivais e mostras de cinema, será exibido pela primeira vez fora do Brasil por meio da 63° edição do FICCI.

Dirigido por Elvis Alves, “Noites em Claro” conta a história de Carlos (Éricles Carmo), um jovem negro que trabalha como entregador de comida na periferia. Além do toque de recolher imposto pela polícia, ele enfrenta uma aparição sobrenatural que frequentemente surge em sua casa.

“Noites em Claro retrata a realidade de muitos jovens brasileiros que lutam diariamente por um futuro melhor”, diz Éricles Carmo. O ator que interpreta o protagonista de “Noites em Claro” refere-se ao curta-metragem com orgulho, considerando o projeto como uma realização em sua vida profissional. “Ver esse projeto do qual tenho imenso orgulho de fazer parte cruzando fronteiras, me enche de alegria”, comemora. 

Para Elvis Alves, diretor e roteirista de “Noites em Claro”, a seleção do filme no festival representa a força que o cinema construído na periferia pode ter. “Essa oportunidade de ir para o FICCI é mais um dos espaços que o filme tá conseguindo chegar, então pra mim é maravilhoso, e acho que pra toda a equipe também. É uma felicidade saber que o filme vai estar lá, sendo discutido em espanhol”, brinca.

Ricco Sales faz coro à celebração dos colegas de trabalho. “É uma sensação de conquista, alegria e reconhecimento pelo trabalho de toda a equipe, da Escola de Cultura e Artes e de todo o CCBJ, e principalmente do Bom Jardim”, declara. “Torço para que as pessoas ao redor do Brasil e do mundo vejam o filme e que ele seja mais uma declaração de que nós, artistas periféricos, temos conhecimento e técnica, só precisamos de mais oportunidades”.

O filme foi realizado entre julho e setembro de 2022 por estudantes da segunda turma do curso de Extensão em Audiovisual, contando com o apoio de Rúbia Mércia e Nayana Santos, assistente pedagógica do Programa de Audiovisual da Escola de Cultura e Artes do CCBJ, e inteiramente filmado no Grande Bom Jardim. No FICCI, o filme será exibido na sessão “Cine en los barrios”.

Corre: música e audiovisual cearense na Colômbia

O videoclipe da música “Corre” também foi fruto de um processo formativo do Centro Cultural Bom Jardim. A produção, assinada pela turma do curso de Produção de Vídeos Musicais, foi mediada por Ivo Lopes e Darwin Marinho. “Foi muito importante o apoio e a sensibilidade da coordenadora do Programa de Audiovisual do Centro Cultural Bom Jardim, Rúbia Mércia, e da assistente Nayana Santos”, conta Evan Teixeira, compositor da canção “Corre”.  

A seleção da produção no festival demarca sua primeira vez em um festival, inaugurando a circulação do videoclipe nesse tipo de circuito audiovisual em terras estrangeiras. Anteriormente, a produção havia sido exibida no CCBJ e no cinema do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

A música, que expressa o desejo pela fartura e questiona a desigualdade social, foi lançada em 2022, antes do início do curso, e impulsionou a inscrição de Evan Teixeira na formação.  “O curso proporcionou o encontro de diversas forças artísticas da periferia, pois a maior parte da turma era formada por pessoas do Grande Bom Jardim, de outros bairros periféricos da cidade e da região metropolitana”, afirma o artista.

“Saber que o projeto que você participou vai ser assistido em outros lugares, além da nossa periferia, é muito prazeroso. Isso faz com que a gente acredite no nosso potencial”, diz Rydlla Furtado, uma das alunas da turma. Ela revela a importância da seleção do projeto para sua vida profissional e a de seus colegas. “Está sendo um pontapé para a nossa autoestima profissional! Isso faz com que a gente tenha cada vez mais vontade de produzir com mais qualidade e criatividade”, conclui.   

Teixeira partilha da perspectiva da colega de turma e acredita que integrar a programação do Festival Internacional de Cine de Cartagena de Indias “é mostrar mais uma vez a força do coletivo e a importância das políticas públicas e culturais, sobretudo na periferia, pois sem o Centro Cultural Bom Jardim esse encontro não teria existido”.

O CCBJ é um equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM).

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por da sua Ação Cultural, realiza Chamada Pública de Propostas Artísticas para composição da programação de difusão e fruição do equipamento em 2024.

O objetivo é selecionar 50 propostas artísticas para compor a programação de difusão e fruição do Centro Cultural Bom Jardim – CCBJ, realizadas em formato presencial no período de junho/2024 a fevereiro/2025.

As inscrições são gratuitas e estarão abertas no período de 16 de Abril a 01 de Maio de 2024 por meio da plataforma Mapa Cultural do Ceará.  Todos os documentos de referência estarão disponíveis no endereço eletrônico: https://bit.ly/ChamadaPropostasArtisticasCCBJ24

As propostas que poderão ser inscritas são nas linguagens artísticas de dança, música, teatro, cultura e infância,  audiovisual (filmes autorais e cineclube), artes visuais, cultura popular, livro, leitura e literatura, circo, humor, cultura digital e artes integradas. Considerando todas as vertentes e possibilidades estéticas de cada linguagem.

Esta chamada conta com uma verba total de R$100.000,00 que será disponibilizada em pagamento de cachês para os artistas.

Os artistas, grupos e coletivos, serão convocados de acordo com o calendário de programação do CCBJ no período de Junho de 2024 a Fevereiro de 2025. Clique aqui para saber mais detalhes, conferir as regras e prazos da chamada.

Chamada Pública:

Formulário de Inscrição:

O Instituto Dragão do Mar (IDM) está selecionando profissional para atuar no Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), que faz parte da Rede de Equipamentos Culturais do Ceará (Rece), da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará) e é gerido pelo IDM. As pessoas interessadas podem se inscrever de 10 a 21 de abril, através de um formulário online.

A vaga disponível é para o cargo de Assistente de Diretoria I, com remuneração de R$ 2.658,03 e carga horária de 8 horas diárias ou 40 horas semanais. As principais atribuições do cargo incluem auxiliar na gestão administrativa do setor, como responder e-mails, organizar agendas, preparar documentos e preencher planilhas. Além disso, o profissional será responsável por analisar, enviar e receber processos de contratação e pagamentos, monitorar prazos, elaborar relatórios e comunicações internas, organizar arquivos físicos e virtuais, receber demandas de outros setores do Centro e elaborar a escala de trabalho do setor.

Se você possui interesse e os requisitos necessários, não deixe de se inscrever dentro do prazo estabelecido. Essa pode ser uma ótima oportunidade de fazer parte da equipe do Centro Cultural Bom Jardim e contribuir para o desenvolvimento das políticas culturais do Ceará.

Chamada Pública:

Formulário de Inscrição:

Bloco Kahlo compôs a programação do último dia do festival Elas Perifa (Foto: Flávia Almeida/CCBJ)

Em março, o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), finalizou mais um ciclo realizando eventos e atividades culturais diversas e gratuitas. Entre elas, festivais voltados para a visibilidade trans e para o Dia Internacional da Mulher, atrações carnavalescas e masterclasses, que marcaram o primeiro trimestre de 2024.

O primeiro dia do Transfestival 2024 ocorreu no dia 27 de janeiro, no Teatro Marcus Miranda, com apresentações de Maw Trans e Mumutante. No mês seguinte, dia 23, o evento tomou fôlego novamente com os shows de DJ PK, Stefany Mendes, Otto, Banda WL, Moon Kenzo, Angel History e Ellícia Maria.

Mumutante fez show intimista no Teatro Marcus Miranda, após apresentação de Maw Trans (Foto: Mar Pereira/CCBJ)

Atividades do programa Sombrinha Literária, Colônia de Férias, Jardim de Possibilidades com o povo indígena Fulni-ô Thynya Thudya e lançamento da Junina Coração Sertanejo 2024 foram outras programações que fizeram companhia ao Transfestival na movimentação do equipamento durante o mês de janeiro.

O coletivo Fortalrettes se apresentou no Transfestival durante o set da DJ Angel History (Foto: Flávia Almeida/CCBJ)

Em fevereiro, foi dada a largada da programação de pré-carnaval. O Cortejinho de Maracatu tomou as ruas da comunidade São Francisco no dia 3 e muitos shows preencheram a Praça Central do CCBJ ao longo da semana. Tia samila e Sua Turma, Batuque de Omõrisá, DFT Elétrico, bloco carnavalesco A Turma do Mamão, Axé: o ritmo que nos une, Grupo Mais Melanina e Sambomja foram as atrações carnavalescas do CCBJ.

O Baile Reggae, ocorrido no dia 17 de fevereiro, trouxe Debocha Reggeiro, Sigilo Roots e Quintal Jamaica. O segundo mês do ano também contou com a instalação cênica “O Balão” e com a oficina Ecos de Memória, compondo as Solicitações de Pauta do equipamento.

O NArTE/CCBJ também realizou atividades de pré-carnaval para o público infantil (Foto: Flávia Almeida/ CCBJ)

Entre os meses de fevereiro e março, o CCBJ promoveu, por meio da sua Escola de Cultura e Artes, uma série de masterclasses em diversas linguagens artísticas, trazendo convidados renomados para discutir temas relacionados ao audiovisual, música, teatro, dança, cultura digital e acessibilidade. Além disso, ocorreram encontros em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha para a Vivência em Comunicação e Princípios Humanitários com jovens frequentadores do equipamento, entre eles os integrantes do projeto Só Uz Crias.

A masterclass de música ocorreu no dia 2 de março (Foto: Flávia Almeida/CCBJ)

O festival Elas Perifa e a Mostrinha de Teatro também foram destaque no mês de março. O sábado, dia 9 de março, foi o ponto alto do festival que celebra as mulheres por meio da arte. A programação do dia contou com apresentações de dança, seguidas do espetáculo “La Cucina”, da Cia CLE, e dos shows animados de Bloco Kahlo e Keyliane Cristian.

O projeto Circula CCBJ aconteceu entre 18 e 24 de março, promovendo a descentralização das programações culturais a partir da circulação das produções periféricas dos grupos e coletivos que foram contemplados pelo Projeto Convocatória de Grupos e Coletivos do CCBJ. 

A Mostrinha de Teatro apresentou três espetáculos desenvolvidos no curso básico do Programa de Teatro (Foto: Mar Pereira/CCBJ)

A II Mostrinha de Teatro ocorreu nos dias 10, 17 e 24 de março, no Theatro José de Alencar, Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar e Centro Cultural Bom Jardim, respectivamente. Entre outras atividades, o festival Jardim de Tesouros Vivos promoveu o encontro de Mestres da Cultura do Ceará, encaminhando a finalização do mês de março com a celebração dos conhecimentos tradicionais.

As ações do CCBJ durante esse período demarcam o fechamento de mais um ciclo do equipamento, atingindo públicos diversos com apresentações culturais, formações, atividades socioeducativas e iniciativas de assistência na busca pela promoção da cidadania cultural. A finalização de março também sinaliza o novo ciclo do Centro Cultural Bom Jardim, que se inicia no mês de abril, dando continuidade à atuação do equipamento na democratização da cultura.

Parte da programação do Jardim de Tesouros Vivos se deu na Associação Zumbi Capoeira (Foto: Mar Pereira/CCBJ)

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), realiza mensalmente a Reunião de Gestão Compartilhada (RGC) para discutir melhorias e manutenção das atividades do equipamento. Pela primeira vez, o CCBJ abre uma convocatória para que representações do Grande Bom Jardim integrem o colegiado para a gestão compartilhada. 

Serão abertas oito vagas não remuneradas, a fim de que a comunidade tenha representação participativa no planejamento, monitoramento e avaliação das políticas culturais desenvolvidas pelo CCBJ. A RGC é aberta ao público e conta com a participação de colaboradores e da gestão do CCBJ, representantes da Secult CE, do IDM e do Fórum de Cultura do Grande Bom Jardim.

A seleção de representantes da comunidade será realizada pelos eleitores cadastrados via formulário, disponível no site do CCBJ. Cada eleitor poderá votar em oito pessoas para compor o colegiado de gestão compartilhada do CCBJ.

As inscrições podem ser feitas por meio do preenchimento de um formulário, também disponível no site do CCBJ, e ficarão abertas do dia 08 ao dia 26 de abril.  As reuniões passarão a ocorrer bimestralmente, sendo divulgadas nas redes sociais do equipamento e posteriormente disponibilizadas no canal do YouTube do Centro Cultural Bom Jardim. 

Além do corpo que compõe o colegiado, a comunidade é convidada a sugerir pautas e participar das discussões relacionadas a melhorias e manutenção do equipamento, com o intuito de promover cidadania cultural e colaboração comunitária na condução e funcionamento do Centro Cultural Bom Jardim.  

Para participar da eleição:

Informações da chamada:

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio da sua Escola de Cultura e Artes e seu Programa de Cultura Digital, apresenta a Mostra Jardim de Arte Digital 2024.

A Mostra será realizada no dia 09 de abril, de 16h às 20h30, com uma composição interativa disponibilizada em diversos espaços do CCBJ. 

A Mostra Jardim de Arte Digital 2024, tem o objetivo de tecer vivências compartilhadas e coletivas, buscando gerar proximidade com o público através de uma experiência imersiva. Os espaços serão compostos por diversas camadas de imagens e sons, trazendo à experiência do(a) espectador(a) um sentimento estético, lúdico, participativo e interativo.

É importante destacar que todas as produções que serão exibidas na Mostra Jardim de Arte Digital 2024, são resultado do processo de ensino-aprendizagem das 4 turmas do Curso Básico de Longa Duração em Cultura Digital da ECA/CCBJ, sob orientação da equipe pedagógica envolvida no processo. 

O percurso interativo da Mostra acontecerá na Praça Central, Hall de entrada e no Palco do Teatro Marcus Miranda, nos Camarins do Teatro, na Sala de Dança e no Estúdio de Música, e contará com os seguintes espaços:

[01] Jogo Experimental e Interativo com Câmera

O público será convidado a participar e interagir com o jogo experimental feito com webcam.

📌 HALL DO TEATRO MARCUS MIRANDA – CCBJ

[02] Teatro de Animatrônicos com a Esquete “Nordertrônicos”

Bonecos animatrônicos realizam uma esquete de teatro inspirada nos personagens de Five Nights at Freddy’s.

📌 PALCO DO TEATRO MARCUS MIRANDA – CCBJ

[03] Jogo Imersivo Multitelas 

O público será convidado a imergir em uma experiência de vigilância noturna do CCBJ  inspirada nos personagens de Five Nights at Freddy’s.

📌 CAMARINS DO TEATRO MARCUS MIRANDA – CCBJ

[04] Espaço Interativo Bancada da Robótica e Exposição de Arcades 

Oficina interativa de robótica com projetos para público interagir. 

Demonstração do processo de construção de Arcades, feitos durante as aulas de Cultura Maker, com as turmas do 2º Ano (4º semestre) do Curso Básico de Longa Duração em Cultura Digital.  

📌 SALA DE DANÇA

[05] Exposição de Arcades 

Demonstração do processo de construção de Arcades, feitos durante as aulas de Cultura Maker, com as turmas do 2º Ano do Curso Básico de Longa Duração em Cultura Digital. 

📌 ESTÚDIO DE MÚSICA

SERVIÇO: 
Mostra Jardim de Arte Digital 2024
DATA: 09/04/2024
HORÁRIO: 16H
LOCAL: Centro Cultural Bom Jardim (Rua Três Corações, 400 – Bom Jardim)

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio do seu Núcleo de Articulação Técnica Especializada (NArTE), setor de atenção social do CCBJ, realiza durante o mês de abril ações em alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado dia 02 de abril.

Com o tema Inclusão de Todas as Formas de Ser, as atividades acontecerão entre os dias 02 e 13 de abril, e contarão com um conjunto de atividades e vivências voltadas ao público infantojuvenil e seus responsáveis adultos, com o objetivo de mediar a diversidade de seres e sua inclusão, contra o capacitismo e a neuronormatividade.

O dia 02 de abril foi definido pela ONU (Organização das Nações Unidas) como Dia Mundial de Conscientização do Autismo. O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), é uma condição de saúde que se manifesta em diferentes níveis e se caracteriza por apresentar desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal e comportamento (interesse restrito ou hiperfoco).

Confira a programação completa da Campanha Inclusão de Todas as Formas de Ser:

02/04 – terça-feira

Aprendendo aprender: acessibilidade

Quando a cobra-cega pegar alguém, ela pode pedir para falar uma palavra sobre os pilares da acessibilidade  e assim que a pessoa falar, ela tentará identificar quem é, ou, quando a cobra cega pegar alguém, só pelo toque, tentará identificar quem é.

⏰ 16h30 
👩🏽‍🏫 Educadora: Jackline Marques

04/04 – quinta-feira

Desenho e pintura – Inclusão é um direito

Pensando em dialogar sobre inclusão e o respeito, a atividade traz desenhos e frases sobre a temática, trabalhando de forma lúdica a compreensão e convivência das crianças com as múltiplas formas de existir.

⏰ 18h30 
👩🏽‍🏫 Educadora: Narah Adjane

05/04  – sexta-feira

Liz e seus amigos – o poder da inclusão

Quando a cobra-cega pegar alguém, ela pode pedir para falar uma palavra sobre os pilares da acessibilidade e assim que a pessoa falar, ela tentará identificar quem é, ou, quando a cobra cega pegar alguém, só pelo toque, tentará identificar quem é.

⏰ 11h 
👩🏽‍🏫 Educadora: Jackline Marques

06/04 – sábado

Circuito de acessibilidade

Neste É O BRINCA, realizando um circuito de acessibilidade, acompanhado de jogos interativos para crianças do Centro Cultural do Bom Jardim. A atividade busca sensibilizar e dialogar sobre a inclusão de neurodivergentes e pessoas com deficiências, promovendo a compreensão e aceitação mútua.

⏰ 15h  
👩🏽‍🏫 Educadores: Eixo Cultura infância

09/04 – terça-feira

Brincar e Incluir : Esportes Adaptados

Durante o mês de abril iremos trabalhar com a temática sobre autismo e inclusão de PCD ‘S, assim a educadora Deyse Mara convida as crianças para uma vivência com jogos adaptados. Elas irão vivenciar o esporte paraolímpico voleibol sentado, e antes irão participar de um jogo sensorial dentro do equipamento. A atividade tem o intuito de possibilitar oportunidades iguais de envolvimento esportivo, competição e realização pessoal para pessoas com deficiência, sem fazer restrição entre os indivíduos.

⏰ 17h
👩🏽‍🏫 Educadora: Deyse Mara

10/04 – quarta-feira

Criando referências – Viktor Bevanda e o espectro autista

Pensando em criar referências de artistas e movimentos que dialogam sobre direitos humanos, no mês de abril conheceremos o artista Viktor Bevanda, adolescente que vem encantando o mundo com seus desenhos e dando visibilidade ao espectro autista através de suas produções. Faremos uma atividade de releitura de suas obras, aproximando o público do NArTE com a experiência do artista.

⏰ 18h30
👩🏽‍🏫 Educadora: Narah Adjane

Dia 11/04 – quinta-feira

Soletrando em Libras

A educadora convida as crianças frequentadoras do CCBJ para uma vivência em libras, com o objetivo de que as crianças aprendam brincando.

⏰ 17h
👩🏽‍🏫 Educadora: Deyse Mara

12/04 – sexta-feira

Sala das Sensações

Compondo a campanha deste mês, a atividade consiste em um momento sensorial que permite os participantes a explorar e estimular interação com elementos de diferentes formas, texturas, cores e cheiros no ambiente.

⏰ 16h
👩🏽‍🏫 Organização: Shirley 
📌 Local: Multigaleria

13/04 – sábado

Autismo, Neurodiverências e Proteção de crianças e adolescentes 

Reunião com responsáveis por crianças e adolescentes participantes das atividades no CCBJ, como alunes da ECA e moradores das comunidades, com objetivo de sensibilizar sobre as neurodivergências (especialmente o autismo) que exige cuidados especiais e compreensão da família, bem como a proteção de crianças e adolescentes, principalmente, no acesso a redes sociais. 

⏰ 14h
👩🏽‍🏫 Organização: eixos psicossocial e articulação comunitária
👩🏽‍🏫 Mediação: Lucas Lima

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), realizou programação com foco na celebração dos Mestres da Cultura do Ceará no dia 23 de março. O 2º festival Jardim de Tesouros Vivos foi articulado junto de Pai Neto Tranca Rua, Mestra Carla e Mestre Lula, mestres da cultura do Grande Bom Jardim.

Por meio de sua Ação Cultural, o CCBJ promoveu um dia inteiro de atividades que tiveram início às 9h00 e aconteceram de forma itinerante, passando por locais como o Centro Espírita de Umbanda São Miguel, a casa da mestra Mãe Zimá, a Associação Zumbi Capoeira (AZC) e o próprio equipamento.

A primeira parada foi uma visita no Centro Espírita de Umbanda São Miguel do mestre da cultura Pai Neto Tranca Rua, onde ocorreu um momento de troca com uma roda de conversa e apresentação da trajetória do avô de santo e sua atuação no território até às 11h00.

Na casa de Mãe Zimá, os participantes dividiram um almoço coletivo e puderam conhecer o espaço da mestra, partilhando um momento de integração e descontração. Em seguida, a programação foi continuada no Teatro Marcus Miranda, espaço do Centro Cultural Bom Jardim, de 14h00 às 16h00.

O momento foi dividido em duas partes. Cinco Mestres da Cultura reconhecidos pelo Governo do Estado formaram uma bancada para discutir as conquistas e os desafios dos mestres da cultura do Ceará. “Tem mestre da cultura que não tem plano de saúde”, afirmou mestra Carla, que abriu a discussão falando sobre a necessidade de prover qualidade de vida aos Mestres da Cultura.  

Levi Nunes, gestor executivo do CCBJ e mediador da mesa solene, confessou ter recebido de mestra Carla uma demanda nos bastidores do evento: fortalecer a presença dos mestres da cultura nas escolas. As duas necessidades apontadas foram enfatizadas pelos Mestres Wlisses, Lula, Klevison e Pai Neto e nortearam a segunda parte do momento.

Dois grupos de trabalho se dividiram no CCBJ para aprofundar as discussões trazidas pelos mestres da cultura e propor estratégias e alternativas para alcançar suas reivindicações. Em seguida, as propostas foram compartilhadas com todo o grupo, a fim de sistematizar as demandas dos Mestres da Cultura do estado em uma carta endereçada à Secult.

Depois do lanche, a programação seguiu para o espaço da Associação Zumbi Capoeira. Mestra Carla e mestre Lula contaram um pouco da história e atuação da AZC na formação de jovens capoeiristas e, em seguida, o local foi tomado por apresentações artísticas do grupo Toque de Senzala e da própria Associação Zumbi Capoeira, que finalizou a noite chuvosa com uma roda de capoeira.
O Grande Bom Jardim abriga quatro entre os nove Mestres e Mestras da Cultura do Ceará. O título lhes foi conferido por meio da Lei 13.351/2003, que reconhece Mestres da Cultura os indivíduos e coletivos dotados de conhecimentos referenciais para a memória e preservação da cultura cearense.

Durante os meses de março e abril, os jovens que integram o Projeto Uz Crias, conduzidos pela equipe do Núcleo de Articulação Técnica e Especializada (NArTE/CCBJ), participam da vivência de base educomunicativa, sobre princípios humanitários e direitos humanos, com intuito da produção de um produto audiovisual a ser exibido em maio, em um evento do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). A produção e os encontros são conduzidos pelos profissionais da Ascom do CCBJ, NArTE e do CICV.

Mais que um roteiro audiovisual, a turma de 15 adolescentes que frequentam o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), entre eles integrantes também do programa conduzido pelo Núcleo de Articulação Técnica e Especializada (NArTE), UZ Crias, foram convidados para participarem da Vivência em Comunicação e Princípios Humanitários, uma iniciativa em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). A vivência acontece durante os meses de março e abril, em 20h de certificação pelo CCBJ e CICV, com conhecimentos sobre audiovisual, elaboração de roteiro e produção audiovisual, por meio da metodologia da educomunicação.

Na primeira quinzena  de março, os encontros acontecem no CCBJ e são mais voltados para as exposições de ideias e dinâmicas educomunicativas sobre noções gerais de comunicação, direitos humanos, princípios humanitários, noções de roteiro e produção em audiovisual. Já no primeiro encontro, a turma foi conduzida pela equipe técnica da Assessoria de Comunicação (Ascom CCBJ) e equipe NArTE, para elaboração de um roteiro a partir da escolha de objetos expostos à mesa, a turma dividiu-se em três grupos e montaram três produções, uma somente com áudio, uma com áudio e imagem e outra somente com imagem, testando assim os desafios das linguagens de comunicação. 

Em apenas um exercício inicial, a turma teve o potencial de articular pautas sobre racismo, violência e direitos humanos por meio das produções feitas a partir de um celular, conta a coordenadora de comunicação da ASCOM CCBJ, Isabel Mayara, que detalha como foi esse momento inicial. “Esta atividade de construção de uma história, a partir de objetos aleatórios, permitiu que os participantes exercitem sua criatividade na criação de narrativas sobre suas questões humanas e tenham iniciais noções de roteiro, pois para organizar as ideias, os grupos sistematizaram-as em um espaço, e sem saberem estavam já escrevendo um roteiro.  Essa proposta serviu como ponte para o segundo encontro e as noções específicas sobre o roteiro. Foi muito interessante perceber a rapidez e o engajamento deles na construção das narrativas”.

A humanidade que conecta

A vivência vem com a iniciativa de refletir as histórias de vida, a partir dos direitos humanos, como foco nos princípios humanitários, a partir da metodologia da educomunicação, que usa os meios de comunicação como meio de aprendizagem, despertando o pensamento crítico sobre as temáticas envolvidas. A iniciativa realiza as ações mediadas pelo uso dos meios de comunicação como celular e as máquinas fotográficas profissionais para a elaboração de um produto de audiovisual, a partir das percepções dos jovens, com foco no princípio da humanidade.

Os princípios fundamentais para o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, parceiros do CCBJ nessa iniciativa, são os princípios da Humanidade, imparcialidade, neutralidade, independência, voluntariado, unidade e universalidade. Esses sete princípios regem a ética do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, com sua missão em ajudar as pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, e outras emergências. Nessa vivência foi escolhido o princípio da Humanidade para ampliar e conectar com as realidade dos jovens participantes.

Conectando ideias, histórias e cenas, o princípio da humanidade também vem conectar  os jovens envolvidos no projeto Uz Crias. Riana Kelly, uma das jovens atendidas pelo projeto, descreveu como foi vivenciar o dia do início da criação do roteiro, gravação e visita pelo Cineteatro São Luís. “A minha experiência aqui foi tão legal porque é a minha primeira vez e tá sendo mais legal ainda porque ta sendo com meus amigos e minhas amigas”.

Esse conceito abrange todos os demais princípios e se apoiam no entendimento de que o sofrimento é universal e não pode ser tratado com indiferença, por isso o respeito pela dignidade humana é primordial e implica em proteger as pessoas, independente de quem sejam ou do que fizeram. Assim o movimento presta auxílio sem discriminação, visando reduzir o sofrimento humano. O princípio da Humanidade favorece a compreensão mútua, a amizade, a cooperação e a paz duradoura entre os povos.

“Tem sido muito estimulante e muito bacana, multiplicar os conceitos desses princípios com a história de vida e o universo simbólico também, dos moradores do bairro do Bom Jardim.”, pontuou Daniel M. Mamede, assessor em Fortaleza do Programa para Pessoas Desaparecidas e Suas Famílias do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Relembre a parceria entre CCBJ e CICV: Centro Cultural Bom Jardim (ccbj.org.br)

Uz Crias na telona

Em uma outra parceria com o CICV, a turma dos Uz Crias foram convidados para uma participação especial no elenco do documentário, produzido pela organização internacional, gravado na Praia de Iracema. Sobre a participação dos Uz Crias no documentário da organização, leia: Centro Cultural Bom Jardim (ccbj.org.br) .

Desta vez, fruto de mais uma ação em parceria, os jovens participantes integram a vivência em destaque e farão a exibição de suas produções audiovisuais em uma evento institucional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, previsto para acontecer em maio deste ano. A elaboração deste produto é resultado dos encontros, realizados no CCBJ e no Cineteatro São Luiz, com o encontro vivência de elaboração de roteiro, no sábado (16 de março). 

Na ocasião, os jovens receberam a equipe do CICV, vindos do escritório de Brasília, exclusivamente para essa ação, no São Luiz (centro de Fortaleza) e tiveram momentos de apresentação da organização, noções sobre os direitos humanos e princípios humanitários, noções de storytelling e uma oficina de início de elaboração de roteiro. Além disso, os participantes realizaram uma visita guiada pela equipe do cineteatro, conhecendo o tradicional e um dos mais antigos cinemas de Fortaleza. 

O São Luiz acolhe os jovens para esse momento especial da vivência na sala recém-inaugurada Seu Vavá, uma sala de cinema menor, no andar acima do salão principal, com um patrimônio das cadeiras originais do cineteatro, desde 1958. Em maio, ambas produções, o documentário com  participação do Uz Crias e a produção audiovisual, oriunda da vivência serão exibidas no salão principal do São Luiz.

O Cineteatro São Luiz integra a Rede de Equipamentos da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT), assim como o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), geridos pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). 

Créditos: Acervo CCBJ, por Mar Pereira e Paulo Felix.

Desde 2020, o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) atua com atividades acessibilizadas em Língua Brasileira de Sinais (Libras), com tradutores/es e intérpretes vinculados à sua Assessoria de Comunicação, ações afirmativas inseridas nas chamadas públicas e atividades de formação sobre acessibilidades através da Escola de Cultura e Artes (ECA/CCBJ). No mesmo ano, a ECA buscou qualificar a demanda de acessibilidade em seu escopo de formação por meio da criação do Programa de Acessibilidade

“A acessibilidade passou a ser compreendida dentro da Escola de Cultura e Artes, não apenas no sentido de acesso e permanência das pessoas com deficiência aos espaços formativos voltados para arte e cultura, mas também como metodologia dentro dos percursos formativos da escola”, afirma Raiany Araújo, assistente pedagógica do Programa de Acessibilidade da Escola de Cultura e Artes do CCBJ

Programa de Acessibilidade para além dos muros do Centro Cultural Bom Jardim

Com o intuito de expandir o alcance de público e pautar a acessibilidade dentro e fora do CCBJ, o Programa de Acessibilidade da Escola de Cultura e Artes do equipamento tem construído parcerias com instituições que já pautam a temática e que são referência para o público de pessoas com deficiência. Entre os cinco cursos do Programa de Acessibilidade que estão em vigência, quatro são realizados em parceria com outras entidades.

Os cursos de Audiovisual e Audiodescrição Para Crianças e de Desenho e Produção de Quadrinhos em Libras são respectivamente realizados em parceria com o Instituto Hélio Góes e com a Escola Bilíngue Francisco Suderland Bastos Mota. Introdução a Informática Educativa e Tecnologias Assistivas é uma formação desenvolvida em conjunto com o Programa de Cultura Digital da ECA, voltada para pessoas cegas. Introdução a Libras Básico Para Atendimento Ao Público é viabilizado em parceria com a Casa AME, espaço do Movimento Saúde Mental, e Acessibilidades, Libras e Criatividade é um curso voltado para formação de profissionais da Escola, a fim de fortalecer seu compromisso com a acessibilidade atitudinal.

A assistente pedagógica do Programa de Acessibilidade do CCBJ destaca também a parceria com a Escola Estadual de Educação Profissional Joaquim Nogueira.  Em 2023, o Programa de Acessibilidade recebeu três estudantes da instituição de ensino, os formandos do curso técnico de Tradução e Interpretação de Libras Liana Daira, Sofia Alves  e Vinicius Lima,  para realização de seus estágios técnicos na Escola de Cultura e Artes. 

“Foi um trabalho lindo, desenvolvido por estagiários/as em sua atuação como profissionais Tradutores/as e Intérpretes de Libras (TILs) na área artística e cultural, realizando atividades de tradução em Libras dos espetáculos de dança, teatro e música, construindo junto conosco a acessibilidade estética em nossas ações artísticas, além da atuação em sala de aula diante da presença de alunos/as e/ou professores/as surdos/as”, declara Raiany Araújo.

Transversalidade entre os programas da Escola de Cultura e Artes

Nos últimos meses, contabilizando o período entre maio de 2023 e março de 2024, o Programa de Acessibilidade cumpriu 150 horas/aula por formações em recursos de acessibilidade e 391 horas/aula em ações formativas sobre acessibilidade, realizadas em transversalidade com os demais programas da ECA.

“Tratar de acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência é um diálogo extremamente necessário uma vez que pcd’s também estão nas periferias”, alerta Vitória Sâmea, supervisora do Programa de Acessibilidade da ECA/CCBJ. Trabalhando a acessibilidade em um território periférico como o Grande Bom Jardim, o Programa tem realizado um mapeamento do público de pessoas com deficiência e/ou neurodivergentes, moradoras do território ou proximidades.

A medida, feita por meio dos formulários socioeconômicos aplicados durante a inscrição nos cursos da Escola de Cultura e Artes do CCBJ, é uma forma de aproximar o público de pessoas com deficiência do equipamento, aumentando a efetividade da divulgação dos cursos da ECA, o que, conforme Raiany Araújo, “tem como objetivo a fruição artística e protagonismo das pessoas com deficiência” na instituição.

Segundo Raiany, o Programa de Acessibilidade passou a compor a ECA/CCBJ, ao lado dos programas voltados para linguagens artísticas diversas, devido à demanda de construir uma cultura anti-capacitista no campo das artes, ampliando as discussões relacionadas à acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência (PcD). Facilitando o acesso de PcD às formações dos programas de Audiovisual, Cultura Digital, Dança, Música e Teatro, a Escola de Cultura e Artes busca fortalecer a arte, a cultura e a luta anti-capacitista, através da atuação permanente do Programa de Acessibilidade.

A fim de aliar formação em áreas artísticas e acessibilidade, a ECA passou a oferecer, conforme a assistente pedagógica, “percursos formativos que orientassem artistas, alunos/as da escola, produtores/as, professores/as, gestores/as e agentes culturais na busca pela aplicabilidade e garantia de políticas culturais de qualidade para pessoas com deficiência”, levando a pauta da acessibilidade para além do comprometimento com as políticas públicas de inclusão cultural e inserindo-a como parte do fazer artístico.

Política e pedagogia: educação e acessibilidade na Escola de Cultura e Artes

Sob a perspectiva de que para estabelecer uma luta contra o capacitismo é necessário construí-la junto de pessoas com deficiência, surgiu o “Nada Sobre Nós Sem Nós”. Realizado em quatro edições até então, o percurso formativo do Programa de Acessibilidade pauta questões relacionadas ao protagonismo de pessoas com deficiência por meio da realização de ações de formação e de debate.

“Sendo uma Escola imersa dentro dos processos formativos em artes, para alcançarmos uma cultura anti-capacitista, precisamos que a acessibilidade seja uma metodologia, uma prática e uma implicação constante”, diz Raiany Araújo. Pensando nisso, em 2023, os cursos dos Ateliês de Produção, por exemplo, passaram por um módulo de formação em acessibilidade, no qual as turmas foram introduzidas a discussões sobre recursos de acessibilidade. 

Raiany conta ainda que no evento de culminância do “Nada Sobre Nós Sem Nós” de 2023, a turma do curso de Ateliê de Produção Cultural e Realização de Eventos realizou uma atividade prática, trabalhando com artistas com deficiência e/ou neuro diversos. Posteriormente, os alunos relataram um despertar para a avaliação da acessibilidade nos equipamentos culturais, inclusive compreendendo que o Centro Cultural Bom Jardim não é um espaço que dispõe de acessibilidade arquitetônica – fator considerado um grande desafio para a equipe do programa.

Ainda que haja adversidades, desde sua criação, o Programa de Acessibilidade busca promover as pautas relacionadas à inclusão e autonomia de pessoas com deficiência em todo o equipamento, transpassando os programas da Escola e os outros setores do CCBJ. “Ainda em 2020, pensando trazer formações sobre os recursos de acessibilidade, a ECA propôs formações direcionadas para acessibilidade comunicacional, como cursos de Libras (Língua Brasileira de Sinais), que segue até hoje sendo um dos cursos com grande procura de inscrição pela comunidade”, relata a assistente pedagógica do Programa de Acessibilidade.

A Escola também dispõe de profissionais tradutoras/es intérpretes de Libras para atendimento de pessoas surdas, realizado com agendamento de horário via formulário, oferecendo retirada de dúvidas sobre os cursos disponíveis, inscrições, matrículas ou outros atendimentos de dúvidas referentes à Escola de Cultura e Artes. Além disso, as atrações artísticas que movimentam o equipamento contam com tradução em Libras da equipe de Comunicação do CCBJ.

O Programa de Acessibilidade também reforça seu papel enquanto agente na busca por equidade na participação do Comitê da Diversidade do Instituto Dragão do Mar, cujo um dos representantes é a supervisora do Programa de Acessibilidade. Ao lado de outros representantes de equipamentos da Rede IDM, o Programa se dispõe a “propor, indicar e discutir ações voltadas para as políticas afirmativas que corroborem com o direito das pessoas com deficiência no âmbito artístico e cultural”, conforme afirma a equipe.

“É indiscutível que [o Programa de Acessibilidade] muito tem agregado no fazer artístico dos nossos estudantes”, declara Vitória Sâmea. Para a supervisora do Programa de Acessibilidade, o papel central do programa é fortalecer espaços e ações de respeito à diversidade, pautando a acessibilidade por meio de formações nos mais diversos campos, como recursos de acessibilidade (Libras, legendagem, audiodescrição) e acessibilidade atitudinal, pedagógica, estética e cultural, junto dos mais diversos públicos.

Em sua perspectiva, estruturas excludentes como o capacitismo só podem ser enfrentadas a partir da coletividade e, por isso, a equipe do Programa de Acessibilidade faz votos pelo avanço da pauta em todo o Centro Cultural Bom Jardim a partir da participação comunitária, fazendo da acessibilidade – sobretudo a atitudinal – uma premissa do equipamento.

O Centro Cultural Bom Jardim é um equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM).


Informe-se sobre acessibilidade atitudinal: Cartilha de Formação em Acessibilidade Atitudinal

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio da sua Biblioteca Cristina Poeta, convida para a VI Semana Literária 2024.

De 20 a 22 de março a Biblioteca Cristina Poeta realizará diversas atividades em um evento festivo que visa celebrar a literatura e fomentar o hábito da leitura, além de incentivar a participação de artistas que atuam nesse ramo.

Em sua sexta edição, a Semana da Biblioteca é realizada anualmente e acontece durante o mês de março em alusão às datas relacionadas a escritores da literatura brasileira, além do Dia do Contador de Histórias, o Dia Internacional da Poesia e o Dia do Bibliotecário. 

Confira a programação completa

20/03 – Quarta-Feira

CICLO DE LEITURA: AUDIOLIVRO – A GRANDE FÁBRICA DE PALAVRAS
RELEASE: Existe um país onde as pessoas quase não falam. Nesse país estranho é preciso comprar as palavras e engoli-las para poder pronunciá-las! No Ciclo de Leitura vamos ouvir uma história encantadora que transporta os leitores para um mundo mágico, onde as palavras têm um valor tangível. O livro oferece uma jornada inesquecível enquanto explora a importância da comunicação, do compartilhamento de ideias e emoções.

📌Serviço: 
10H | CICLO DE LEITURA: AUDIOLIVRO – A GRANDE FÁBRICA DE PALAVRAS
Local:  Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ

ESPETÁCULO NA LAGOA DO JACARÉ LILICO NÃO PODE JOGAR LIXO – GRUPO CALU MARAVILHA
RELEASE: O espetáculo conta a história do jacaré Lilico que mora em uma lagoa numa grande cidade. Tudo vive em total harmonia porém, para o desespero dos animais que ali vivem, a lagoa começa a morrer, e a água que antes servia como fonte de sobrevivência agora vive contaminada pela população que joga lixo no local. A história procura despertar nas crianças a consciência ambiental e a importância de preservar a natureza e não poluir o meio ambiente.

📌Serviço: 
15H | ESPETÁCULO NA LAGOA DO JACARÉ LILICO NÃO PODE JOGAR LIXO – GRUPO CALU MARAVILHA
Local:  Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ


21/03 – Quinta-Feira

CINE LEITOR
RELEASE: O Cine Leitor irá compor a programação da Semana Literária da Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ! O filme de hoje é A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata. O Cine Leitor ocorre por meio da exibição de produções cinematográficas que são adaptações de livros, evidenciando a relação entre a literatura e o audiovisual. O objetivo é  incentivar a leitura para crianças e jovens através da linguagem do cinema. Faz parte do programa Sombrinha Literária, que apresenta atividades que dialogam com a música, o audiovisual, o teatro e múltiplas linguagens com intuito de coletivizar o acesso à literatura, visando à inclusão social e digital, através da experiência da mediação da informação e da leitura.

📌Serviço: 
10H | CINE LEITOR
Local:  Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ

CONTOS, POESIAS E CANÇÕES COM COLETIVO CHUÁÁ CHUVOSA

RELEASE: Em Contos, Poesias e Canções, Chuáá um clown que conta histórias, narra contos, entremeados com músicas e poesias, com muita ludicidade ela envolve o público que brincam e divertem-se com o curso de cada episódio, assim despertando sua criatividade e imaginação. Em cena, ela busca a interatividade com o público aproximando das histórias e do universo poético, incentivando sua participação, com muito bom humor e graciosidade. As narrações são acompanhadas por Chico Bruno que compõe as canções, o espetáculo tem duração de quarenta minutos, voltado para o público infanto juvenil e sua classificação é livre.

📌Serviço: 
15H | CONTOS, POESIAS E CANÇÕES COM COLETIVO CHUÁÁ CHUVOSA
Local:  Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ

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22/03 – Sexta-Feira

OFICINA MARCADOR DE PÁGINA
RELEASE: A biblioteca terá uma jornada criativa, onde a arte encontra a literatura. Para celebrar essa união entre a arte e a literatura, os participantes terão a chance de criar marcadores de página personalizados, inspirados em suas obras literárias favoritas.

📌Serviço: 
10H | OFICINA MARCADOR DE PÁGINA
Local:  Biblioteca Cristina Poeta do CCBJ

APRESENTAÇÃO DO LIVRO MEMÓRIAS E PROSAS DE VERÔNICA SOUSA
RELEASE: O livro é uma produção independente da jovem escritora, moradora do Grande Bom Jardim Verônica. “Memória e Prosas” é o seu segundo livro, o primeiro se chama “Sentimentos e Versos”. O Livro é em formato de literatura de cordel e se passa na cidade de Palmácia, onde um senhor chamado Raimundo, morador antigo da cidade gosta de conversar com as crianças na calçada da sua casa. Os relatos são em sua maioria sobre a história da cidade e das pessoas antigos moradores. Como a história do menino que foi comprar fiado e pediu o troco. E principalmente a história de Amélia, a primeira professora da cidade.

📌Serviço:
18H | APRESENTAÇÃO DO LIVRO MEMÓRIAS E PROSAS DE VERÔNICA SOUSA
Local:  Espaço Marielle

LANÇAMENTO DO LIVRO E POCKET SHOW DE EDUARDO AFRICANO – EU MERMO
RELEASE: O livro “Eu Mermo” trata-se de uma autobiografia de Eduardo Africano e traz algumas observações, questionamentos, indagações e experiências vividas pelo autor. A referida obra salvou e proporcionou para Eduardo uma nova visão sobre o mundo, o fazendo perceber que embora sejamos direcionados a desacreditar, todos somos capazes de fazer e ser o que quisermos.

“Quero permitir que as pessoas consigam ler além das palavras, que elas permitam, sintam e enxerguem dentro de si o que escrevo: o sentimento que trago no descrever de lágrimas, vivências e histórias.

📌Serviço: 
18H30 | LANÇAMENTO DO LIVRO E POCKET SHOW DE EDUARDO AFRICANO EU MERMO
Local:  Espaço Marielle

As esquetes “Rasga Mortalha”, da Escola de Teatros Periféricos, e “Três Luas Antes do Fim”, da Cia Zumbart, foram apresentadas e premiadas no dia 23 de fevereiro, no Festival de Esquetes de Fortaleza (FESFORT). O Coletivo Inflamável também recebeu indicações e foi premiado pela esquete “À Deriva na América do Sul” no festival Bivar de Teatro, que ocorreu no dia 10 de março, marcando seus 20 anos de história. Os grupos têm em comum sua origem e atuação no Grande Bom Jardim, em Fortaleza, demarcando a efervescente produção de teatro no território.

Na 22° edição do FESFORT, que aconteceu no Teatro da Praia, “Três Luas Antes do Fim” recebeu o prêmio de Melhor Maquiagem. “Rasga Mortalha” tornou-se destaque do evento, recebendo prêmios por Melhor Esquete, Melhor Direção e Melhor Atriz Coadjuvante. Já a 20º edição do festival Bivar de Teatro, ocorrida no Teatro Chico Anysio, premiou a esquete “À Deriva na América do Sul” por Melhor Iluminação.

À Deriva na América do Sul, produção do Coletivo Inflamável

Apresentação de ‘À Deriva na América do Sul’ (Foto: InCartaz)

A esquete do Coletivo Inflamável também foi indicada nas categorias de Melhor Ator, com Aurianderson Amaro, Melhor Maquiagem e Melhor Cenografia. O experimento cênico apresentado na 20º edição do festival de esquetes foi uma adaptação, considerada um desafio pelo coletivo, de um trabalho virtual para os palcos. “Entre tropeços, conseguimos chegar em um lugar digno”, conta Ítalo Saldanha, responsável pelo dramaturgismo de “À Deriva na América do Sul”.

A história narra a trajetória da tripulação de um barco pesqueiro que fica à deriva após uma grande tempestade em alto mar. 

“O desencontro de personalidades, o desespero, o individualismo, a incapacidade de articular as divergências e a inanição da população do barco contribuem para a manutenção da inércia de um povo que não sabe mais se um dia chegará. E aonde poderia chegar?”

Naldo de Freitas, integrante do Coletivo Inflamável que assina a iluminação da esquete recém premiada, revela estar muito feliz com o reconhecimento recebido pelo festival e grato aos companheiros do grupo. “Sei muito bem do trabalho que desenvolvemos dentro do Coletivo Inflamável e sei também do potencial individual e coletivo dos integrantes do coletivo”, diz.

Naldo de Freitas com o prêmio pela iluminação da esquete ‘À Deriva na América do Sul’ (Foto: Reprodução/ acervo pessoal)

Promovido há 20 anos, o festival de esquetes Bivar de Teatro surgiu na periferia de Fortaleza. “Estar envolvido em um evento com essa história é uma oportunidade única para conectar-se com a comunidade local, compartilhar nossas mensagens e contribuir para o fortalecimento do movimento teatral periférico”, diz Aurianderson Amaro, integrante do Coletivo Inflamável e da Cia Zumbart.

Para ele, a indicação e premiação no evento “contribuem para aumentar nossa visibilidade e reconhecimento” e podem atrair mais recursos para o fortalecimento do grupo. Aurianderson considera iniciativas como o festival Bivar de Teatro um “reflexo da resistência e da identidade cultural das comunidades periféricas”, relacionando-se com os fundamentos do Coletivo Inflamável, que existe há quatro anos e que, conforme Ítalo Saldanha, é oriundo da segunda turma do curso extensivo de Teatro do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ).

Realizada durante a pandemia de COVID-19, a produção do Coletivo Inflamável reflete sobre o período no qual foi concebida. Assim como “À Deriva na América do Sul”, as esquetes da Escola de Teatro Periféricos e da Companhia Zumbart também abordam questões sociais e políticas contemporâneas.

Rasga Mortalha, produção da Escola de Teatros Periféricos do Nóis de Teatro

‘Rasga Mortalha’ no palco do Teatro da Praia (Foto: Victor Augusto)

A Escola de Teatros Periféricos é uma iniciativa ainda jovem da companhia Nóis de Teatro. Com direção de Amanda Freire, integrante do Nóis de Teatro também conhecida como Amanda Quebrada, a esquete “Rasga Mortalha” foi produzida pela segunda turma do projeto, cuja formação está em andamento, durante o módulo “Teatros de Rua – Pelo direito à cidade”.

“Entendo [a premiação] como uma constante resposta à sociedade, ao sistema que insiste em exterminar a juventude negra-originária-lgbtqiap+-periférica. A dedicação aos módulos da escola, o envolvimento em cada aula, o cuidado com a turma, a vontade de fazer e estar juntes refletem nas premiações que a turma recebeu”, afirma Amanda, que recebeu o prêmio “Gasparina Germano”, marcando sua terceira vez desempenhando a função de diretora.

Ela considera as premiações como uma surpresa que deixou impactos positivos e observa a turma “mais empolgada e ainda mais responsável pelo fazer, ter o cuidado com o público, com o texto, com as questões produtivas de cena”. Sobre o prêmio de Melhor Direção, Amanda Quebrada conta que deixou-lhe mais confiante a experimentar e se aprofundar em outras funções no teatro, carregando consigo Altemar di Monteiro, Andréia Pires, Roberta Marques, Luciana Vieira, Elvis Alves e Edna Freire como referências.

‘Rasga Mortalha’ no 22º Festival de Esquetes de Fortaleza (Foto: Victor Augusto)

A narrativa de “Rasga Mortalha” se desenvolve a partir de um corpo encontrado na periferia, gerando especulações por parte da mídia e da comunidade. A partir daí, a esquete acompanha o cortejo das corujas conhecidas como rasga mortalhas, que anunciam a chegada do corpo no plano espiritual.

“Afinal, de quem é o corpo? Qual a sua cor? A pessoa que morreu sou eu? É você?” 

A produção fictícia foi construída a partir das vivências e subjetividades de cada estudante de teatro da Escola de Teatros Periféricos e dos exercícios de improvisação realizados nas ruas ao redor da sede do Nóis de Teatro, localizada no bairro Granja Lisboa, onde as aulas acontecem. Pensado para a rua, o trabalho foi criado neste espaço e leva em conta a relação de cada pessoa envolvida no projeto com a cidade.

Três Luas Antes do Fim, produção da Companhia Zumbart

‘Três Luas Antes do Fim’ também circulou no Festival Bivar de Teatro (Foto: Reprodução/ Instagram)

A produção da Companhia Zumbart também carrega forte teor crítico. “Três Luas Antes do Fim” traz à sua narrativa um universo em que uma terceira lua pode estar se aproximando da Terra, o que provoca grande tensão e muitos conflitos na sociedade. A competição por poder, visibilidade e bem-estar são questões abordadas na trama.

“O mundo está em conflito, as tensões ficam cada vez mais constantes. A pressão de um sistema no qual não se pode confiar, faz Alfeus e Estrodos dormirem de olhos abertos! A qualquer momento tudo pode acontecer! A terceira lua está próxima e com ela o caos é seu eterno companheiro… Entre oprimidos e opressores que se misturam em meio a tantos desencontros e manipulações, quem são as verdadeiras vítimas? Quem vai cuidar de nós?”

A esquete foi pensada em consonância com os pilares da Cia Zumbart, que atua com base em manifestações afro-referenciadas. Embora tenha influência do teatro dos dramaturgos europeus Antonin Artaud e Bertolt Bretch, a capoeira, maculelê e puxada de rede são elementos fortemente presentes na construção cênica de “Três Luas Antes do Fim”.

“Criamos também um ambiente ritualístico e sensitivo por meio de figurino, maquiagem e adereços e de constante diálogo direto com o público, provocando-o a refletir sobre as situações ali presenciadas, que são reflexos dessa sociedade contemporânea”, conta Aurianderson Amaro, diretor da produção.

Integrantes da Cia Zumbart receberam o troféu Gasparina Germano no dia 23 de fevereiro (Foto: Reprodução/ Instagram)

Não é a primeira vez que a esquete “Três Luas Antes do Fim” é contemplada em festivais, mas o prêmio recebido pela Cia Zumbart no FESFORT reforça o reconhecimento pelo trabalho feito pelo grupo. “Isso é extremamente incentivador para o grupo, deixa todas as pessoas com uma sensação de que nosso esforço, as horas de ensaio, as entregas de trabalho árduo valem a pena!”, declara o diretor da esquete.

Produção artística feita pela periferia

A circulação das produções em festivais e o reconhecimento das companhias de teatro impulsionam a visibilidade e a continuidade da atuação de grupos como o Coletivo Inflamável, a Companhia Zumbart e o Nóis de Teatro, neste caso, causando impacto nos jovens formandos da sua Escola de Teatros Periféricos.

Voltada para a formação dramatúrgica de jovens moradores de periferia, na percepção de Amanda Quebrada, a premiação recebida pela Escola de Teatros Periféricos “reitera o que o Nóis [de Teatro] sempre acreditou, que a periferia pulsa arte mas que falta investimento, queremos mais escolas com referência negra, afroindigena, periférica”. “‘Nóis’ queremos em toda quebrada centros culturais, grupos de teatro, pontos de cultura fomentados pelo governo com a mesma atenção e dedicação voltada para os equipamentos que estão localizados no eixo Benfica-Centro-Aldeota”, complementa.

“a periferia pulsa arte, mas falta investimento”

“Estar nesses lugares, mostrando nosso trabalho, o nosso jeito de fazer, a nossa estética, é reafirmar um espaço que também é nosso e que muitas vezes é visto e posto de maneira longínqua e de acesso restrito”, afirma Aurianderson Amaro. “É mostrar que aqui nas comunidades também fazemos um teatro de qualidade e que sim, concorre e ganha prêmios porque somos tão bons como outros grupos que estão em posições mais favoráveis em muitos aspectos”, conclui.

Realizadas em território periférico, as produções dramatúrgicas fictícias recém premiadas e feitas pelos grupos do Grande Bom Jardim reafirmam as posições e visões de mundo das pessoas envolvidas, ancorando-se na linguagem, estéticas, visões de mundo e experiências vivenciadas no cotidiano de quem vive e produz arte nas periferias de Fortaleza e recebendo mérito por sua criação.

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) é um equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM).

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, convida para a Masterclass de Acessibilidade o Grupo de Teatro Olho Mágico.

Com o tema “Olho Mágico: Música, Cena e Acessibilidade Artística”, a Masterclass propõe o diálogo e encruzas sobre as linguagens musical e teatral ao possibilitar o fazer artístico para e com as pessoas com deficiência. Iniciando esse momento o Grupo Olho Mágico, realizará uma apresentação a fim de demarcar o Protagonismo DEF (termo informal utilizado para referir-se às pessoas com deficiência) estabelecendo um espaço de interação entre o público e o espetáculo. A apresentação também será acessível em Libras e contará com audiodescrição.

Esse será um momento mediado por Vitória Sâmea, supervisora do Programa de Acessibilidade da Escola de Cultura e Artes (ECA/CCBJ), que conduzirá uma conversa sobre a composição e preparação artística musical e de cena, assim como protagonismo e atuação das pessoas com deficiência nos espaços culturais, compreendendo também a história do Grupo Olho Mágico.

A Masterclass de acessibilidade acontece no dia 22 de março às 16h no Teatro Marcus Miranda no Centro Cultural Bom Jardim.

Sobre as Masterclasses

As Masterclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, convida para a Masterclass de Dança com Legendary Mother Vênus Cabal, bailarina, professora, coreógrafa e organizadora de eventos.

Potência na cena Ballroom, Vênus Cabal, vai proporcionar uma aula show e uma vivência pŕatica do estilo Vogue Femme Performance, além de localizar a comunidade dançante no contexto histórico e suas principais ramificações. Vênus Cabal vai estabelecer sua aula no Vogue Femme, com movimentos femininos exagerados influenciados pelo ballet, jazz, dança moderna e principalmente pela corporalidade das travestis. A aula pretende contribuir com a  ampliação do conhecimento da cena Ballroom e do estido de dança Vogue Femme.

A Masterclass de Dança acontece no dia 21 de março às 18h30 na Praça Central no Centro Cultural Bom Jardim.

Minibio – Legendary Mother Vênus Cabal

Mariah, conhecida na cena como “Vênus”, é uma jovem multiartista, mais conhecida como Legendary Mother Vênus Cabal ©.

Atua como júri em grandes balls dentro e fora do seu estado. Bailarina, professora, coreógrafa e organizadora de eventos. Recebeu a honraria de Legendary na cena Kiki, sendo uma das maiores referências da cena brasileira.

Mariah, carrega vários Grand Prizes na sua caminhada de balls nacionais. Trouxe visibilidade para a cena local. Realiza vários workshops de Vogue Femme no seu estado.

Sobre as Masterclasses

As Masteclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.

Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), receberá duas representantes da comunidade PyLadies para a masterclass “Protagonismo Feminino e o Caminho das Pedras na Área de Tecnologia Digital”, realizada pelo Programa de Cultura Digital da sua Escola de Cultura e Artes (ECA/CCBJ). 

O evento ocorre no dia 18 de março, às 19h00, e trata dos impactos da desigualdade de gênero na inserção de mulheres no mercado de trabalho e na formação de suas carreiras profissionais, especialmente na área da tecnologia da informação. Representada por Alynne Ferreira e Andreza Fernandes na masterclass do CCBJ, a comunidade PyLadies tem por objetivo ampliar o acesso de meninas e mulheres para atuar nas áreas tecnológicas.

O Movimento Pyladies

PyLadies é uma comunidade mundial que foi trazida ao Brasil com o propósito de impulsionar mais mulheres a se tornarem participantes ativas e líderes na comunidade open source Python.

Criada a partir da percepção de que os cursos técnicos e universitários de ciências da computação são dominados por homens, a comunidade PyLadies passou a realizar palestras, encontros e formações por todo o mundo, a fim de incentivar as mulheres a entrar no mundo da programação.

O Movimento Pyladies tem várias representações no Brasil e, entre elas, há um coletivo de mulheres que formam o Pyladies Fortaleza, buscando diversificar a comunidade Python por meio da educação e de conferências e eventos como a masterclass do Programa de Cultura Digital do Centro Cultural Bom Jardim.

As Masterclasses

As Masterclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.

Confira abaixo a agenda das próximas Masterclasses:

Masterclass de Acessibilidade: dia 22/03 às 16h
Masterclass de Dança: dia 21/03 às 19h

Gratuitas e abertas ao público geral, as Masterclasses do CCBJ acontecem anualmente, promovendo encontros que vão desde bate-papos, rodas de conversa, palestras, seguidas de exibições de espetáculos e apresentações artísticas, trazendo discussões sobre a linguagem abordada. As Masterclasses também podem trazer aulas práticas e aulas-show, proporcionando uma participação mais ativa dos alunos.

Saiba mais sobre o Programa de Cultura Digital: https://ccbj.org.br/escola-de-cultura-e-arte/cultura-digital/

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, convida para a Masterclass de Teatro com Henrique Fontes, dramaturgo, ator, diretor teatral e gestor cultural.

Trazendo o tema “Dramaturgia e o Teatro Documental” os participantes terão a oportunidade de debater sobre dramaturgia, narrativas e teatro documental. Henrique Fontes é um profissional com 35 anos de experiência e vai partilhar com o público sobre o mercado dramatúrgico, percursos e fazeres.

A Masterclass de Teatro acontece no dia 12 de março às 19h, no Teatro Marcus Miranda do Centro Cultural Bom Jardim.

Minibio 

Henrique Fontes, é dramaturgo, ator, diretor teatral e gestor cultural com 35 anos de experiência. Como diretor tem 19 peças montadas e como dramaturgo 29 textos escritos. Henrique Fontes também é fundador do Espaço Cultural Casa da Ribeira em Natal e atual diretor artístico (www.casadaribeira.com.br ). Tem trabalhado com o Grupo Carmin desde sua origem em 2007 (www.grupocarmin.com.br ) e ajudou também a fundar os Grupos Beira, Atores à Deriva e Grupo Casa da Ribeira. Integrou o Grupo Clowns de Shakespeare entre 1996 e 2004.

Indicado aos prêmios Shell e APTR 2023 na categoria Dramaturgia pelo espetáculo: “Peça de Amar”; Vencedor do Prêmio Shell 2019 na categoria Dramaturgia pelo espetáculo “A Invenção do Nordeste”. Vencedor do Prêmio do Humor 2019 de melhor dramaturgia e também o Prêmio Botequim Cultural 2019 como melhor autor e Prêmio APTR de melhor dramaturgia. Todos pela peça A Invenção do Nordeste.

As Masterclasses são parte de um processo formativo e possibilitam uma programação composta de encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. São uma realização do Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA). De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.

O Instituto Dragão do Mar (IDM) anuncia a abertura de Chamada Pública para a seleção de Professor(a) Audiovisual destinado(a) a atuar no Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), espaço que compõem a Rede Públicas de Equipamentos Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerido pelo IDM. A presente seleção visa à contratação pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) junto ao IDM. Inscrições abertas de 04 a 14 de março de 2024.

Vagas: (01 vaga)
Remuneração: R$ 1.989,16
Carga horária: 20 horas semanais

CHAMADA PÚBLICA
Chamada disponível, clique aqui.

CRONOGRAMA DE SELEÇÃO

Inscrições: 04 de março a 14 de março de 2024.
Realização da Primeira fase: 15 de março a 21 de março de 2024.
Resultado da Primeira fase: 22 de março de 2024.
Realização da Segunda fase (entrevista): 26 de março e 27 de março de 2024.
Resultado da Segunda fase: 28 de março de 2024.
Realização da Terceira fase (Teste prático/didática): 02 de abril de 2024.
Resultado da Terceira fase: 04 de abril de 2024.
Resultado final: 05 de abril de 2024.

O Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Secretaria da Cultura do Governo do Ceará (SECULT), e gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), por meio de sua Escola de Cultura e Artes, em alusão ao Dia Mundial do Teatro, realiza a II Mostrinha de Teatro, o evento reúne espetáculos desenvolvidos pelas turmas dos Cursos Básicos do Programa de Teatro. Nesta edição a Mostrinha realizará um percurso de circulação com as apresentações em mais dois equipamentos culturais geridos pelo Instituto Dragão do Mar, além do CCBJ. Serão três domingos de apresentações durante o mês de março.

O calendário traz três datas de apresentações, nos palcos do Theatro José de Alencar (TJA), Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC) e Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ).

As turmas do Programa de Teatro são compostas por crianças e adolescentes em diferentes momentos da formação artística. Algumas turmas estão em iniciação ao teatro e outras já estão em formação no Curso de Longa Duração há mais de um ano.

A montagem de espetáculos é um elemento chave no desenvolvimento artístico das turmas. 

A Mostrinha

A Mostrinha de Teatro acontece desde 2023 e promove o encontro entre os alunos, alunas, professores e professoras dos Cursos Básicos de Teatro do equipamento, com uma programação de experimentos cênicos nas quais os estudantes são os atores e plateia. A montagem de espetáculos, como os que serão exibidos, é um elemento importante no desenvolvimento artístico das turmas. a Mostrinha permite que os estudantes em formação conheçam os principais palcos da cidade, além de proporcionar uma familiarização com os elementos que compõem um processo de circulação de uma peça teatral, tais como a logística, montagem, desmontagem, além de um diálogo estreito com o público.

No dia 10/03, os espetáculos acontecerão no Theatro José de Alencar, dia 17/03, as apresentações serão no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e encerrando o percurso no dia 24/03, as produções serão apresentadas no Centro Cultural Bom Jardim. As apresentações acontecem a partir das 16h, com entrada gratuita em todos os equipamentos.

Confira abaixo informações sobre os espetáculos

Antes que o Céu caia sobre nossas cabeças – Curso de Longa Duração em Teatro – Noite

Sinopse: Histórias acontecem ao redor de uma mesa de cozinha e revelam medos, alegrias e dramas pessoais numa espécie de caos constante. O espetáculo foi construído junto com a turma a partir de pequenos laboratórios de criação onde os atuantes foram provocados a construir cenas tendo a ideia do fim do mundo como estímulo e uma mesa como memória das personagens.

Infância de Rapina – Teatro e Infância – ANCMA/CCBJ

Sinopse: Em uma pequena cidade, crianças são esquecidas pelo resto do mundo. Em uma tarde, uma notícia choca a todos que ali moram. Em meio a medos, inseguranças e sonhos, elas disputam território com aves de rapinas.

O Bailão – Curso de Longa Duração em Teatro – Quintal Cultural/CCBJ

Sinopse: Trabalho cênico inspirado no filme “O Baile” (1983), de Ettore Scola, que faz um passeio pelo mundo da dança retratado através de um salão francês, onde pessoas das mais diferentes idades se reúnem para dançar ritmos variados. A história viaja no tempo, indo dos anos 1920 até 1983, com o surgimento da disco music.

Serviço:

II Mostrinha de Teatro
Dia 10 de março, às 16h: Theatro José de Alencar
Dia 17 de março, às 16h: Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Dia 24 de março, às 16h: Centro Cultural Bom Jardim

Gratuito e com intérprete de libras 

“Pessoas trans ainda são as que mais são assassinadas dentro do nosso estado e do nosso país, homens e mulheres trans e travestis, por isso o Transfestival é tão importante, para enaltecer a vida e arte de pessoas T’s e N-B’s das periferias de Fortaleza e do estado do Ceará”, afirma Jô Costa. A cerimonialista e articuladora da segunda edição do Transfestival, realizado pelo Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), em parceria com os coletivos Gueto Queen e Polo Trans, pontua a importância do evento para a comunidade trans.

Em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado no dia 29 de janeiro, o CCBJ, equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar, reuniu sete artistas trans, travestis e não-binários no último sábado, 23, em uma noite musical de celebração à diversidade.

Com cerimonial de Jô Costa e Stefany Mendes, respectivas coordenadoras dos coletivos Gueto Queen e Polo Trans, o festival teve início às 17h00, com o set de DJ PK. O repertório do artista contou com Roots Rock, Rocksteady e Dance Hall, ritmos comuns nos reggaes das praças de Fortaleza.

Na sequência, Stefany Mendes apresentou seu número de música e poesia, marcado pela canção “Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares, seguido do show de Otto. O músico abriu sua apresentação com a música “Baby 95”, de Liniker, e deu continuidade à apresentação com um repertório composto por canções de artistas T, na intenção de “falar de vivências, de afetos, mas não somente sobre o afeto romanticamente falando, afeto em modo geral e como essas corpas são atravessadas por ideologias e ações de uma sociedade binária”.

Depois do show de voz e violão de Otto, a banda WL subiu ao palco do CCBJ e tocou músicas de forró antigas, levando o público a dançar e cantar canções de sucesso nos vocais de Léo Oxente e Wallyson Amorim. Em seguida, vinda diretamente de Sobral, foi a vez de Moon Kenzo encantar o público com o show AMARGA, contando com um repertório predominantemente autoral, advindo do seu primeiro EP “CIO”. Em seu show, ela reúne narrativas que “conversam com as dores e prazeres de sermos nós, nós pessoas fora do espectro cisgênero”.

A DJ Angel History foi a sexta artista do line-up a subir ao palco. Ela tocou hits de funk e outros gêneros dançantes que animaram o público presente no equipamento. Antes de finalizar o set, ela também tocou músicas autorais, dando destaque à sua atuação como cantora. Ainda durante a apresentação da DJ, no centro da Praça Central do CCBJ, três integrantes do coletivo Fortalrettes reuniram o público em meia-lua e fizeram um número de dança eletrizante, contando com a colaboração musical de Angel History.

A última atração da noite ficou por conta da DJ Ellícia Maria, que busca experimentar a sonoridade afro-diaspórica em seu trabalho musical, além de desempenhar importante atuação política por compor a assessoria parlamentar na vereança da Coletiva Nossa Cara, na cidade de Fortaleza. 

Transfestival é expressão cultural e movimento político

A segunda edição do TransFestival foi vivenciada em dois momentos, o primeiro ocorreu no dia 27 de janeiro de 2024 e teve como programação os shows de Maw Trans e de Mumutante, com “Mutação Rara”, e ocorreram no Teatro Marcus Miranda. Já o segundo momento culminou em um evento que aconteceu na Praça Central do Centro Cultural Bom Jardim e contou com um line-up mais extenso, contemplando gostos musicais diversos.

“Eu acho histórico, memorável e de uma importância incomensurável. Ainda estamos no país que mais nos mata, nossa expectativa de vida ainda é curtíssima perto de tudo que merecemos viver”, diz Moon Kenzo, 26, sobre a existência de um festival que joga luz na luta pela visibilidade trans e valoriza artistas da comunidade. 

Enquanto artista e produtora cultural, Jô Costa compreende o Transfestival como uma iniciativa que está além do encontro cultural: “é um movimento político”. “O festival sempre foi uma necessidade”, observa, compreendendo o evento como uma iniciativa que possibilita a associação de pessoas T (transsexuais, travestis e outras identidades transitórias) a narrativas aquém à violência.

“Além do encontro e troca neste dia, também estamos demarcando nosso lugar, em um espaço geográfico onde tiveram casos de violência e de morte, proporcionando virar esse olhar da violência para a Arte que também é nossa!”, declara Jô Costa. E sua fala ressoa com os depoimentos de artistas como Otto, 26, e Moon Kenzo. 

“Acho que mais que mostrar meu trabalho que ainda é tão desconhecido no estado, a arte do encontro será o grande ponto de partida desse festival”, conta a cantora e compositora Moon Kenzo, que já havia se apresentado no CCBJ em 2022. 

“Enquanto um homem trans, cantor e músico, não vejo essa representatividade na cena musical tanto regional quanto nacional, e fazer parte dessa line ao lado de outros artistas T que eu acompanho tem um valor enorme por que somos potência e juntos somos bem mais fortes, eu estou abrindo caminhos”, diz Otto.

O músico encara a oportunidade de compor o line-up do festival como um meio de fazer com que sua voz “chegue em quem precisa ouvir”, considerando a periferia um espaço onde vivências parecidas com a sua existem. “Estar em um equipamento de cultura periférico é de extrema importância pois é na periferia que existem pessoas com grandes potências e com a vivência semelhante a minha”, reflete.

Assim como Otto, Moon Kenzo visualiza o festival como um momento oportuno para a troca com outros artistas. “Acho que mais que mostrar meu trabalho que ainda é tão desconhecido no estado, a arte do encontro será o grande ponto de partida desse festival”, conta, antes de apresentar-se no evento.

Em 2024, o Movimento de Visibilidade Trans no Brasil completou 20 anos de história. O Transfestival foi pensado pelos coletivos Gueto Queen e Polo Trans e pelo Centro Cultural Bom Jardim, instituição com a qual Stefany Mendes e Jô Costa já possuíam vínculo anterior como alunas e prestadoras de serviço, com o intuito de valorizar as identidades, estéticas e expressões artísticas de pessoas T, celebrando a data emblemática para pessoas trans, travestis e não-binárias.

A simbologia do festival para as pessoas envolvidas leva aos votos de Moon Kenzo e Otto pela longevidade do evento e para que mais artistas sejam contemplados em edições futuras. Para Jô, a expectativa é de que o movimento figure no calendário estadual, abrangendo mais pessoas e mais recursos financeiros. “Como todo ser que nasce, precisa crescer, e, para isso, precisa ser cuidado cada vez mais em todos os quesitos”, conclui.

Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), equipamento da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), promove a masterclass “Corpos Sonoros – Experimento Musical com Barbatuques” e recebe o grupo musical paulistano Barbatuques no dia 2 de março, às 9h00.

A atividade é uma iniciativa do Programa de Música da Escola de Cultura e Artes do CCBJ e contará com a presença de Helô Ribeiro e Maurício Maas, dois entre os 13 componentes do grupo Barbatuques. Os convidados facilitarão um momento de exploração e descoberta dos sons produzidos pelo corpo e a utilização deles na produção de ritmos e melodias.

Além de promover o aprendizado de sons que podem ser produzidos pelo corpo, a masterclass tem como objetivos estimular a capacidade de memorização, concentração e assimilação corporal do ritmo, desenvolver a coordenação motora e a percepção rítmica, melódica e harmônica, despertar o participante à atitude lúdica e cooperativa, incentivando-o a se expressar musicalmente em grupo, considerando as diferentes qualidades de seus integrantes.

A vivência conta com vagas limitadas e já está com o número total de inscritos.

Masterclasses no Centro Cultural Bom Jardim

As Masterclasses são parte de um processo formativo que possibilita encontros com nomes de referência nacional e internacional nas áreas de dança, teatro, audiovisual, cultura digital, música e acessibilidade. A iniciativa é realizada pelo Centro Cultural Bom Jardim, por meio de sua Escola de Cultura e Artes (ECA), gratuitamente e confere certificado. De fevereiro a março, as convidadas e convidados compartilharão seus conhecimentos nas diversas linguagens artísticas.

O conteúdo da masterclass mediada pelo grupo paulistano Barbatuques se dedica à coordenação motora, montagem de ritmos, exercícios de memorização, atenção, improvisação, criação e composição, entre outras competências que estimulam a capacidade de trabalho em equipe, de criação musical e de escuta.  

Conheça o grupo Barbatuques

O grupo musical paulistano Barbatuques foi criado em 1995 e deu origem a técnicas de percussão corporal, percussão vocal, sapateado e improvisação musical. Além disso, o Barbatuques oferece oficinas desde sua fundação a partir de uma proposta pedagógica que utiliza o corpo como instrumento musical.

Formado por 13 integrantes, o grupo realiza suas oficinas para públicos das mais variadas idades e se apresenta em diversos lugares do Brasil e do exterior. A linguagem artística e a técnica específica, utilizadas pelo Barbatuques, foi desenvolvida pelo músico Fernando Barba com base em pesquisas que realiza desde 1988, as oficinas são ministradas pelos integrantes sob sua supervisão.
Entre os destaques na trajetória do grupo, a participação na cerimônia de encerramento dos jogos olímpicos Rio 2016, na Copa do Mundo da África (2010) e no evento oficial da FIFA em Johanesburgo para o anúncio da Copa de 2014 são alguns dos acontecimentos que marcam sua história. Eles também trabalharam na trilha sonora de filmes como o premiado “O Menino e o Mundo” e “Rio 2”.